domingo, março 21, 2021

A AMPLIAÇÃO DAS VISITAS VIRTUAIS AOS MUSEUS DURANTE A PANDEMIA

 

A pandemia veio nos mostrar que virtualização é um elemento importante em termos do acesso ao património.

O isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19 trouxe a necessidade dos museus se adaptarem aos espaços virtuais. De fato, o online foi mais potenciado do que nunca desde a suspenção das visitas aos museus em meados de março do ano passado. Páginas e visitas virtuais já não eram novidade, mas em tempos de confinamento essas instituições apostaram na disponibilização de conteúdos que facilitaram a interação da arte com o público.

Sem os lucro da bilheteira, os museus são mais um ponto na lista dos afetados economicamente pela estagnação que a pandemia nos trouxe. Por conta da doença, a economia mundial está sendo afetada, e, com isso, museus têm recebido menos recursos. Em contrapartida, continuam ativos, trabalhando, ainda que com suas portas fechadas.

Recentemente, fiz um passeio virtual super-interessante, realizado pelo Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro, para conferir a exposição “Egito Antigo: do Cotidiano à Eternidade”. São 140 peças que ajudam a ilustrar a vida cotidiana, a religião e o pós-morte da civilização egípcia. Dividida em 3 seções e narrada pelo curador Pieter Tjabbes, o tour também pode ser feito através de celulares, computadores e tablets.

Da mesma forma, para conhecer o Metropolitan Museu de Arte de Nova York (MET) não é necessário viajar neste momento. O prédio do museu encontra-se fechado por causa da pandemia do novo coronavírus, mas possui uma janela. No computador ou no celular, é possível fazer uma visita virtual. Há diversos vídeos, textos e fotos das obras em exposição, com um passeio de 360º pelo prédio.

A visita online ao Museu do Louvre, em Paris, possibilita ver em detalhe algumas das obras mais famosas do mundo.

Muitos outros museus podem ser vistos, como o Reina Sofia, em Madrid, em Espanha e na Argentina. O Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba) também tem visita virtual.

Mas, a abertura virtual dos museus em tempo de pandemia conseguirá atrair mais pessoas aos museus no futuro? Alguns temem que as ações online ponham em risco a experiência presencial dos museus.

Entretanto, a crescente produção de conteúdos online garante a manutenção da atividade educacional e intelectual dos museus, e isso deve continuar e prosperar mesmo após o período de pandemia. Todavia, o reconhecimento do espaço físico, da estrutura e do alcance dessas instituições é extremamente importante em tempos emergenciais, e deve ser visto como um valioso recurso e potencial apoio que as comunidades museológicas que tanto precisam neste momento.


Arine Galvão

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)

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