domingo, março 21, 2021

O IMPACTE DO COVID-19 NO TURISMO: IMPACTES ESTIMADOS E PERSPETIVAS DE RECUPERAÇÂO

      O COVID-19 foi declarado como uma pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde) a 12 de março de 2020, com implicações consideráveis nos sistemas globais económicos, políticos e socioculturais. Assim, a atual situação mundial está a atingir drasticamente vários setores em diferentes proporções, como é o caso do turismo.

Sendo o turismo uma indústria altamente vulnerável e dependente de vários fatores, tais como ambientais, políticos e socioeconómicos, os impactes inerentes ao surto de COVID-19 vieram provar que esta crise é diferente e pode evidenciar mudanças estruturais e transformacionais desmedidas, a longo prazo. Desta forma, o decréscimo na afluência do turismo, não só em Portugal mas também no mundo inteiro, está intrinsecamente ligado ao surgimento da COVID-19, isto é, este setor está a ter um impacte negativo que desafia esta área.

Como resposta à pandemia foram impostas medidas para combater esta situação que tiveram um impacte imediato e diminuíram a procura de serviços de turismo domésticos e internacionais, colocando barreiras no caminho do restabelecimento do setor, como por exemplo as restrições impostas às viagens, e o encerramento de empresas de turismo, que aliadas ao lento controlo do vírus e à diminuição da confiança por parte dos consumidores dificultam o processo de recuperação.

 De acordo com a McKinsey, existe um cenário de recuperação internacional otimista, conciliando a contenção do vírus através da implementação de medidas preconizadas pelas autoridades de saúde - distanciamento social, proibições de viagens e mobilidade, bloqueios comunitários, auto-quarentena ou quarentena obrigatória, interditação de aglomerações, entre outras – que, acompanhadas pela recuperação das economias, poderá conceder uma melhoria de 85% dos volumes de 2019 em 2021 e, posteriormente, uma recuperação total em 2023. No entanto, como cenário pessimista, existe a possibilidade dos níveis de 2021 não conseguirem ultrapassar 60% dos resultados obtidos em 2019, o que conduz ao prolongamento da recuperação[1].

Claramente que o agravamento da situação pandémica em Portugal, no início de 2021, onde este se tornou um dos países com piores resultados da Europa, diminuiu a esperança por parte dos trabalhadores do setor do turístico, entre outros. Assim, é possível que esta circunstância afete futuras perspetivas na regeneração do turismo, tendo este que repensar a sua definição e instaurar novas perspetivas para o sector, como, por exemplo, introduzindo provas de vinho online ou visitas virtuais.

 

Carolina Maia

[1]https://travelbi.turismodeportugal.pt/pt-pt/Paginas/COVID19-impactos-estimados-e-perspetivas-de-recuperacao.aspx

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)

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