O COVID-19 foi declarado como uma pandemia pela OMS (Organização Mundial de Saúde) a 12 de março de 2020, com implicações consideráveis nos sistemas globais económicos, políticos e socioculturais. Assim, a atual situação mundial está a atingir drasticamente vários setores em diferentes proporções, como é o caso do turismo.
Sendo
o turismo uma indústria altamente vulnerável e dependente de vários fatores,
tais como ambientais, políticos e socioeconómicos, os impactes inerentes ao
surto de COVID-19 vieram provar que esta crise é diferente e pode evidenciar
mudanças estruturais e transformacionais desmedidas, a longo prazo. Desta
forma, o decréscimo na afluência do turismo, não só em Portugal mas também no
mundo inteiro, está intrinsecamente ligado ao surgimento da COVID-19, isto é,
este setor está a ter um impacte negativo que desafia esta área.
Como resposta à pandemia foram impostas medidas para combater
esta situação que tiveram um impacte imediato e diminuíram a procura de
serviços de turismo domésticos e internacionais, colocando barreiras no caminho
do restabelecimento do setor, como por exemplo as restrições impostas às
viagens, e o encerramento de empresas de turismo, que aliadas ao lento controlo
do vírus e à diminuição da confiança por parte dos consumidores dificultam o
processo de recuperação.
De acordo com a McKinsey,
existe um cenário de recuperação internacional otimista, conciliando a contenção
do vírus através da implementação de medidas
preconizadas pelas autoridades de saúde - distanciamento
social, proibições de viagens e mobilidade, bloqueios comunitários,
auto-quarentena ou quarentena obrigatória, interditação de aglomerações, entre
outras – que, acompanhadas pela recuperação das
economias, poderá conceder uma melhoria de 85% dos volumes de 2019 em 2021 e,
posteriormente, uma recuperação total em 2023. No entanto, como cenário
pessimista, existe a possibilidade dos níveis de 2021 não conseguirem ultrapassar
60% dos resultados obtidos em 2019, o que conduz ao prolongamento da
recuperação[1].
Claramente que o agravamento da situação pandémica em Portugal, no início de 2021, onde este se tornou um dos países com piores resultados da Europa, diminuiu a esperança por parte dos trabalhadores do setor do turístico, entre outros. Assim, é possível que esta circunstância afete futuras perspetivas na regeneração do turismo, tendo este que repensar a sua definição e instaurar novas perspetivas para o sector, como, por exemplo, introduzindo provas de vinho online ou visitas virtuais.
Carolina Maia
[1]https://travelbi.turismodeportugal.pt/pt-pt/Paginas/COVID19-impactos-estimados-e-perspetivas-de-recuperacao.aspx
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2020/2021)
Sem comentários:
Enviar um comentário