domingo, março 28, 2021

COMUNICADO - X Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Regional

 «Bom Dia Colegas e Amigos,

Diante do contexto da pandemia da Covid-19 e de crise sanitária atualmente existente no Brasil, e sem a possibilidade de previsão ou garantia de ampliação da vacinação para o conjunto da população, e de modo a preservar a saúde dos participantes do evento, a coordenação do X SIDR decidiu realizar o evento no formato virtual. Também alteramos o cronograma inicialmente informado nas circulares anteriores, de modo a melhor organizar e distribuir as atividades buscando se adaptar ao trabalho no ambiente virtual. Em breve estaremos enviando a terceira circular com o detalhamento da programação.
Por fim, informamos que ampliamos o prazo para submissão de trabalhos até o próximo dia 30 de abril de 2021, através do site do evento: https://www.unisc.br/site/sidr/
Será uma satisfação receber os trabalhos de vocês e de seus alunos.
Favor compartilhar em suas redes de contato.
Abraços,
Rogério»



quinta-feira, março 25, 2021

Hierarquia de Consumo

A relação entre centros de comércio tem como princípio o livro The Law of Retail Gravitation, de William Reilly. Correlacionando com a lei da gravitação universal, esta teoria defende que o consumidor é mais ou menos atraído a um centro de comércio através de uma relação inversa de proporção entre a população do centro de comércio e o quadrado da distância entre ambos. Este modelo criado em 1931, alvo de várias críticas que permitiram desenvolver a teoria com avaliações de maior complexidade, contemplam mais variáveis e aplicações em contexto real.

A realidade da atração entre polos (cidades), é hoje um fator que está intrinsecamente relacionado com a capacidade de cada economia se propagar no raio de incidência comercial. Quanto maior for a sua capacidade comercial, maior serão as receitas, ceteris paribus.

O fator distância e tempo de deslocação, são variáveis justapostas por valores hierárquicos de consumismo. A procura poderá ser tão exigente que adquirir certo produto poderá, de certa forma, anular o custo da viagem pelo benefício da aquisição do pertence. Porém, a viagem é sempre tomada em consideração como prejuízo. Segundo a revisão de Converse, em 1949, o expoente da distância da cidade intermédia à cidade tenderá a fixar-se em 2, quando anteriormente era compreendido entre 1,5 e 2,5 valores.

Nos primórdios da vida urbana, o homem centrou as atividades comerciais no núcleo das cidades, atraindo consumidores para o seu centro como maneira de adquirir bens e serviços. Deste modo, gradualmente, na vida citadina esse núcleo central tornou-se um ponto essencial para o fluxo interno, atraindo os residentes do local.

Ao contrário de zonas turísticas, existem cidades que por si servem de propaganda própria, consideradas como megalópolis, o expoente máximo da materialização física da urbanização em grande massa e escala. Um dos grandes exemplos, destes casos, é a cidade de Nova Iorque. O seu valor turístico passa a ser totalitário a partir do momento que será possível percorrer a estrutura viária na malha quadrilátera de um bloco de prédios, ou sentir a ascensão de cada quarteirão pelos ares, o que passa a ser tema de guia turístico apresentando cada parcela da cidade. Manhattan apresenta-se  congestionada anualmente por visitantes que retratam a paisagem citadina pelos recantos da ilha, aglomerados utilizadores espaciais e consumidores de serviços. A atração desta megalópolis é de escala mundial, pelo fascínio de uma potência económica elevada pelos seus investidores diários, sendo possível sentir a área de afeto do outro lado do mar atlântico.

Esta atração de uma maior população a frequentar determinado ponto geográfico a fim de adquirir produtos, tem como base o modelo gravitacional da localização dos serviços comerciais, ceteris paribus. Naturalmente, se o núcleo da cidade for maior, a sua área de abrangência aumenta e a sua diversidade de compradores igualmente, não se restringindo só ao quadrilátero urbano que compete territorialmente com cidades vizinhas. A sua escala de influência económica transcende os oceanos.

Os locais de atração turística, podem, então, ser espaços exclusivos de lazer, como usufruir da zona litoral de um país, ou assumir o seu património como monumentalidade da parte histórica da cidade. Porém, nem um nem outro se revelam possíveis perante a situação pandémica que se instaura nos dias de hoje. No entanto, prevê-se que exista um aumento significativo no fluxo interno de visitantes diários após o fim do confinamento.

Em épocas sazonais, o turismo causa congestionamento nas ruas mas, após alívio da situação de pandemia mundial, as pessoas irão mediar a escolha de uma viagem futura pelo local mais próximo e mais prazeroso, aplicando um modelo de pensamento diretamente ligado ao modelo de Reilley.

Isto é, as decisões que os fluxos populacionais tomarão serão determinadas pela sua capacidade económica para fugir a zonas de sobrepopulação sazonal. Mais uma vez, não só somos condicionados pelo nosso raio de alcance monetário, como de interesse de saúde sanitária individual. Certamente, não escolheríamos Times Square para passar a passagem de ano.

 

Vasco Mendes

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Urbana”, lecionada ao Mestrado Integrado em Arquitetura, da Escola de Arquitetura/UMinho) 


quarta-feira, março 24, 2021

Visitação turística em Territórios Indígenas (Brasil)

         No Brasil, a ideia de fazer “produtivos” os territórios dos povos originários sempre perspassou as políticas públicas e as iniciativas nacionais ou internacionais de exploração econômica. Foi com essa perspetiva que nas décadas de 50, 60 e 70 do século passado houve a política de arrendamento de terras indígenas para a produção agropecuária. Estes territórios tornaram-se espaços para o cultivo de monoculturas, como a soja, arroz e algodão, e para criação de gado. Outra justificativa usada para promover estes arrendamentos foi a possibilidade de gerar renda para os povos indígenas.

Conhecemos o resultado dessa empreitada económica que mudou por completo as caraterísticas ambientas e os aspetos culturais das comunidades “beneficiadas”. O capital gerado por estas atividades nos territórios arrendados nunca chegou às contas bancárias dessas comunidades, restando para elas apenas o espólio dos danos ambientais e socias.

O argumento de tornar produtivos os territórios indígenas e gerar renda através do seu potencial económico volta à cena no início deste século. A alternativa comercial agora é o modo de vida dos indígenas por meio do turismo. Não é difícil encontrar a venda de pacotes para visitação de aldeias que podem conter todo o tipo de oferta, desde o gozo das belezas naturais “escondidas” à participação em danças e rituais tradicionais com práticas de cura xamânicas.

O interesse pela cultura dos povos indígenas não é uma novidade. Os museus se dedicaram à coleta, guarda, curadoria e exposição de artefactos produzidos no seio dessas comunidades. Em muitos casos sobressai, na narrativa museológica, o discurso acerca destes povos como habitantes de um passado longínquo. De certa forma, é esse ser com seu modo de vida “primitivo” que o turista quer encontrar na sua viagem. Desconhecendo ou ignorando os processos históricos e os processos sociais desses povos como habitantes do hoje, essa expectativa é quase sempre frustrada ou suprida com alguma performance que atenda aos desejos do visitante.

A diferença principal entre a turistificação dos territórios indígenas hoje e os arrendamentos do séc. XX é que o último foi sobretudo uma medida compulsória com objetivos integralistas, enquanto a primeira é do interesse de algumas comunidades e já é praticada nas cinco regiões. Para atender essa demanda das comunidades que já turistificaram seus territórios e outras que têm interesse em iniciar as visitações, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) publicou a Instrução Normativa 03, de 11 de junho de 2015[1], que estabelece normas e diretrizes relativas às atividades de visitação para etnoturismo e ecoturismo.

Ainda que regulamentada a atividade turística em territórios indígenas, o turismo informal é imperativo. Entre as razões para manutenção da informalidade está a dificuldade das comunidades atenderem às exigências da Instrução Normativa 03, como a apresentação de um plano e relatórios de visitação, por falta de capacitação; outra razão é que a regulamentação se restringe a permitir ou vedar a atividade proposta por determinada comunidade, e não há um trabalho de fiscalização sobre estas atividades. Ainda há a exploração de aldeias indígenas mais vulneráveis que aceitam a visitação turística, geralmente proposta por um guia local que mantém com a comunidade uma “boa” relação, em troca de alimentos, roupas usadas e até bebidas alcoólicas. Nestas situações, o guia ou superior (podendo ser uma agência de turismo local) recebem os pagamentos dos visitantes.

O escambo propagado pela informalidade mostra o quão danosa pode ser a visitação nos territórios indígenas. Mas o objetivo aqui não é demonizar o turismo nestes territórios. Em primeiro lugar, é perceber o quão complexa esta atividade pode ser e apontar que não basta apenas legislar sobre o tema para a tornar realizável. É preciso dar condições às comunidades interessadas para desenvolverem a atividade de forma segura e autônoma.

O arrendamento das terras indígenas foi uma atividade com investimento público, aplicada de forma compulsória e com intenções muito claras de prejuízo das comunidades. Doutra feita, o turismo teria a possibilidade de ser uma atividade de facto proveitosa para as comunidades. Afinal, é necessário conhecer para respeitar e o turismo tem um potencial educativo, com a possibilidade de promover uma experiência real das condições de vida da aldeia visitada e dos processos históricos vivenciados por aquele povo que recebe o turista.

Considerando os preceitos da Nova Museologia, cuja ideia de museu ganha outra dimensão e todo território é em si um museu, a atividade turística pode ser uma estratégia de preservação, resgate e promoção da valorização destes povos pelo não indígena, contanto que seja exercida sem folclorizar, sem esteriotipar, sem performar um indígena idealizado e, desta maneira, promova o entendimento de que a cultura de um povo é um património imaterial suscetível às mudanças que ocorrem no tempo e nas relações de poder que as desencadeiam. Essa compreensão, em geral, fica restrita aos cientistas sociais e, em alguma medida, a outros segmentos que mantenham proximidade com os povos indígenas, porém é urgente a necessidade de que mais segmentos sociais tenham essa perceção, porque a salvaguarda dos saberes indígenas começa, antes de tudo, no respeito e valorização da existência desses povos pela sociedade envolvente. 

 

Juliana Pereira dos Santos


[1] http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/ascom/2015/doc/jun-06/IN%2003%202015.pdf

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)

As implicações da Covid-19 no panorama do mercado imobiliário português em 2020

  Neste primeiro ano de pandemia em Portugal, a COVID-19 marcou a economia com a maior quebra de que há registo. A paralisação ou restrição de grande parte das atividades dos mais variados setores (excluindo a saúde ou o alimentar de primeira necessidade) criou um impacte económico que pode ser traduzido pelos seguintes tópicos: 

i) Em 2020, o PIB caiu 7,6%

ii) Turismo com menos 63% de dormidas

iii) Mais 11 400 trabalhadores desempregados

iv) 'lay-off' simplificado de 2020 abrangeu 897 mil trabalhadores e 110 mil empresas

v) Desceram vendas no comércio a retalho

vi) Mais beneficiários do RSI

Estes fatores acabam por influenciar o mercado imobiliário português. Em termos de vendas, o mercado imobiliário em Portugal não tem ainda públicos resultados concretos do impacte da pandemia, pelo que tem sido mais à base da especulação, no entanto, no mercado de arrendamento já há material mais palpável para análise dos efeitos do COVID-19.

Quanto ao mercado de venda em Portugal, aparece num estudo realizado no idealista.pt por Tânia Ferreira, que afirma que: “Em algumas das maiores cidades de Portugal, como Lisboa e Porto, o preço unitário dos imóveis à venda ainda se encontra bastante estável. Uma das consequências mais evidentes da Covid-19 nessas cidades foi a redução de imóveis em oferta no mercado e, consequentemente, os preços ainda não caíram, pelo contrário, aumentaram ligeiramente. Lisboa foi a única cidade com uma procura acima da média do país. Também podemos observar um deslocamento da procura para as periferias das principais cidades”.

Quanto ao mercado de arrendamento, o maior fator influenciador foi o Turismo, com a sua queda de 63% nas dormidas no país. Esta falta de procura, aliada a não se terem colocado estas unidades de arrendamento a curto prazo no mercado de arrendamento de longo prazo, fez com que o stock não aumentasse como era esperado. Diz-se também no estudo realizado pelo Idealista que “muitos proprietários e empresários preferem esperar para ver o que acontece no mercado, simplesmente retirando os seus imóveis do mercado, ou mais recentemente adaptando seus negócios e colmatando a necessidade de alojamento para estudantes".

Um facto interessante em relação ao arrendamento em Portugal durante a pandemia é que com a restrição de movimentação apenas em território nacional, em conjunto com o respeito pelas indicações para se manter uma distância social maior, o arrendamento de casas de família no interior do país nos meses de verão foi o nicho específico mais beneficiado no mercado.

 

Manuel Romão

Referências:

DN. 2021. A pandemia e os trágicos números da economia portuguesa. [online] Available at: <https://www.dn.pt/sociedade/a-pandemia-e-os-tragicos-numeros-da-economia-nacional-13480491.html

Ferreira, T., 2021. O impacto da Covid-19 no mercado imobiliário no sul da Europa. [online] idealista.pt/news. Available at: <https://www.idealista.pt/news/imobiliario/habitacao/2020/11/03/45143-impacto-da-covid-19-no-mercado-imobiliario-no-sul-da-europa>


(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Urbana”, lecionada ao Mestrado Integrado em Arquitetura, da Escola de Arquitetura/UMinho) 

Braga, a nova Capital Europeia da Cultura?

O município de Braga foi recentemente eleito o melhor destino da Europa 2021. Braga tem colecionado títulos. Somam-se a esse louvável, outro recentemente atribuído pela UNESCO, em 2017, Braga Cidade Criativa (domínio Medias Arts); e mais um: em 2020, Braga foi escolhida Capital da Cultura do Eixo Atlântico. Atualmente, Braga se prepara para mais uma concorrência: quer ser a nova Capital Europeia da Cultura.

Os investimentos dos municípios em políticas públicas culturais são relativamente recentes. Tem-se hoje que o setor cultural é um setor de suma importância; observam-se constantes e rápidas mudanças no tratamento desse setor, que adquire cada vez mais um caráter de cooperação pública transversal. A gestão local é comumente e cada vez mais apontada como solução para inúmeros desajustes ou sucessos de políticas pública de qualidade (ao contrário de uma política centralizada pelo Estado). O Património Cultural é um dos setores mais beneficiados por uma gestão de proximidade.

No artigo “Políticas culturais locais: contributos para um modelo de análise”, os autores, Augusto Santos Silva, Elisa Pérez Babo e Paula Guerra, buscam analisar qual o papel das autarquias portuguesas na política pública cultural. Segundo os autores, a partir dos anos 80 – com o novo cenário político- económico e a entrada na Comunidade Europeia nos 90, “as condições de intervenção autárquica na esfera cultural mudaram qualitativamente”. As autarquias foram imbuídas de maior poder decisório e económico em seu território, dotadas de “um padrão de intervenção municipal estruturado em três eixos principais: a defesa e valorização do património, o desenvolvimento de uma oferta local e a formação de públicos culturais”.

No tocante à esfera cultural, a cidade de Braga explicita através do seu plano estratégico 2014-2026, o “Plano Estratégico para o Desenvolvimento Económico de Braga”, a importância político- económica da história e da cultura para a cidade Braga, bem como dedica páginas específicas de seu conteúdo e estudos ao eixo turístico e à categoria mais especulada no momento: a “economia criativa”.


Figura 1 e 2 - Dados Plano Estratégico Municipal 2014 -2026




Através do site da Câmara Municipal, o município comunica que mantém algumas redes de cooperações institucionais, no que afirma que “a cooperação institucional com outras entidades é essencial para o desenvolvimento económico, social e cultural do município e dos seus cidadãos.”

Embora o próprio site da autarquia seja um tanto ou quanto desatualizado (o site menciona a candidatura da cidade à Unesco, título já conferido em 2017), estariam ainda as ambições de planeamento estratégico turístico- cultural em vigor?

Numa proposta visualmente mais moderna e num contexto particular, o documento Estratégia Cultural de Braga 2020–2030, usado como suporte à candidatura de Braga a Capital da Cultura Europeia de 2027, contempla diversas estratégias e ações no campo global da cultura, sendo um valioso documento e uma plataforma que promete acompanhar e nortear o setor cultural de Braga durante os próximos 10 anos; por exemplo, esse documento nos informa que “em 2018 a despesa municipal em atividades culturais e criativas cifrou-se nos 4,8 milhões de euros”. Ainda, a análise feita no conteúdo nos deixa reais constatações: mesmo se Braga é palco de polos de inovações, o setor cultural ainda “encontra-se, de um modo geral, subdesenvolvido e fragmentado.”

Terminada a fase de “mapeamento, identificação e auscultação do tecido cultural”, Braga é oficialmente candidata e a equipe multidisciplinar do Braga Cultura 2030 avança para a próxima fase, esperando a possível nomeação, em 2022.

Se analisássemos a linha de comunicação desses dois documentos, é percetível uma tentativa de tecer uma narrativa, uma estratégia de um marketing territorial em torno da cidade de Braga, talvez com finalidade de trazer à tona sua reconstrução permanente. Seus vestígios de 2000 anos e seu presente de “Medias Arts” a obriga a uma espécie de psicanálise bracarense cotidiana, como dito no vídeo de apresentação: Braga anda à procura de sua identidade, tem múltipla personalidade. Como criar uma realidade que possa abarcar ambos, os moradores (também os estrangeiros) e visitantes, quer sejam eles turistas, quer sejam os 28 mil itinerantes que se deslocam a Braga diariamente? Como adaptar as políticas culturais a constantes movimentos migratórios e tecnológicos? Como combinar tradição e inovação?

Todas essas iniciativas públicas municipais, tais como elas são descritas, necessitam da profunda cooperação entre poder público, atores privados e associativos; testemunham uma ação coordenada entre os agentes, carecem de uma organização global e de uma imensa vontade de avanço e/ou mudança. O plano estratégico Municipal tem sua validade até 2026; resta saber se em 2022, por ocasião do anúncio da cidade ganhadora do selo Capital Europeia da Cultura, se Braga poderá levar adiante esses inúmeros trabalhos já iniciados, ou se a contrario, perante um anúncio negativo, se abandonarão tamanho esforços já tão desenvolvidos. Vê-se que nem só de subjetivação (sobre)vive a cultura.

 

Marisol Cordeiro

Referencia Bibliográfica:

Augusto Santos Silva, Elisa Pérez Babo et Paula Guerra, « Políticas culturais locais: contributos para um modelo de análise », Sociologia, Problemas e Práticas [En ligne], 78 | 2015, mis en ligne le 21 mai 2015, consulté le 20 mars 2021. 

URL : http://journals.openedition.org/spp/1997

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)

Paladar como motor do turismo em Portugal

             O nosso paladar é, por vezes, a razão pela qual nos aventuramos a outros lugares e partes do mundo. A vontade de querer conhecer, experienciar e saborear o produto de diferentes culturas é um motor do turismo que não pode ser ignorado. O turista gastronómico viaja à procura da autenticidade dos lugares, através da bebida e da comida (Barroco e Augusto, 2016).

Como vertente do turismo cultural, o turismo gastronómico é o turismo desencadeado pela vontade dos turistas exercerem práticas gastronómicas de uma determinada localidade (Gândara, 2009).

Olhando para Portugal, não há que duvidar que possuímos uma riqueza gastronómica ímpar e de reconhecimento mundial. O turismo no litoral em Portugal é obviamente mais procurado que no interior. No entanto, em termos gastronómicos, existe uma distribuição equivalente de qualidade de produtos gastronómicos por todo o país. Segundo Oliveira (2007), embora o “boom” do turismo rural tenha acalmado, tem ainda potencial de crescimento, pois foi utilizada uma estratégia precária, onde pouco proveito se tirou da importância que a gastronomia tem para os turistas, podendo ter-se aproveitado para combinar melhor o turismo rural e o gastronómico.

Por estas razões, é necessário ter em conta e apoiar os serviços de gastronomia, pois podem ser potenciadores de turismo em zonas menos escolhidas por turistas e ainda aumentar ainda mais a procura no litoral.

Existem várias iniciativas que procuram apoiar e ajudar a dar visibilidade à gastronomia portuguesa. Temos o exemplo da AGAVI e a Comboios de Portugal. A AGAVI é uma associação sem fins lucrativos fundada em 2010 e que se tem vindo a afirmar como um ponto de encontro e interação entre diferentes entidades económicas com o objetivo de promover o dinamismo agroalimentar. A Comboios de Portugal vende bilhetes em conformidade com rotas, como é o exemplo da Rota da Lampreia, que estabelece uma viajem às regiões da Beira Baixa e Tomar, onde o turista pode usufruir de sabores próprios das localidades. Estes tipos de iniciativas são importantes pois não precisamos viajar para destinos exóticos ou longínquos para experimentar sabores incríveis. Temos de apreciar o que é nosso e viajar dentro do nosso país deveria ser sempre uma opção em mente.

O norte de Portugal sofre em termos de acessos de comboio, mas não perde para o sul do país no que diz respeito a riqueza e qualidade gastronómica. Na minha terra de infância, em Fão, todos os anos é feita a “Festa da cerveja e do marisco”, que atrai milhares de turistas ao conselho de Esposende ao longo de uma semana. Estes pequenos eventos, existem por todo o país, todos com igual qualidade e riqueza cultural.

Desde o peixe sempre fresco ao “cozido à portuguesa”, o nosso cantinho tem uma vasta oferta de verdadeiras pérolas gastronómicas. Temos o exemplo da Dieta Mediterrânica que, segundo o Turismo de Portugal, está classificada como Património Mundial pela Unesco.

Como podemos observar, Portugal é uma “mina de ouro” para a gastronomia e não precisamos ir muito longe para descobrir delícias que nos façam “viajar” no nosso pensamento. É, portanto, importante dar valor à nossa cultura gastronómica, apoiá-la e o mais importante de tudo, usufruir.

 

Daniel Brito

Referências:

Oliveria, S. (2007). O turismo Gastronómico e o Enoturismo como potenciadores do Desenvolvimento Regional.

Turismo de Portugal. Retirado em https://www.visitportugal.com/pt-pt/tipo-experiencias/gastronomia-e-vinhos (último acesso 20/03/2021).

Barroco, C. e Augusto, L. (2016). O turismo gastronómico em Portugal: Formas de comunicar os produtos endógenos da região Dão Lafões e Alto-Paiva. Revista Anais Brasileiros, 2, 23-39.

Gândara, J. (2009). Reflexões sobre o Turismo Gastronômico na perspectiva da sociedade dos sonhos. Segmentação do mercado turístico–estudos, produtos e perspectivas. Barueri: Manole, 4-27.

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)

TURISMO CULTURAL: OS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZIS

Os campos de concentração Nazi foram erguidos por ordem de Adolf Hitler antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Os campos serviam de prisão, local de trabalho forçado e extermínio para grupos, como judeus, deficientes, homossexuais, criminosos e ciganos. Os primeiros campos nazis foram erguidos na Alemanha em março de 1933 e libertados em 1945, data que marcou o final da guerra. Morreram aproximadamente 11 milhões de pessoas nos campos, das quais 6 milhões eram judeus.

Dos campos de concentração, destacam-se os campos de extermínio (construídos na Polônia) de Auschwitz, Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibor e Treblinka, que executavam os judeus em câmaras de gás de monóxido de carbono ou de Zyklon B. O maior campo de extermínio nazista foi o campo de Auschwitz-Birkenau II, onde morreram 1,2 milhão de pessoas.

Em 2005, a ONU declarou o dia 27 de Janeiro (60 anos após a libertação do campo de Auschwitz) como Dia Internacional de Memória das Vítimas do Holocausto. Desde a implementação deste dia que a empatia e interesse em visitar campos de concentração aumentou nas populações. As visitas aos campos são irrefutavelmente importantes ao permitirem que nunca seja esquecida a barbaridade ocorrida e nos impedir de repetir tamanha atrocidade dada a violência emocional sentida ao presenciar os locais que já foram palco de genocídio.

No campo de Auschwitz eram feitas experiências médicas nos prisioneiros que eram usados como cobaias, no conhecido “Bloco 11”, e é dos poucos blocos onde não é permitido tirar fotografias. Este campo é o mais procurado pelos turistas. Em 2018, 2.152 milhões de pessoas visitaram o museu e o campo localizado na Polónia, batendo o recorde de visitas de 2017. As redes sociais foram uma grande ajuda para a divulgação do museu e do campo, por exemplo, em 2018 o site www.auschwitz.org registou mais de 27 milhões de visualizações.

Este campo, em particular, permite entrada gratuita antes da 10h e depois das 15h, caso queira circular sozinho, no entanto, caso seja desejado um guia, o pagamento é significativo e os guias fazem traduções em inglês, espanhol, francês e italiano. A viagem de autocarro entre os campos I e II é também gratuita. É bastante positivo que os valores de visita a locais tão importantes na história da humanidade sejam acessíveis a qualquer pessoa, Na maioria dos campos, a visita é gratuita a qualquer hora ou em horas estabelecidas.

Tendo em conta a situação pandémica atual, é possível, através do turismo virtual, visitar os campos via online, podendo, assim, apesar da presença nos campos ser uma experiência inesquecível e incomparável, termos uma perceção da realidade do campo e cultivar a nossa cultura mesmo fechados em casa.


Patrícia Pinto

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)


A organização de grandes e megaeventos e os potenciais impactes na projeção das cidades que os organizam

A disputa pela organização de grandes eventos está a ser mantida a nível global, entre vários países e cidades, um pouco por todo o mundo, e Portugal não é exceção. De qualquer forma, é inegável que existe atualmente uma crescente concorrência entre as nações para o acolhimento e organização de grandes eventos devido aos potenciais impactes positivos que proporcionam. A nível económico, permitem a criação de emprego, a requalificação urbana ou a antecipação e concentração de investimentos. Também podem dar contributos a nível da mobilização e autoestima da população e, obviamente, do reforço da notoriedade internacional e projeção da imagem do destino, especialmente a nível turístico.

A multiplicidade de fatores inerentes à criação e organização de um evento podia-nos levar a uma série infindável de classificações, quando aquilo que nos interessa é classificar pela sua amplitude, tomando por base a generalidade de fatores inerentes à sua criação e presentes na sua organização. Assim, conjugando as opiniões de diversos autores e profissionais de eventos e a nossa experiência, podemos classificar os eventos da forma como se segue.

Micro-eventos – sustenta-se esta classificação porque não são exigidos recursos financeiros e logísticos significativos, sendo orientados para um público muito específico e o seu número não ultrapassa em muito as cem (100) pessoas; por exemplo, um jantar de curso ou festa privada de uma associação.

Pequeno evento – neste tipo de evento já existe a consideração de promoção de algo mais significativo para a organização ou púbico aderente, no entanto, não deixa de ainda manter uma certa especificidade de público-alvo, mas pode já incluir a participação de entidades ou promotores locais. Neste tipo de evento já se considera a participação de uma fatia considerável de público exterior ao âmbito da organização.  Neste caso, a participação pode variar entre cem (100) e quinhentas (500) pessoas, como um seminário ou workshop.  

Médio evento – na organização do médio evento verifica-se um maior empenho na sua divulgação (principalmente a nível regional, uma vez que não faz sentido apostar na divulgação em zonas distantes da área onde o mesmo se realiza). Já existe, também, um maior investimento a nível logístico, devido à sua envergadura a suportar que já é considerável. Abrange uma maior diversificação de público (não existe um publico-alvo com caráter específico). O tema do evento suscita um interesse mais alargado e o número de participantes pode variar entre quinhentos (500) e os três mil (3000). Damos como exemplo uma exposição temática num pavilhão de exposições, um concerto de um grupo ou artista famosos, desfile de rua, feira de negócios, entre outros.

Grande evento – o grande evento carateriza-se pelo forte crescimento do investimento financeiro na sua organização. Para além de ser facilmente identificável pela sua dimensão, o grande evento possui uma estrutura logística bastante pesada em termos operacionais, assim como uma equipa de trabalho que poderá atingir as várias dezenas ou mesmo centenas de pessoas. Neste tipo de evento, a divulgação ganha relevo à escala nacional e, por vezes, pode atingir outros países (podemos dar o exemplo do festival de música de Vilar de Mouros, em que é feito um grande investimento na sua divulgação nas regiões fronteiriças de Espanha).

Neste tipo de eventos musicais, por exemplo, verifica-se um recurso quase permanente ao patrocínio e alto patrocínio como forma de sustentabilidade financeira da organização. Outro ponto fundamental, tendo em conta um festival desta dimensão, é a sua associação com os media como forma de criação e manutenção de imagem de marca. Aqui, também se verifica a total perda de definição do público-alvo a nível demográfico, geográfico e mesmo etário. Podemos incorporar no grande evento a oscilação entre os três mil (3000) e oitenta mil (80000) participantes. Podemos dar como exemplo de grandes eventos o Estoril Open, o Fantasporto e os festivais de música de verão (Paredes de Coura, Vilar de Mouros e Meo Sudoeste, de que falaremos a seguir).

Com efeito, os grandes eventos influenciam e provocam alterações profundas no destino, mas também são um “produto” da cultura e sociedade onde são realizados, podendo ser considerados como os “construtores da imagem” do turismo moderno (Hall 1992).

Paralelamente, a nível turístico, estes grandes eventos têm como caraterística específica, para além dos inegáveis benefícios inerentes à atracão de inúmeros visitantes e turistas e do reforço da projeção internacional do destino, a vantagem de poderem proporcionar substanciais legados na comunidade local, com uma duração temporal muito superior ao período de realização do evento. Ao mesmo tempo, e caso o destino já esteja “consolidado no mapa turístico internacional”, poderá permitir o seu rejuvenescimento e revitalização, evitando o seu previsível declínio, de acordo com o ciclo de vida dos destinos turísticos sugerido por Butler (1980).

Abordaremos, de forma sucinta dois eventos realizados em Portugal, que foram apresentados pelo Professor José Cadima Ribeiro no Mestrado de Património Cultural, nomeadamente a Capital Europeia da Cultura em Guimarães de 2012 e o MEO Sudoeste edição de 2017.

Guimarães foi a terceira cidade em Portugal a acolher o megaevento, depois de Lisboa (1994) e Porto (2001). Os dados do estudo oficial realizado pela Universidade do Minho (2013) indicam que “a cidade assistiu, em 2012, a um grande crescimento no número de visitantes, que se situou em 106,7%, quando comparado com a média dos três anos precedentes”. Segundo a mesma fonte (Universidade do Minho, 2013), tendo por base “os inquéritos aplicados em janeiro de 2013 a uma amostra de comerciantes da cidade, 80% dos entrevistados consideraram positivo (64,9%) ou muito positivo (23,9 %) o respetivo impacte em matéria de negócios realizados” (Cadima, 2019). De realçar, ainda, que, da participação de Guimarães na CEC 2012, “sugiram na cidade novos equipamentos culturais, de onde avultam a Plataforma das Artes e da Criatividade (2012) e a Casa da Memória, que foi projetada para ser um equipamento para apoiar a programação da CEC mas que acabou só por ser inaugurada no ano posterior ao evento” (Cadima, 2019).

Apesar das inúmeras vantagens e graus de satisfação acima enunciados, e como o slogan da CEC de Guimarães era “Tu fazes parte”, existiu algum descontentamento por parte dos agentes locais, que passamos a citar :“´Houve uma grande festa. As festas são sempre agradáveis. São momentos evanescentes` (Francisco Teixeira). ´O mesmo entrevistado concluía de seguida, criticamente: ´Se não fizéssemos a CEC, não saberíamos as oportunidades que perdemos`” Francisco Teixeira (Cadima, 2017). A conclusão que podemos tirar deste depoimento é que as organizações destes grandes eventos não envolvem os agentes culturais locais de uma forma empenhada e comprometida, preterindo a sua participação no programa cultural em detrimento de grandes empresas de animação cultural com maior impacto visual e projeção internacional, como, por exemplo, La Fura dels Baus.

O MEO Sudoeste é um festival de verão que se realiza anualmente desde 1997, na Zambujeira do Mar (Município de Odemira), que ao longo dos anos, tem atraído milhares de festivaleiros, com maior incidência na população jovem. A Câmara Municipal de Odemira encomendou um estudo a uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico de Beja – a edição de 2017 foi objeto de um estudo de impacte. “Da abordagem feita aos residentes, sobressaíam a valorização baixa pelos residentes, em geral dos impactes positivos do acolhimento do festival, que se entende das componentes promoções da qualidade de vida e do bem-estar dos habitantes locais à contribuição para a coesão social” (Saúde et al., 2019). Contudo, desta leitura “distinguem-se os habitantes que são ou foram participantes no festival, que tenderam a desvalorizar os efeitos negativos na vida local da realização do festival”. No entanto, “a leitura feita dos impactes pelo empresariado local revelou-se ainda mais crítica: no que se reporta ao impacte económico, consideram-no muito débil, o que resultará, em simultâneo, do pouco tempo de duração anual do evento e do tipo de público a que se destina, «miudagem» no dizer de alguns” (Saúde et al., 2019). Outra dimensão que foi “sublinhada pela generalidade dos inquiridos, foi o efeito crowding out, provocando o afastamento do visitante habitual do território durante o período em que decorre o festival” (Saúde et al., 2019).

Assim sendo, tendo em conta que o festival tem a comparticipação a nível logístico e financeira da Câmara Municipal de Odemira e o resultado do estudo apresentado é manifestamente negativo para muitos agentes económicos, é nosso entendimento, que será de ponderar a forma e o modelo de organização deste festival de forma exclusiva por uma Empresa Privada, uma vez que o recinto é vedado e o parque de campismo é gratuito para os “festivaleiros”.

Tendo em conta que este modelo de organização do evento, limita de forma objetiva a participação da atividade dos empresários locais em diversos ramos de negócios, bem como promove o afastamento de potenciais visitantes numa altura do ano em que as praias são muito procuradas, criando uma forte dinâmica na restauração, alojamento e artesanato local, sugere-se que seja feito um estudo para avaliar a possibilidade de existir a participação ativa de todos os agentes económicos e da população local neste evento.

 

Francisco Freitas

Bibliografia

Remoaldo Paula & Ribeiro, J. Cadima (2007) O legado de Guimarães Capital da Cultura de 2012. Centro de estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento. UTAD

Butler, R. & Mao, B. (1997) “Seasonality in tourism - problems and measurement” in Murphy, Peter E. (1997) “Quality management in urban tourism”, John Wiley & Sons Ltd., Chicester

Hall, Colin Michael (1992) “Hallmark tourist events: impacts, management and planning”, Belhaven Press, London

Saúde, S., Lopes, S., Borralho, C. e Féria, I. (2019). O Impacte Económico e Sociocultural do Festival MEO SUDOESTE no Concelho de Odemira. Faro: Sílabas & Desafios

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)

O crescimento do turismo em espaço rural

Atualmente, com o decorrer desta pandemia tão rigorosa que o mundo atravessa, vemo-nos obrigados a incluí-la em qualquer abordagem. Vários setores estão a ser afetados por uma grande crise, inclusivamente o setor do turismo. Atividade esta que premeia a aproximação de pessoas, culturas e permite a exploração do mundo exterior. No entanto, a pandemia impôs novas rotinas e, consequentemente, novas formas de viver experiências, ora suspensas, ora adaptadas à nova realidade.

Tendo em conta esta transformação, o turismo em espaço rural viu a sua procura aumentar em Portugal. O Público apurou que “A preferência dos portugueses por territórios que possibilitam um contacto mais próximo com a natureza tem marcado o primeiro Verão depois do confinamento motivado pela covid-19.”[1] Este fenómeno pode ser explicado pela necessidade que a sociedade sente do contacto com a natureza, espaços abertos e pouco movimentados. Acredito que estas alterações ao modo de vida acabaram por evidenciar esta necessidade que há tempos passava despercebida, situação que levou ao reconhecimento e apreciação, por parte da população do espaço rural.

O turismo em espaço rural é uma mais-valia para as populações mais isoladas e, em contrapartida, para quem o frequenta. O turismo, para as comunidades rurais, representa um veículo de integração, pois, para além de uma troca de impressões e tradições, enriquecedora para ambas as partes, garante a movimentação económica dessas localidades.

É impossível negar que o turismo foi devastado pela pandemia da Covid-19. Todavia, neste ano mais desafiador, o turismo em espaço rural revelou-se a principal escolha de muitos portugueses, tendo tido um crescimento importante.


Eva Pereira


[1] https://www.publico.pt/2020/08/06/sociedade/noticia/ha-turistas-zonas-rurais-interior-problema-ambiente-1927234

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)