«Braga é uma das cidades menos competitivas entre todas as capitais de distrito de Portugal continental, num “ranking” em que é acompanhada no fundo da tabela por cidades como Setúbal, Faro, Viana do Castelo e o Porto, considerada a menos competitiva, em contraponto com Évora, a mais competitiva, que é seguida por Lisboa, Coimbra, Beja e Leiria. No geral, Braga soma quatro pontos contra 7,29 de Évora, numa escala de 0 a 10.
O estudo foi elaborado em co-autoria por Paulo Mourão, professor do Departamento de Economia da Universidade do Minho, e pelo economista Júlio Miguel Barbosa, e aplicou às capitais de distrito portuguesas o mesmo método que o Fórum Económico Mundial utiliza para elaborar anualmente o ‘ranking’ da competitividade mundial.
Para compor o Índice de Competitividade das Cidades Capitais de Distrito (ICC), os autores utilizaram quatro sub-índices, que medem a competitividade laboral, empresarial, demográfica e de conforto e basearam os cálculos no Atlas das Cidades de Portugal, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística em 2002.
O trabalho permitiu concluir que o desenvolvimento económico destas cidades em termos de Produto Interno Bruto (PIB) "não é premissa" para um ICC elevado, pois "o que está aqui em análise não é o nível de riqueza, mas as oportunidades de crescimento e de expansão de recursos", explicou ao DM Paulo Mourão, considerando que a cidade de Braga evidencia "pontos de saturação de crescimento", face a outras que apresentam ainda muitos recursos inexplorados. Porto (18.º), Faro (16.º) e Braga (15.º) contrastam, assim, com Évora (1.º), Beja (4.º) e Castelo Branco (6.º), o que, segundo o estudo, permite provar que as disparidades tradicionais ao nível do desenvolvimento económico podem ser esbatidas por melhorias actuais do nível de competitividade dos espaços historicamente menos reconhecidos, como é o caso do “interior” português.
Os autores notam os valores «extremamente modestos de cidades historicamente relevantes», como o Porto, Braga e Faro e explicam-nos com "perdas sucessivas de competitividade devidas sobretudo às variantes taxa de mortalidade infantil, esperança média de vida e alojamentos familiares vagos".»
(extracto de notícia, intitulada “Estudo da Universidade do Minho aponta Évora como a mais competitiva", publicada no Diário do Minho, em 2006-10-01)