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quinta-feira, abril 22, 2021

Covid-19 e a nova atração pelo espaço rural

        Um ano após o início da crise sanitária em que vivemos, são várias as questões que se põem relacionadas com as mudanças do quotidiano dos portugueses, sendo uma delas o tema principal deste artigo: será que esta pandemia tem o potencial para tornar o espaço rural mais atrativo aos olhos da população?

Desde fins de março de 2020 que, preferencialmente, o povo português se tem mantido em casa. Esta mudança abrupta do modo de viver trouxe uma nova utilização da casa como local de trabalho, para os que podem, assim como trouxe uma enorme reorganização estrutural dos métodos de trabalho da maioria das empresas e instituições - mudança esta necessária face às adversidades que vivemos - transformando a vida dos portugueses numa rotina centrada nas suas próprias casas, substituindo os locais de trabalho e todos os locais de contexto social, pois foram trazidos para dentro de casa.

Esta mudança foi facilitada pelos meios digitais, elemento que hoje em dia nos permite estar em conferência, fazer compras, ver filmes… Ou seja, o trabalho, as compras, o lazer e todas as necessidades possíveis foram transportados para plataformas online. Como afeta isto a longo prazo o mercado de compra e arrendamento de casas é a questão que se pretende colocar na mesa.

Tendo em consideração que uma das principais dimensões que afetam a escolha de habitação é o emprego, a oferta e proximidade ao mesmo, durante a pandemia é plausível argumentar que um “êxodo citadino” seria possível, dado que o novo espaço de trabalho da maioria da população é a própria casa.  No entanto, a reformulação estrutural que a sociedade sofreu foi muito a nível de trabalho e pouco a nível de serviços.

Sim, é possível encomendar as compras para casa, quer sejam alimentares, vestuário ou para lazer, porém a rede de distribuição mantém-se a mesma. Embora haja poucas restrições em termos de distribuição de compras online de produtos que não exijam grande condicionamento, por outro lado, os frescos e produtos alimentares continuam a depender de um supermercado próximo, capaz de os distribuir. Em muitas aldeias portuguesas, esses supermercados não estão próximos, isto é, dependem da tradicional carrinha do pão (por exemplo), ou não têm capacidade para tal. Para além disso, esta realidade online só é possível com a existência de distribuição de rede internet, outro fator que não é comum a todas as aldeias e meios rurais do país.

Para além disso, outro fator muito importante nesta equação é a força do hábito urbano. As dimensões do lazer, dos serviços ou até da própria idade dos habitantes são muito pesadas quando se fala em procura de habitação, ou seja, mesmo que o emprego seja um elemento que se possa considerar neutro em tempos em que trabalhamos sem sair de casa, os restantes fatores continuam a influenciar a vida dos habitantes.

Esta restruturação da vida profissional que sofremos em 2020 torna realmente possível debater se poderia haver uma migração da cidade para o meio rural a nível teórico, mas em termos práticos teria de ser acompanhada por uma reforma das redes de distribuição de serviços, melhoramento de acessos, ou seja, apenas se houvesse uma redistribuição de ofertas entre o meio urbano e o meio rural de modo a melhorar as condições de vida maioritariamente nas zonas menos povoadas do interior do país tal poderia, de facto, efetivar-se.

Sendo este “êxodo citadino” um conceito realmente interessante, levantam-se ainda mais questões: Será que isso beneficiaria o país a nível socioeconómico? E os seus habitantes? Seria possível fazer esta reforma do quotidiano em termos práticos, de acessibilidades, ofertas e serviços? Nunca se havia pensado fazer, efetivamente, esta reforma do panorama profissional até esta crise sanitária assim o obrigar. Será viável aproveitar esta onda de mudança que se vive para alterar também outras dimensões na nossa vida?

Dado que não vamos viver em pandemia para sempre, parece ser fácil dizer que a longo prazo não afetará o mercado de compra e arrendamento de casa, contudo sendo impossível saber quando vai terminar, não deixa de ser uma questão interessante.

 

Manuel Romão

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Urbana”, lecionada ao Mestrado Integrado em Arquitetura, da Escola de Arquitetura/UMinho)

quarta-feira, abril 21, 2021

Turismo médico – uma nova oportunidade para o setor do turismo português?

          O que é o turismo médico? Ora, para quem não for familiarizado com a expressão poderá suscitar alguma confusão a associação do termo "médico" ao turismo. No entanto, o turismo médico movimenta milhões de pessoas todos os anos, sendo assim oportuno esclarecer acerca do que constitui esta potencialmente invulgar forma de turismo.

Turismo médico é o termo usado para descrever viagens internacionais com o objetivo de receber cuidados médicos. Este tipo de turista pode procurar atendimento médico no exterior por numerosos motivos, como redução de custos, recomendação de amigos ou familiares, oportunidade de combinar atendimento médico com destino de férias ou receber um procedimento ou terapia não disponível no seu país de residência. O turismo médico é um mercado mundial multimilionário que continua a crescer ano após ano, sem dar sinais de abrandar (Centers for Disease Control and Prevention, 2021).

Portugal inspira confiança nos turistas e é cada vez mais procurado para este tipo de atividade. Para muitos, os cuidados de saúde portugueses são uma alternativa com uma excelente relação qualidade-preço: a hospitalidade, o clima, o contacto direto com a natureza e a hotelaria portuguesa são outros aspetos apontados para o caráter gratificante da experiência, assim como qualidade, inovação e modernidade, segundo o website da Medical Tourism in Portugal (2021), que permitem ao turista usufruir simultaneamente do vasto leque de serviços prestados, desde a oftalmologia à cirurgia plástica, segundo o mesmo website.

A saúde portuguesa está ao nível do que de melhor há. Por isso, falar em turismo médico em Portugal é ter a certeza que se pode confiar na oferta existente, no diagnóstico e nas aptidões dos técnicos de saúde numa moderna rede de hospitais e clínicas que abrangem todo o país (Visit Portugal, 2021). Porém, Portugal ainda tem um longo caminho até chegar ao topo mundial. O Medical Tourism Index 2020-2021 classifica as perceções americanas de 46 destinos internacionais de saúde, com o primeiro lugar a pertencer ao Canadá, seguindo-se Singapura, Japão, Espanha, Reino Unido, Dubai, Costa Rica, Israel, Abu Dhabi e India.  

               Ora, será de referir que o turismo médico não vem sem os seus riscos. Relatórios contínuos de infeções e outros eventos adversos após procedimentos médicos ou odontológicos no exterior servem como uma lembrança disso mesmo. Estes riscos são mitigados quando as instalações têm acreditação internacional, mantêm políticas formais de segurança de registos médicos, entre outros fatores. Os turistas médicos também devem estar cientes de que os medicamentos, produtos e dispositivos usados podem não estar sujeitos ao escrutínio e supervisão regulatórios efetuados no seu país de origem. Além disso, alguns medicamentos podem ser falsificados ou ineficazes (por exemplo, vencidos, contaminados ou armazenados incorretamente).

As possíveis complicações infeciosas associadas a procedimentos médicos realizados fora da Europa incluem variadíssimos tipos de infeções: feridas, infeções da corrente sanguínea, derivadas de doadores e aquisição de patogénicos transmitidos pelo sangue, incluindo hepatite B, hepatite C e HIV. O risco de ser infetado por organismos resistentes a antibióticos é mais elevado em certos países, e o tipo de patogénio mais comum varia de região para região.

Assim sendo, o turismo médico pode ter tanto vantagens como desvantagens, estando na responsabilidade do individuo, no entanto, fazer a sua investigação minuciosa sobre o tipo de serviço médico que pretende, quais os riscos associados, assim como se instituições prestadores de serviços são seguras.

Atualmente, os bloqueios decorrentes da propagação da pandemia, as restrições de viagens em todo o mundo e o cancelamento de todas as cirurgias não urgentes resultaram no adiamento dos procedimentos médicos para pacientes internacionais que chegam normalmente ao nosso país, impactando o setor. No entanto, com a flexibilização das restrições a viagens e as atividades económicas a voltar ao normal, espera-se que a recuperação setorial aconteça.

Do ponto de vista da economia portuguesa, no entanto, esta atividade mostra-se como uma alternativa favorável para promover o turismo e a imagem de Portugal como um País de Excelência em termos de capacidade de satisfazer a procura do Turismo Médico Internacional, especialmente após a violenta quebra de receitas em 2020. Muitos são os países, como é o caso da índia, que veem neste tipo de turismo o futuro do setor. Na minha opinião, Portugal deverá encarar esta atividade da mesma forma, publicitando-se com as suas forças: um serviço com o rigor, qualidade e certificação europeias, e, à boa maneira portuguesa, facilitando um período de repouso tranquilo, plantado à beira-mar.

 

Cecília Teixeira

Referências utilizadas:

Medical Tourism in Portugal. (2021). Disponível em:  https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/turismo-medico-em-portugal

Centers for Disease Control and Prevention. (2021). Yellow Book. Chapter 9. Travel for Work & Other Reasons. Medical Tourism. Disponível em: https://wwwnc.cdc.gov/travel/yellowbook/2020/travel-for-work-other-reasons/medical-tourism#:~:text=Medical%20tourists%20may%20pursue%20medical,a%20procedure%20or%20therapy%20not

Medical Tourism Index 2020-2021. (2021). Disponível em: https://www.medicaltourism.com/mti/home

Visit Portugal. (2021). Disponível em: https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/turismo-medico-em-portugal

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)

Turismo Rural durante a pandemia COVID-19

Na literatura europeia, o turismo rural é visto como todo o turismo feito num espaço rural (Candiotto, 2010). No entanto, existem autores que defendem que é necessário diferenciar turismo rural de turismo no espaço rural. Aqui, considero que turismo rural é todo o turismo feito num espaço rural.

De uma forma ou outra, todos os setores de atividade sentiram o impacte da covid-19. A mudança do presencial para o online é um fenómeno que passou a ser quase que obrigatório para muitas funções. Curiosamente, o turismo rural foi dos poucos setores que conseguiu ser beneficiado durante o verão de 2020. Penso que o mesmo se repetirá em 2021. Embora exista plano de vacinação a decorrer, as restrições para as viagens internacionais irão provavelmente manter-se e, por consequência, o turismo dentro do país de residência deverá ter um maior impacte. O turismo rural apresenta-se como uma alternativa saudável, sustentável e segura. As famílias, como em 2020, irão optar por usufruir das suas férias num ambiente relaxado, agradável e apelativo, como são os proporcionados pelos alojamentos locais.

Portugal tem locais incrivelmente belos para se fazer turismo rural. Temos o exemplo de Vila Verde, em Braga, que permite ao turista conhecer mais sobre o artesanato português. Mirandela, que todos conhecemos pela sua gastronomia, é também um local de património cultural e natural de alta qualidade.

O turismo rural tem sofrido um crescimento considerável nos últimos anos. Segundo a PORDATA, o número de dormidas nos estabelecimentos de turismo de habitação e de turismo no espaço rural aumentou de 1.272,3 milhares (2015) para 1.964,8 milhares (2019). O número de quartos nos estabelecimentos de turismo de habitação e de turismo no espaço rural duplicou num espaço de dez anos, tendo sido registados quase 12000 quartos em 2019. São valores impressionantes, e que mostram que o turismo rural é uma tendência que está cada vez mais a ganhar tração na mente das pessoas. Num contexto de Covid-19, isso acontece ainda mais.

No verão passado, o turista português foi o principal responsável pelo aumento do turismo rural em Portugal. E, como disse anteriormente, este ano é provável que aconteça o mesmo.

É necessário apoiar este setor, promover os transportes para o interior e incentivar a deslocação para esses territórios. A meu ver, o rio Douro não precisa de mais uma ponte, mas o interior necessita de mais promoção e apoios. O grosso dos investimentos é feito nas grandes cidades do litoral. Não se pode esperar que o interior se desenvolva apenas com o crescimento do turismo rural. O litoral de Portugal é belo e rico, mas também o é o interior. De norte a sul do país, Portugal tem tanto de quantidade como de qualidade no que diz respeito a turismo rural. A Forbes tem, inclusive, uma lista dos 10 melhores locais para turismo rural em Portugal.

Em suma, em contexto de pandemia, não é preciso arriscar ou desanimar. Temos a opção do turismo rural, que se apresenta como um candidato perfeito para qualquer turista.


Daniel Brito

Referências:

Candiotto, L. Z. P. (2010). Elementos para o debate acerca do conceito de turismo rural. Revista Turismo em Análise21(1), 3-24.

 Grupo Mercal. Retirado em https://mercal.pt/turismo-rural-em-portugal/ (último acesso 16/04/2021).

PORDATA. Retirado em https://www.pordata.pt/Portugal (último acesso 17/04/2021).

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)

sexta-feira, abril 16, 2021

Quem tira a Páscoa a um bracarense, tira-lhe tudo!

Caminhar pelas ruas de Braga é caminhar envolta numa tradição secular que tanto carateriza a cidade enquanto local historicamente religioso. Em cada canto, uma igreja. Em cada rua, um pormenor de Fé. A cada passo, um percurso ímpar por uma das cidades cristãs mais antigas do Mundo. Conhecida como a “Cidade dos Arcebispos”, Braga tem-se tornado num imponente local que alia a tradição à prosperidade e sabe como tirar proveito do melhor dos dois mundos. É por isso que hoje lhe falo sobre a Semana Santa de Braga.

Esteja onde estiver, se segue a religião Católica, é muito provável que já tenha ouvido falar desta iniciativa bracarense. As ruas lotadas ao longo dessa semana espelham na perfeição o dom do bem receber minhoto que atrai turistas dos quatro cantos do Mundo com o desejo de experienciar o ambiente pascal na “Roma Portuguesa”. Faz sentido. Como a Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa de Braga descreve: Braga é o “cenário preferencial da vivência da Paixão de Jesus Cristo em Portugal”[1], sendo que esta celebração é “a mais famosa Semana Santa de Portugal e uma das mais significativas de todo o mundo cristão”[2].

O resultado desta histórica e solene tradição é óbvio: um significativo lucro para a cidade ao nível da cultura, comércio, indústria, empreendedorismo e serviços que anualmente aumentavam de forma muito clara. Depois de em 2017 ter gerado um impacte económico de 9.5 milhões[3], esta Semana, em 2019, gerou cerca de 15 milhões de euros de receitas[4]. Até que, quando tudo parecia correr de vento em popa, veio a pandemia.

Pelo segundo ano consecutivo, o coração do Minho teve de se adaptar às consequências do vírus que estagnou todas as vidas a nível mundial. Com prejuízos de milhões de euros, que, obviamente, se refletem na qualidade de vida das pessoas, a Arquiodiocese de Braga não baixou os braços e procurou inovar com eventos online.

Faltou a emoção peculiar das procissões, a lágrima que cai na Procissão do Enterro do Senhor enquanto estamos rodeados de um silêncio insurdecedor e vemos as bandeiras e estandartes em arrasto pelo chão, o olhar de misericórdia na Procissão do Senhor “Ecco Home” e a memorável e emblemática Procissão da Nossa Senhora da Burrinha.

Mas a Fé esteve presente em formato virtual para quem quis acompanhar não só as procissões noturnas, que foram destemidamente adaptadas para sessões de apresentação de contexto histórico e mensagens catequéticas, como também as celebrações religiosas.

Viveu-se a Semana Santa de Braga num cenário bem diferente do que as ruas e as pessoas minhotas e estrangeiras estão habituadas. Enquanto bracarense sinto de perto que esta mudança é um explícito retrato dos tempos em que vivemos, onde a tradição dá as mãos à inovação e se constroem feitos surpreendentes, num claro respeito pela cidade, pela sua história, pelos seus habitantes e por quem quer visitar ou regressar a Braga.

 

Diana Alves

Referências Bibliográficas:

https://semanasantabraga.com/wp-content/uploads/2020/02/Brochura_SSBraga2020_web.pdf

https://semanasantabraga.com/semana-santa/boas-vindas/

https://diariodominho.sapo.pt//storage/2018/03/dm180309net.pdf

https://www.facebook.com/municipiodebraga/posts/4236316953066126


[1] https://semanasantabraga.com/wp-content/uploads/2020/02/Brochura_SSBraga2020_web.pdf

[2] https://semanasantabraga.com/semana-santa/boas-vindas/

[3] https://diariodominho.sapo.pt//storage/2018/03/dm180309net.pdf

[4] https://www.facebook.com/municipiodebraga/posts/4236316953066126

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)

O impacte da covid-19 nas bandas filarmónicas nos Açores?

As bandas filarmónicas são grandes promotores da cultura na Região Autónoma dos Açores, existindo atualmente 103 bandas, algumas com mais de 100 anos de existência. Em média, cada freguesia Açoreana possui 0,66 bandas, ou seja, cerca de uma banda por freguesia, existindo casos em que  existe mais do que uma, promovendo assim “rivalidades” entre as mesmas. Estas são formadas por tocadores amadores, das faixas etárias dos 8 aos 80 anos.

O surgimento destas bandas filarmónicas, entre os meados do século XIX e o século XX, deve-se há influencia das charangas militares. Por esta razão as fardas das filarmónicas são semelhantes ao fardamento militar, apesar de nos últimos anos o cenário ter vindo a modificar-se. No fardamento, os elementos que não têm sofrido alterações são o seu símbolo e o estandarte, que representam a coletividade e que são únicos a cada um dos grupos musicais.

Como mencionado anteriormente, estas filarmónicas são formadas maioritariamente por amadores, tendo por vezes, no máximo, um ano de formação em educação musical. Isto era a norma no século passado, sendo apenas necessário o gosto pela música ou pelo convívio para entrar num grupo destes mas, atualmente, as gerações mais novas já possuem mais conhecimentos musicais e são encorajadas a adquirir mais conhecimento nesta área. Estas bandas são compostas por um grupo bastante heterogéneo, quer em idade, quer em tipo de instrumentos. A maioria destas bandas é composta por instrumentos de sopro e precursão e, em alguns casos, instrumentos de cordas.

Estes grupos musicais desempenham um papel importante a nível social e cultural no arquipélago, fazendo parte do património desta região, representando a essência e a identidade do povo Açoreano. Os grupos participam em várias festividades profanas e religiosas, tendo uma agenda preenchida de arraiais todo o ano, não existindo nenhuma festa na Região Autónoma dos Açores que não tenha a participação de uma banda filarmónica. Estas são dinamizadoras da cultura, organizando várias festividades, como é o caso da Rainha Santa Isabel, na quinta das rosas, na ilha do Pico, e da festa de Nossa Senhora da Barca, também na mesma ilha. Para além disto, as filarmónicas participam em intercâmbios com outras bandas, nos quais existe partilha de tradições, costumes e produtos gastronómicos (vinhos, queijos, licores), dando a conhecer os produtos da região e havendo assim um desenvolvimento económico e local em volta dos mesmos.

Estas bandas, como referido anteriormente, têm uma agenda muito preenchida, o que lhes permite conseguir gerir a coletividade sem muitas dificuldades a nível monetário. Com o cenário que  presenciamos desde o ano passado, quando nos vimos impedidos de organizar festas profanas e religiosas por causa da covid-19, esta gestão financeira atingiu alguns obstáculos, sendo que muitas destas coletividades tiveram uma grande redução nas suas receitas. Apesar deste panorama, a região autónoma dos Açores não tem sofrido tanto como Portugal continental, acabando por se realizarem algumas festividades de caráter religioso dos padroeiros mais cultivados e que mais pessoas movimentam, tanto das diversas ilhas dos Açores, como da América do Norte e de outros sítios, pelo menos no caso da ilha do Pico, mas sem o aparato dos anos anteriores.

Por fim, a Covid trouxe muitas consequências para estas bandas filarmónicas, isto porque sem arraiais não há receitas, vendo-se afogar em dívidas para pagar as despesas das suas sedes, o arranjo de instrumentos, e a precisar de ajuda do Governo Açoreano para se manterem. Este cenário, a longo prazo, pode significar o desaparecimento destes grupos e de muitas das tradições que eles transmitem. Em consequência deste cenário, ficam algumas questões no ar sobre o impacte que a Covid-19 terá, a longo prazo, nestes grupos, nomeadamente: se o turismo religioso irá diminuir ou morrer com a extinção das bandas? Isto porque a maior parte das festas religiosas centram-se na participação das filarmónicas, beneficiando com as mesmas. O futuro destes grupos ainda é muito incerto, tal como o das festividades.


Catarina Medeiros

Referências

Costa, M. D. (2012). POLÍTICAS CULTURAIS NOS AÇORES (1976-2008). OS MUSEUS DA ADMINISTRAÇÃO REGIONAL E O SEU PAPEL NA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À CULTURA. Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. doi:https://recil.grupolusofona.pt/bitstream/10437/4699/1/Miguel%20Costa%20-%20Pol%C3%ADticas%20Culturais%20nos%20A%C3%A7ores%20%281976-2008%29.pdf

Governo DOS AÇORES - SECRETARIA regional da educação, Ciência e Cultura - Direção regional da Cultura. doi:http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/default.aspx?id=6812

Lopes, A. R. (2012). FILARMÓNICA RECREIO DOS ARTISTAS: PROCESSOS DE SOCIABILIDADE EM CONTEXTOS DE EXIBIÇÃO E PERFORMANCE. UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA. doi:https://run.unl.pt/bitstream/10362/7679/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20Mestrado.%20Mar%C3%A7o%202012.pdf

RTP. Filarmónicas Paradas TEMEM pelo futuro. doi:https://www.rtp.pt/acores/covid-19/filarmonicas-paradas-temem-pelo-futuro-_65829

Russo, S. B. (2007). AS BANDAS FILARMÓNICAS ENQUANTO PATRIMÓNIO: UM ESTUDO DE CASO NO CONCELHO DE ÉVORA . INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA. doi:https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/1155/1/BANDAS%20FILARM%C3%93NICAS%20ENQUANTO%20PATRIM%C3%93NIO.pdf

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)

quarta-feira, março 24, 2021

As implicações da Covid-19 no panorama do mercado imobiliário português em 2020

  Neste primeiro ano de pandemia em Portugal, a COVID-19 marcou a economia com a maior quebra de que há registo. A paralisação ou restrição de grande parte das atividades dos mais variados setores (excluindo a saúde ou o alimentar de primeira necessidade) criou um impacte económico que pode ser traduzido pelos seguintes tópicos: 

i) Em 2020, o PIB caiu 7,6%

ii) Turismo com menos 63% de dormidas

iii) Mais 11 400 trabalhadores desempregados

iv) 'lay-off' simplificado de 2020 abrangeu 897 mil trabalhadores e 110 mil empresas

v) Desceram vendas no comércio a retalho

vi) Mais beneficiários do RSI

Estes fatores acabam por influenciar o mercado imobiliário português. Em termos de vendas, o mercado imobiliário em Portugal não tem ainda públicos resultados concretos do impacte da pandemia, pelo que tem sido mais à base da especulação, no entanto, no mercado de arrendamento já há material mais palpável para análise dos efeitos do COVID-19.

Quanto ao mercado de venda em Portugal, aparece num estudo realizado no idealista.pt por Tânia Ferreira, que afirma que: “Em algumas das maiores cidades de Portugal, como Lisboa e Porto, o preço unitário dos imóveis à venda ainda se encontra bastante estável. Uma das consequências mais evidentes da Covid-19 nessas cidades foi a redução de imóveis em oferta no mercado e, consequentemente, os preços ainda não caíram, pelo contrário, aumentaram ligeiramente. Lisboa foi a única cidade com uma procura acima da média do país. Também podemos observar um deslocamento da procura para as periferias das principais cidades”.

Quanto ao mercado de arrendamento, o maior fator influenciador foi o Turismo, com a sua queda de 63% nas dormidas no país. Esta falta de procura, aliada a não se terem colocado estas unidades de arrendamento a curto prazo no mercado de arrendamento de longo prazo, fez com que o stock não aumentasse como era esperado. Diz-se também no estudo realizado pelo Idealista que “muitos proprietários e empresários preferem esperar para ver o que acontece no mercado, simplesmente retirando os seus imóveis do mercado, ou mais recentemente adaptando seus negócios e colmatando a necessidade de alojamento para estudantes".

Um facto interessante em relação ao arrendamento em Portugal durante a pandemia é que com a restrição de movimentação apenas em território nacional, em conjunto com o respeito pelas indicações para se manter uma distância social maior, o arrendamento de casas de família no interior do país nos meses de verão foi o nicho específico mais beneficiado no mercado.

 

Manuel Romão

Referências:

DN. 2021. A pandemia e os trágicos números da economia portuguesa. [online] Available at: <https://www.dn.pt/sociedade/a-pandemia-e-os-tragicos-numeros-da-economia-nacional-13480491.html

Ferreira, T., 2021. O impacto da Covid-19 no mercado imobiliário no sul da Europa. [online] idealista.pt/news. Available at: <https://www.idealista.pt/news/imobiliario/habitacao/2020/11/03/45143-impacto-da-covid-19-no-mercado-imobiliario-no-sul-da-europa>


(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Urbana”, lecionada ao Mestrado Integrado em Arquitetura, da Escola de Arquitetura/UMinho) 

terça-feira, março 23, 2021

Turismo em tempos de COVID

Inicialmente, o vírus era visto como um problema apenas chinês, e, mais tarde, do Sudeste Asiático. No entanto, devido a uma combinação de diferentes fatores, a epidemia espalhou-se rapidamente para outras partes do mundo e foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como uma pandemia (Piper, 2020). A interconexão existente entre os países obviamente facilitou esta expansão. Atualmente, já se registaram mais de 123 milhões de pessoas infetadas por todo o mundo, 21 milhões destes casos ainda se encontravam ativos a 21 de março de 2021 (Worldometer, 2021).

Diversos países afetados optaram por impor medidas de contenção, nomeadamente controlos sobre viagens, e sobre encontros sociais e atividades comerciais, de forma a retardar a propagação do vírus e achatar a curva, ou seja, diminuir a taxa de novas infeções para evitar sobrecarregar os sistemas de saúde. Foram também projetadas medidas para proteger indivíduos imunologicamente comprometidos, tratar vítimas e obter imunidade de grupo, isto é, um número suficientemente grande de indivíduos recuperados ou protegidos do vírus e, portanto, imunes para impedir a propagação contínua e efetiva do mesmo (Guan, Wang, Hallegatte, Davis, Huo, Li, Bai, Lei, Xue, Coffman, Cheng, Chen, Liang, Xu, Lu, Wang, Hubacek & Gong, 2020).

Janeiro foi o pior mês destes tempos que se fazem sentir no mundo, com Portugal a tomar o primeiro lugar em número de infeções (Lusa, 2021). A solução foi confinar em nome da saúde pública, mas a que custo?

Estar fechado um dia inteiro em casa, sabendo que só podemos sair em necessidade extrema, dá uma quota-parte negativa à nossa vida.  Já todos ouvimos falar daqueles planos de exercício físico online, mas já estamos fartos de os fazer. Levar o cão à rua já não parece ser o suficiente para espairecermos as ideias. O estar constantemente fechado em casa, vinte e quatro horas sobre vinte e quatro horas, sete dias por semana, dá uma sensação de não haver um amanhã. A repetição do quotidiano traz um cansaço psicológico, assim como o enclausuramento de agregados de família inteiros forçados a passar todos os seus dias em extrema proximidade.

Enquanto as precauções para cuidar da nossa saúde física são importantes, é importante reconhecer maneiras de proteger a sua saúde mental e emocional dos muitos stresses da pandemia. Tirar uma pequena folga ou pausa (mesmo se não estiver a ir fisicamente a um lugar diferente) pode ser benéfico para a sua saúde. Com o turismo tradicional impossibilitado, muitas pessoas viram-se para novas formas de turismo para aliviar o stress, fugir à rotina e recuperar energias, alterando a tipologia do turista. Conceitos como staycation, workcation, nano-breaks e turismo virtual têm aumentado de popularidade (Mishra & Talwar (2020); Menjivar (2020)).

Staycation consiste em tirar férias na sua própria cidade, enquanto uma workcation significa tirar férias enquanto continua a trabalhar remotamente. Assim, se está a trabalhar remotamente, porque não aproveitar para trabalhar num ambiente diferente, talvez mais espaçoso, com comida típica que aprecie ou que deseja experimentar? Se tem uns dias de descanso, porque não ser turista na própria cidade e redescobrir a mesma com novos olhos? Nano-breaks, como o nome indica, são viagens de curta duração, normalmente de apenas uma noite. Este conceito significa que o simples ato de ir de férias, ainda que apenas por uma noite, é relaxante.

No entanto, estas opções não são viáveis para todas as pessoas. A crise económica despontada pela pandemia pode ter trazido complicações financeiras, ou a existência de um membro do agregado familiar de idade avançada ou de alto risco pode tornar a ideia de umas férias, ainda que perto de casa, demasiado arriscada para muitas famílias. A boa notícia é que pode ainda ter férias divertidas e gratificantes sem sair de casa, com o turismo virtual.

 

Cecília Teixeira

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)

segunda-feira, março 22, 2021

O TURISMO E O MUNDO PÓS-COVID: UMA REFLEXÃO

       O processo de desconfinamento pelo qual estamos a passar mais uma vez faz emergir reflexões acerca do futuro próximo. Como será o mundo pós-covid-19? Como ficaremos após uma estrutura biológica aparentemente tão simples, como um vírus, ter estado a ceifar tantas vidas no mundo e colacar economias em crise?

A vacina torna-se uma luz no fim de um túnel que cada vez se estende mais ao longo de 2021. Enquanto ficamos a esperar o tão aguardado fim, um ano já se passou no meio de confinamentos, redução drástica da mobilidade, distanciamento social, abertura e fecho de lojas e do comércio, em geral, além de uma série de normas de higiene e segurança que transformaram atividades banais, como uma simples caminhada, em algo complexo e, até mesmo, perigoso.

Nesse contexto pandémico, como pensar o turismo? Não apenas em tempo de pandemia, mas pó-crise sanitária? A atividade, tão importante para dinamizar a economia de vários países do mundo, passou por uma queda drástica não só em função das novas regras estabelecidas pela medicina, mas da redução da mobilidade a nível mundial, com o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas para controlo do vírus.

A título de exemplo, podemos pensar no caso de Portugal. Ao longo da última década, o turismo ganhou papel predominante, criando uma forte dependência do país da receita turística. O setor estava em crescimento até ao início da COVID-19, quando somente no ano de 2020 sofreu uma perda superior a 17 milhões de turistas, de acordo com o INE. As perdas refletem a fala do presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, em entrevista concedida à seção de economia do jornal O Sapo (22/01/2021), no qual afirma que o setor de turismo foi um dos mais prejudicados de todos, com empresas que não conseguirão sobreviver e outras que estão com sua “tesouraria num estado dramático”. Nesse sentido, vem sendo discutido o uso de boa parte do fundo de recuperação europeia contra a COVID-19 no setor turístico, pois, de acordo com Luís Pedro Martins, quando este setor se recupera leva a reboque outros.

Entretanto, passando ao largo da questão económica propriamente dita, pensemos na oferta turística, pois esse setor, por ser um produto compósito, necessita de uma multiplicidade de atividades e agentes para se desenvolver. A crise sanitária pela qual estamos passando força uma revisão de tudo o que foi feito até agora. Os especialistas apontam uma retoma por meio da promoção do turismo local, com viagens domésticas e regionais que promovam a sustentabilidade. Os destinos vinculados à natureza vêm ao encontro desse novo momento, bem como a busca de destinos mais seguros e sítios menos conhecidos. Assim, o setor vai se redesenhando com base nas novas necessidades, exigências e novos perfis de consumidores.

Na esteira desse pensamento, temos ainda o turismo dos grandes centros urbanos que anteriormente à covid-19 estavam passando por um processo de massificação e debate envolvendo o desdobramento disso. Tais destinos, em um mundo pós-pandemia, serão ainda atrativos? Ou melhor, poderão comportar esse grande número de turistas? Repensar a sua dinâmica seria a melhor solução e, de acordo com a matéria veiculada pelo jornal Expresso em 25 de novembro de 2020, isso já está a acontecer. Mesmo com a crise económica, algumas cidades já estão buscando soluções que estão vinculadas ao controlo do número de visitantes e criação de rotas alternativas em sítios próximos. Dessa forma, a cidade mantem o turista por mais uma noite, reduzindo o volume total de visitantes, desafoga o centro histórico e equipamentos culturais e promove o desenvolvimento de lugares próximos que antes não eram atrativos.  

A recuperação dos destinos turísticos já existentes, bem com a criação de novos deverá vir acompanhada de um sólido projeto que envolva a iniciativa pública, privada e, principalmente, a população local. Pensar no turismo em um mundo pós-covid é saber que as necessidades e os desafios poderão ser diferentes, cabendo ao setor pensar soluções que estejam de acordo com essa nova realidade.

 

Ana Carolina Viana Guimarães

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)

Os problemas das Megalópolis

Uma megalópolis é um conjunto de cidades que se caracterizam pelo seu número elevado de habitantes, um número que tende a crescer e, pela sua atividade económica, atrai habitantes devido à sua atividade industrial e elevada concentração de investimentos. É uma região com um grande fluxo de informação e comunicação, com uma elevada densidade urbana, circulação de mercadorias, sistema de transportes e o desenvolvimento de áreas industriais, comerciais e residenciais. Estes fatores atraem a população para aquela área territorial, levando a um crescimento populacional numa determinada área surgindo as megalópolis.

Megalópolis no mundo

As principais megalópolis do situam-se no Japão, com cerca de 80 milhões de habitantes, composta por Tóquio, Kawasaki, Nagoya, Quioto, Kobe, Nagasaki e Osaka,  Estados Unidos, com cerca de 50 milhões de habitantes, BosWash composta por Boston, Nova Iorque, Filadélfia, Baltimore e Washington D.C., e, por fim Brasil, com cerca de 42 milhões de habitantes, Rio-São Paulo, composta por São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, Santos, São José dos Campos, Sorocaba, Duque de Caxias, Volta Redonda, Petrópolis e Niterói.

Que problemas apresentarão as Megalópolis?

Num território com uma grande concentração de população surgem problemas que muitas vezes são difíceis de resolver nos países mais pobres devido à falta de recursos económicos dos mesmos. Tem sido constatado que é nos países mais pobres que as megalópolis mais crescem, tornando mais difícil satisfazer as necessidades públicas, como falta de saneamento, entre outros.

As Megalópolis, devido à sua elevada densidade populacional, apresentam problemas de grandes dimensões, como o trânsito, falta de estacionamento para os carros, falta de serviços de recolha de lixo e a segregação de bairros. Este último ponto deve-se a uma falta de comunicação entre ricos e pobres, causando uma fragmentação entre os mesmos e levando a um isolamento da parte pobre da população, o que tem como consequência o aumento de agressões.

Um dos problemas referidos anteriormente, nestes territórios com milhões de habitantes, é a grande quantidade de lixo produzida. Tendo como exemplo o Rio de Janeiro, a produção de lixo é um problema com consequências graves, como a epidemia de dengue. Os habitantes mais pobres são os que mais sofrem com a degradação ambiental, pois não têm recursos para melhorar as suas habitações nem para aceder a um serviço de saúde.

Na Cidade do México, a grande densidade populacional tem como consequência uma elevada quantidade de carros a transitar na rua, o que já levou à suspensão de atividades “desportivas, culturais e cívicas nas escolas” devido aos altos níveis de ozono. A poluição do ar na capital do México tem vindo a diminuir, mas os níveis de ozono ainda estão acima dos limites permitidos (https://www.rtp.pt/noticias/mundo/cidade-do-mexico-ativa-alerta-ambiental-devido-a-altos-niveis-de-ozono_n1080344).

Um dos mais recentes problemas das Megalópolis é a Covid-19. Os territórios com mais população são aqueles que apresentam mais dificuldades em combater o vírus, que se alastra mais rapidamente em áreas com maior concentração de pessoas. “Com uma população cada vez mais urbana, podemos e devemos discutir o papel das grandes cidades na economia, nas conquistas, nos benefícios e nos problemas do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (ONU), atualmente 55% da população mundial vive em áreas urbanas e a expectativa é de que esta proporção aumente para 70% até 2050” (fronteiras.com/artigos/urbanizacao-os-problemas-e-as-solucoes-das-metropoles).

 

Soraia Matilde Pereira Silva

Webgrafia de apoio: 

https://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaHumana/Urbanizacao/urbanizacao4.php

https://www.camara.leg.br/noticias/116795-painel-discute-problemas-das-megalopoles/

http://www.xienanpur.ufba.br/231.pdf

https://www.revistamilitar.pt/artigo/395

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/cidade-do-mexico-ativa-alerta-ambiental-devido-a-altos-niveis-de-ozono_n1080344

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/megalopoles.htm

https://www.observatoriodasmetropoles.net.br/megarregiao-rio-de-janeiro-sao-paulo-metropolizacao-do-espaco-e-integracao-global/

https://querobolsa.com.br/enem/geografia/megalopoles

https://www.fronteiras.com/artigos/urbanizacao-os-problemas-e-as-solucoes-das-metropoles

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Urbana”, lecionada ao Mestrado Integrado em Arquitetura, da Escola de Arquitetura/UMinho)