Neste primeiro ano de pandemia em Portugal, a COVID-19 marcou a economia com a maior quebra de que há registo. A paralisação ou restrição de grande parte das atividades dos mais variados setores (excluindo a saúde ou o alimentar de primeira necessidade) criou um impacte económico que pode ser traduzido pelos seguintes tópicos:
i) Em 2020, o PIB caiu 7,6%
ii) Turismo com menos 63%
de dormidas
iii) Mais 11 400
trabalhadores desempregados
iv) 'lay-off'
simplificado de 2020 abrangeu 897 mil trabalhadores e 110 mil empresas
v) Desceram vendas no
comércio a retalho
vi) Mais beneficiários do
RSI
Estes
fatores acabam por influenciar o mercado imobiliário português. Em termos de
vendas, o mercado imobiliário em Portugal não tem ainda públicos resultados
concretos do impacte da pandemia, pelo que tem sido mais à base da especulação,
no entanto, no mercado de arrendamento já há material mais palpável para
análise dos efeitos do COVID-19.
Quanto
ao mercado de venda em Portugal, aparece num estudo realizado no idealista.pt
por Tânia Ferreira, que afirma que: “Em algumas das maiores cidades de
Portugal, como Lisboa e Porto, o preço unitário dos imóveis à venda ainda se
encontra bastante estável. Uma das consequências mais evidentes
da Covid-19 nessas cidades foi a redução de imóveis em oferta no mercado
e, consequentemente, os preços ainda não caíram, pelo contrário, aumentaram
ligeiramente. Lisboa foi a única cidade com uma procura acima da média do país.
Também podemos observar um deslocamento da procura para as periferias das
principais cidades”.
Quanto
ao mercado de arrendamento, o maior fator influenciador foi o Turismo, com a
sua queda de 63% nas dormidas no país. Esta falta de procura, aliada a não se
terem colocado estas unidades de arrendamento a curto prazo no mercado de
arrendamento de longo prazo, fez com que o stock
não aumentasse como era esperado. Diz-se também no estudo realizado pelo
Idealista que “muitos proprietários e empresários preferem esperar para ver o
que acontece no mercado, simplesmente retirando os seus imóveis do mercado, ou
mais recentemente adaptando seus negócios e colmatando a necessidade de
alojamento para estudantes".
Um
facto interessante em relação ao arrendamento em Portugal durante a pandemia é
que com a restrição de movimentação apenas em território nacional, em conjunto
com o respeito pelas indicações para se manter uma distância social maior, o
arrendamento de casas de família no interior do país nos meses de verão foi o
nicho específico mais beneficiado no mercado.
Manuel
Romão
Referências:
DN.
2021. A pandemia e os trágicos números da economia portuguesa. [online] Available at:
<https://www.dn.pt/sociedade/a-pandemia-e-os-tragicos-numeros-da-economia-nacional-13480491.html
Ferreira, T.,
2021. O impacto da Covid-19 no mercado imobiliário no sul da Europa.
[online] idealista.pt/news.
Available at:
<https://www.idealista.pt/news/imobiliario/habitacao/2020/11/03/45143-impacto-da-covid-19-no-mercado-imobiliario-no-sul-da-europa>
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Urbana”, lecionada ao Mestrado Integrado em Arquitetura, da Escola de Arquitetura/UMinho)
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