O país do sol nascente é conhecido e
adorado mundialmente por vários motivos, e não faltam razões para o visitar.
Desde a maior cidade do mundo, até aos milhares de ilhas paradisíacas
encontram-se os maiores contrastes entre o modernismo e o tradicional, entre a
tecnologia de ponta e a formidável natureza, tudo convivendo na maior harmonia
e dinâmica possível.
Graças à sua localização e a ampla
extensão vertical do país, origina um alto contraste sazonal, proporcionando
uma grande singularidade a cada estação do ano. Isso torna o Japão um destino
viável ao longo de todo o ano, no entanto a melhor altura para visitar o
arquipélago é sem dúvida a primavera (devido à vantagem de ser palco da famosa sakura – o período em que as cerejeiras
começam a florir) e no outono, pelas suas temperaturas amenas e famosos jardins
japoneses de cores irresistíveis. Nos meses mais quentes é a altura dos
grandiosos desfiles e festivais de verão, fogos-de-artifício, e é uma ótima
época para visitar as infinitas praias e as célebres ilhas de Okinawa. O
inverno é perfeito para os amantes dos desportos associados a essa estação,
para os famosos festivais de inverno com as suas esculturas em gelo, ou apenas
para relaxar numa das infinitas águas termais. Além do vantajoso clima e natureza,
o Japão também é destino para os amantes de gastronomia, artes marciais,
história, cultura, religião e arte asiática ou pela mundialmente conhecida
arquitetura japonesa, tanto nos antigos templos e castelos nipónicos como nos
presentes edifícios mais modernos. Segundo a UNESCO, o país é anfitrião de 21 sítios
ou monumentos classificados como Património Mundial (4 naturais e 17
culturais), ocupando o 12º lugar na lista dos países com mais património
classificado pela UNESCO.
No entanto, apesar destas vantagens,
o país apenas recentemente decidiu apostar no turismo. É de referir que desde
os primórdios o Japão foi um país muito fechado ao resto do mundo, pois,
aquando da chegada dos portugueses, construíram uma ilha artificial destinada a
realizar o comércio expressamente para não desembarcarem na sua terra. Além
disso, o facto de ser a 3ª economia mundial permitiu ao país independência económica
face ao turismo. No entanto, com as recentes crises económicas e demográficas,
e a grande estagnação dos países desenvolvidos, surgiu a necessidade de
encontrar alternativas económicas, havendo uma crescente preocupação em apostar
mais do que no turismo de negócios. Assim, segundo a Japan National Tourism Organization (JNTO), nos últimos cinco anos,
o número de turistas estrangeiros mais do que triplicou, chegando aos 28,7 milhões
em 2017, encontrando-se no topo dos 20 países mais visitados. Os turistas
internos tiveram um comportamento regular, andando à volta dos 17 milhões ao
longo da última década. Este balanço é positivo, uma vez que o objetivo do
Governo em relação ao turismo para 2020 (20 milhões de turistas) foi
ultrapassado em 2016, aumentando agora essa meta para 40 milhões de visitantes
estrangeiros. Em relação aos gastos dos
turistas, a meta também foi atingida 4 anos antes, pelo que o novo objetivo é
chegarem aos 8.000¥ mil milhões (60,6€ mil milhões) em 2020. Segundo a Japan Tourist Agency, em 2017 esses
gastos chegaram aos 4.400¥ mil milhões (33,3€ mil milhões), o que torna o alvo
bastante viável.
Este sucesso do turismo deve-se em
parte à desvalorização do yen japonês, mas não podemos descartar as fortes
políticas do governo do primeiro-ministro Shinzo Abe, que também colocou o
turismo no coração de sua estratégia de crescimento económico. A liberalização
dos vistos de turista para visitantes chineses, e a acessibilidade de países
não muito populares (como, por exemplo, a Bielorrússia) são alguns dos fatores
importantes. As infraestruturas também não ficam atrás, uma vez que o Japão
possui uma das redes ferroviárias mais eficazes do mundo e, em relação às
telecomunicações, o plano é aumentar o número de 14 mil pontos de acesso
público à internet via wi-fi, em
2017, para 30 mil, em 2020, informou o jornal The Japan Times. Assim, o objetivo final do governo é atingir
gradualmente um nível de infraestruturas adequado e sustentável aquando da
sediação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2020. Antes desses grandes
eventos, o país ainda receberá a Copa do Mundo de Rugby, em 2019.
Lucian Cristian Lipciuc
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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