Resumo
Escrever
sobre o legado de uma Capital Europeia da Cultura (CEC) tem revelado ser um
exercício difícil. Talvez por isso se tenha discutido e escrito pouco sobre
essa matéria, em Portugal. Atualmente, é feroz a competição entre cidades no
que diz respeito à captação de turistas e investimentos. Inúmeras cidades lutam
para ganhar protagonismo em termos culturais e para serem escolhidas pelos
turistas. Esta afrmação ganha relevo quando se pensa na vincada globalização e no
advir de várias crises que caraterizam o momento atual. Por essa razão se tem
afigurado tão estratégico sedear uma Capital Europeia da Cultura. Atentos a
isso, entendemos que fazia sentido investigar como as populações reagem a este
tipo de megaevento e como as cidades tiram proveito do seu acolhimento para se
requalificarem e equiparem, para se promoverem, e para captarem investimentos e
visitantes. Este artigo tem como principal objetivo fazer um breve retrato do
legado da CEC Guimarães 2012. Nesse retrato, usa-se uma abordagem quantitativa,
resultado da inquirição dos residentes, mas retém-se, igualmente, uma leitura
qualitativa, feita por um conjunto qualificado de atores locais. As
principais ilações a retirar dos inquéritos realizados exprimem-se na alteração
ao longo do tempo das perceções dos residentes dos impactes da CEC. Entretanto,
se o acolhimento da CEC fez crescer o número de visitantes, pouco do que estava
previsto em matéria de dinamização continuada da vida cultural da cidade terá
passado à prática.
Palavras-chave:
Capital Europeia da Cultura; Legado de Megaeventos; Promoção das Cidades;
Guimarães.
Paula Remoaldo
Lab2PT/ICS,
Universidade do Minho
José Cadima Ribeiro
NIPE/EEG,
Universidade do Minho
(Resumo de artigo entretanto publicado em Revista de Guimarães, Vol. 124/125
(2014/2015), 2017, págs. 81-86)
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