O azulejo é uma peça de
cerâmica de pouca espessura, usualmente quadrada, em que uma das faces é
vidrada, resultado da cozedura de um revestimento geralmente denominado como
esmalte, que se torna impermeável e brilhante. A palavra azulejo vem da expressão árabe al-zuleique, palavra que significa pequena pedra lisa e polida.
A arte da azulejaria criou
raízes na Península Ibérica por influência dos árabes, após a conquista da
Península Ibérica pelos árabes, que trouxeram os mosaicos para adornar as paredes
dos seus palácios, dando-lhes brilho e ostentação. O estilo cativou espanhóis e
portugueses. Os artesãos pegaram na técnica mourisca de azulejaria e
simplificaram-na, adaptando-a aos padrões ocidentais. Os primeiros exemplares
usados em Portugal, os Hispano mouriscos, vieram nos
finais do século XV, de Sevilha, e serviram para ornamentar as paredes de
palácios e igrejas. Passados cerca de setenta anos, em 1560, começam a surgir
em Lisboa as oficinas de olaria, que
produziam azulejos segundo a técnica de faiança que fora importada de Itália.
A partir do século XIX, o
azulejo sai dos palácios e das igrejas e começa a ser usado nas fachadas dos
edifícios. No século XX, o azulejo começa a ser usado nas estações de caminho-de-ferro
e metro; alguns são assinados por artistas conhecidos.
O azulejo é um elemento
bastante popular da cultura artística portuguesa e um símbolo turístico muito
apreciado. Ornamentam janelas, estações
ferroviárias, paredes de casas e prédios ou templos.
Em Portugal, existem muitos lugares históricos com azulejos, como
por exemplo a estação de São Bento, no Porto, o Museu do Azulejo, em Lisboa, a
Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego, em Sintra, o Palácio Nacional de Sintra, o
Palácio nacional de Queluz, o Palácio Fronteira, a igreja de Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego.
Lisboa
tem um museu dedicado ao tema, o Museu Nacional do Azulejo, onde se pode
conhecer toda a sua história, a evolução técnica e artística, desde os
primeiros tempos até à produção contemporânea. A coleção do museu contém a
produção azulejar da segunda metade do século XV até à atualidade
O azulejo é um património
de interesse cultural e turístico para o nosso país pelo reconhecimento por
parte dos turistas que nos visitam, um bem verdadeiramente de valor universal.
É por isso que os azulejos, muitas vezes são roubados e vendidos aos turistas.
Para um português, os azulejos são uma coisa banal, pois estamos rodeados de
edifícios com fachadas dessa arte cultural, mas para um turista estrangeiro pode
ser uma arte pouco existente nos países deles, e é também uma recordação do
país que visitaram. Apesar de nos últimos dez anos os roubos de azulejos terem
diminuído bastante, ainda há igrejas e palácios que são vandalizados.
Em Lisboa, desde 2013, é
proibido demolir edifícios com fachadas de azulejos sem autorização prévia. Os
azulejos roubados costumam ser vendidos em feiras da ladra, com diversos
preços.
É importante ter atenção
a esse património, pois a deterioração dos edifícios, a realização de
intervenções desadequadas e o roubo e comercialização fazem com que se perca
muito do património artístico cultural. Sabemos que existem pessoas que viajam
para Portugal com o propósito de comprar azulejos. O turismo não só pode como
deve ajudar na resolução deste problema.
Criar uma base de dados
para o património cerâmico em Portugal e, também, a inclusão, nesta missão, dos
contributos que sustentem o reconhecimento público para as boas práticas de
salvaguarda, os projetos criativos e a edição de um guia nacional do azulejo
podem ajudar a preservar o património azulejar no país. O plano nacional
poderia ser desenvolvido através da cooperação de entidades públicas e
privadas, de especialistas, artistas e cidadãos.
Existe um website dedicado à salvaguarda e
valorização do património azulejar português: http://www.sosazulejo.com/. O Projeto “SOS
Azulejo” é uma iniciativa do Museu da Polícia Judiciária, e veio da necessidade
de diminuir os roubos e a destruição do património azulejar português.
Isa Micaela Guimarães da Silva
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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