A Casa Oriental, fundada no ano de 1910, foi
uma das casas de comércio mais antigas da cidade invicta. Situada junto à Torre
dos Clérigos (mais concretamente na zona da Cordoaria), primitivamente inicia
por comercializar produtos das colónias africanas e orientais, tal como café,
chocolate e chás, sendo ainda possível verificar na sua fachada – considerada Património
da cidade - a sua representação de um cenário da África Colonial, sendo um ponto atrativo para
todos os visitantes e turistas que vêm visitar a cidade invicta. Contudo, no
presente, tudo o que resiste na casa oriente é somente a fachada histórica, já
que a loja sofreu uma grande inovação/desenvolvimento, tanto a nível de
marketing como a nível económico e criativo.
Recentemente, a empresa COMUR (Fábrica das
Conservas da Murtosa) inseriu-se na antiga Casa Oriental e, através das suas
latas de conserva, criou o conceito “O Mundo Fantástico da Sardinha Portuguesa”,
como homenagem «que há muito era devida a um dos peixes mais fantásticos do
Mundo e, de todos, o que mais histórias tem para contar» (Comur, 2017).
Tratando-se numa loja “típica” que se diferencia de todas as lojas existentes da cidade do Porto, este estabelecimento é dedicado sobretudo ao povo portuense - soalho típico português/portuense, criando a nostalgia dos soalhos das casas das nossas avós -, assim como a todos os portugueses e turistas que a queiram visitar. Ao ingressamos na mesma, através da sua decoração, obtemos a sensação de entramos num mundo encantado, tal como o conto da “Alice no País das Maravilhas”. Contudo, há quem afirme que nos dá a ilusão de um circo/feira popular, devido aos mini-carrosséis existentes no estabelecimento, e através da banda sonora cativante.
Rodeados de milhares de conservas de
sardinha, que se encontram impressas e datadas do ano de 1916 até ao ano
corrente - em cada lata encontra-se registado um momento histórico marcante
desse mesmo ano, mais o nascimento de duas personalidades mais relevantes nessa
data -, como é o exemplo da data de 1955, em que o acontecimento histórico
escolhido foi a campanha pelos direitos dos negros Americanos e o nascimento de
duas personalidades marcantes escolhidas, Bill Gates e Steve Jobs.
Como nos descreve o site oficial da Comum, «A loja propõe-se revisitar o último século
da história de Portugal e do Mundo, promovendo também com isso uma reflexão
sobre o último centenário das conservas de peixe em
Portugal» (Comur, 2017). Estas conservas são cada vez mais adquiridas
pelos turistas e visitantes da cidade, que acabam por adquirir mais que uma lata
para oferecer como prenda aos seus familiares e amigos ou até mesmo para eles
próprios, para zelar como lembrança dessa mesma viagem. Outro ponto alusivo nas lojas é o tema ligado “ao
valor da máquina do tempo” que, através do
seu relógio de cordas - que se encontra no teto da loja- e através da própria
farda dos funcionários que nos abordam de forma simpática, projeta-nos para as
viagens ao passado.
O estabelecimento a cada ano que passa, tem
surgido como um verdadeiro sucesso, atraindo genuinamente cada vez mais
turistas e visitantes portugueses, que revelam que a razão de ir à loja é a
atratividade da lata e também para provar pela primeira vez a
sardinha em conserva.
Graça
Cristina Pinto dos Reis
Referências bibliográficas
https://www.mundofantasticodasardinha.pt/
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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