O Turismo de Natureza, considerado
como um dos dez produtos estratégicos definidos no Plano Estratégico Nacional
do Turismo (PENT), divide-se em dois mercados, o de Natureza soft e o de Natureza
hard, sendo sem dúvida para
Portugal uma oportunidade de desenvolvimento dado o seu rico património
natural.
De acordo com Asesores en Turismo Hotelería y Recreación, S.A (THR), cerca de 80
% do total de viagens de Natureza baseia-se no conceito de “Natureza Soft”, isto é, experiências baseadas na
prática de atividades ao ar livre e, claro, de baixa intensidade, como, por
exemplo, passeios e percursos pedestres, excursões, observação da fauna, entre
outros que no fundo são atividades cujo principal objetivo é usufruir da
Natureza em si, vivendo experiências de grande valor simbólico. Como podemos
deduzir, este tipo de turismo é preferido por famílias com filhos, casais e
reformados, tal como defende o estudo elaborado por THR para o Turismo de Portugal.
No entanto, existe o turismo de
“Natureza hard” que apesar de
representar apenas 20% do total das viagens de Natureza é uma boa aposta, se desenvolvermos
atividades de especial interesse entre o desporto e a Natureza, tais como rafting, kayaking, hiking, climbing, birdwatching,
pois podem atrair muito mais a população entre os 20 e os 30 anos, estudantes e
praticantes de desporto, o que nos trará certamente vantagens quanto à criação
de emprego, riqueza e aproveitamento dos recursos dos territórios.
É claro que este tipo de turismo está
associado a públicos diferenciados e portanto temos de tentar satisfazer todos
os grupos possíveis, dando especial atenção ao público mais jovem, porque
muitas vezes o rápido crescimento do Turismo de Natureza leva a que muitos
destinos cometam o erro de confiar quase exclusivamente na importância dos seus
recursos naturais, baseados na sua particularidade e beleza para atrair visitas,
esquecendo-se de criar condições essenciais para que nesses recursos naturais o
visitante possa viver experiências memoráveis.
Por
isso, muitas vezes a experiência de Natureza vivida pelo turista limita-se à
simples admiração de cenários naturais, tais como rios, montanhas, parques
nacionais… o que para muitos é com certeza uma experiência agradável, mas o que
acaba por fazer com que o destino não deixe as “marcas” que pretendíamos e,
nesse sentido, é necessário desenvolver ou proporcionar experiências realmente inesquecíveis,
que façam do visitante um promotor ativo e não um mero observador.
Posto
isto, é importante conferir à Natureza uma escala humana, com o objetivo de
admiração crescente por parte dos visitantes. Nesse contexto, importa realçar a
importância de fazermos mais pelos mais jovens porque é neles que se encontra a
oportunidade de crescimento e desenvolvimento a vários níveis. Quero com isto
dizer que, como as montanhas, os rios,…, completam toda a paisagem do país que
é apreciada por muitos, porque não juntar o útil ao agradável e promover
desportos que possam ser praticados neste meio, para assim atrair mais jovens
não descorando, claro, o respeito pelo meio ambiente.
Cátia Lopes
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/2017)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/2017)
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