(Continuação)
8 - O que precisaria a região de
fazer para alterar atrair outro tipo de investimento?
A região precisaria de ser capaz de ganhar muito maior audição junto do
governo central e de ter uma postura ativa no processo de captação de
investimento externo, conforme já mencionado. A primeira dimensão prende-se com
a reivindicação de novas infraestruturas e melhoria das existentes, a começar
pela linha férrea e material circulante mas, também, em constituir-se como
parceiro da mesma entidade nacional do processo de captação desse investimento.
A segunda dimensão liga-se com a promoção da imagem do território e a definição
de uma estratégia de desenvolvimento onde haja espaço para o reforço produtivo
do território pela via de captação de IDE que seja estruturante, isto é, que
permita dar força às apostas que se pretenda fazer. Neste enquadramento, mais
uma vez, será necessário garantir apoios públicos e reforçar a capacidade de
oferta de mão-de-obra qualificada e alguma capacidade endógena de inovação.
9 - O facto de não existir cá uma
universidade, mas apenas um politécnico, pode retrair a vinda de novos
investidores?
O problema não é ter-se ou não se ter uma universidade. O problema é a
qualidade e solidez da instituição de ensino superior de que se dispõe e a sua
presença no terreno, na relação com os agentes económicos e sociais, para além
das funcionalidades de que dispõe, nomeadamente na dimensão formação, investigação
e prestação de serviços à comunidade. Ora, o Instituto Politécnico de Leiria é
uma instituição relativamente recente, que encetou um processo de qualificação
dos seus quadros datado de há menos tempo e que, por força de enquadramentos
legais e financeiros, encetou o processo de criação de estruturas de
investigação ainda há menos tempo. De tudo isso resultam as fragilidades que eu
enunciava acima, que condicionam o contributo que pode dar ao sistema
socio-produtivo local, quer na dimensão formação de quadros quer na da produção
de inovações e prestação de serviços de que o sistema produtivo local possa
tirar efetiva vantagem. Estas coisas tomam tempo e é preciso assumir isso sem
complexos. Está criado espaço para que a instituição tenha no futuro um
protagonismo muito mais relevante.
J. Cadima Ribeiro
(Reprodução parcial de respostas dadas, em 2 de novembro de 2018, a questões formuladas pela jornalista do Jornal de Leiria, Lurdes Trindade, no contexto de um dossiê jornalístico que estava a elaborar)
(Reprodução parcial de respostas dadas, em 2 de novembro de 2018, a questões formuladas pela jornalista do Jornal de Leiria, Lurdes Trindade, no contexto de um dossiê jornalístico que estava a elaborar)
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