segunda-feira, janeiro 15, 2007

Comentários vários

Como nao consigo fazer os comentarios na plataforma eletronica resolvi faze-lo via email.
i) *comentario a "Atractividade de Portugal para o IDE"
Portugal pode ser comparado a uma visão de um oásis no deserto. Para um investidor tudo parece ser formidavel, mas quando este depara-se com a realidade, verifica que tal não é bem assim, acabando muitas vezes por desistir do investimento no nosso país. Efectivamente somos um pais pacifico, bastante acolhedor, com um óptimo clima e excelente gastronomia. Somos um país com história e com uma cultura unica, mas infelizmente tudo isto nao chega.Temos a necessidade de evoluir em varios sectores nomeadamente na indúsria,na saúde, na educação, no ambiente, no turismo, nos serviços sociais e públicos e etc.
Para isso é necessario implementar politicas de responsabilizaçao e desenvolvimento.É necessario apostar nas tecnologias e na formaçao. Implementar politicas que apoiam as regioes consoante as suas capacidades atraindo para elas os investidores. Talvez assim, quem sabe, Portugal deixe de ser comparado como uma visao no oasis.
ii) *comentario a "O turismo em Portugal"
A potencialidade turística do nosso pais é grande e variada.Para certas regiões será talvez a melhor solução para a empregabilidade e desenvolvimento.É uma questao de financiamentos viáveis e sustentáveis a longo prazo e também de pessoas com capacidades e vontade de assumirem riscos e com ideias novas.
iii) * comentario a "Produtos do territorio e desenvolvimento local"
Nunca tinha pensado nesta questao dos preços/origem.No que diz respeito ao exemplo dado- os queijos- numa hierarquia penso que todos eles deveriam estar sensivelmente ao mesmo nivel, dependendo do tipo de queijo que se estaria a falar(amanteigado, de velha, de cabra, tipo de fabrico , etc). Julgo que aquilo que acontece aos queijos do Alentejo e das Ilhas deve-se à falta de meios,entidades ou até mesmo privados que permitam que os queijos ou os produtos regionais sejam mais conhecidos e ate mesmo mais mediatizados, o que nao acontece com aqueles cuja mediatizaçao permite equacionar uma relaçao preço/origem pela qual as pessoas identificam a regiao e nao se importam de pagar mais para a obtençao daquele produto regional.
Marina Oliveira

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Boas Colheitas para Portugal

Nos últimos anos, Portugal tem produzido vinhos de altíssima qualidade. Nos últimos anos, os vinhos portugueses com a coadjuvante dos seus produtores aumentaram substancialmente a sua qualidade, como se comprova pelos prémios e distinções obtidas nas mais prestigiadas revistas da especialidade, como a “Wine Spectator”, “Wine Enthusiast” e “Wine & Spirits” e em concursos como o International Wine Challenge”, “Mundus Vini”, “Challenge International do Vin” ou “Vinalies”. Com especial destaque para os vinhos do douro e do Alentejo, responsáveis pela boa imagem do vinho português lá fora.
Portugal tem a peculiaridade de produzir uma vasta gama de vinhos com diferentes castas, substâncias aromáticas e especiarias, idades, processos de envelhecimento, espessura do vinho (encorpado ou murcho), apresentando uma vasta gama de vinhos com diferentes especificidades, relativamente aos outros produtores mundiais.
No entanto, apesar de ser um sector que enfrenta elevada concorrência, os vinhos portugueses que se têm afirmado internacionalmente correspondem a vinhos de denominação de origem controlada ou vinhos reserva, sendo a capacidade de produção a principal dificuldade que subsiste destes vinhos, que têm sido citados e recebido menções honrosas ou prémios de prestígio. A principal contrariedade que subsiste é sua produção ser inferior ao número de encomendas. Os principais produtores a nível mundial, com o qual Portugal concorre são a Califórnia, a França (região de Bordeaux, Rhône e Champagne), a Itália (Toscana, Piemonte), o Chile e a Austrália.
O sucesso de Portugal na última década, apesar de ser um país de longa tradição vinícola, deveu-se ao maior interesse das pessoas, à nova geração de enólogos, ao investimento na renovação das vinhas, formação e equipamento tecnológico adquirido, transformando vinhos de alguma qualidade em vinhos de alta qualidade, com o aperfeiçoar dos processos de produção e envelhecimento e dos aromas do vinho, características que diferenciam o produto e acrescentam-lhes valor. Para além da melhoria nos processos produtivos através de nova tecnologia, a inovação foi acompanhada sem descurar os aspectos tradicionais positivos, como por exemplo a utilização de uvas autóctones e características da região. Estas castas nacionais, com a ajuda da modernização, que antes davam vinhos de qualidade inferior, passaram a dar grandes vinhos.
Deste modo, num mercado tão globalizado, Portugal surge como contraponto, relativamente à uniformização de condutas e gostos, favorecendo o reconhecimento e a criação da marca “Made in Portugal”, que começa a ganhar prestígio além-fronteiras.

Pedro Tiago Amorim de Brito

(doc. da série artigos de análise/opinião)

terça-feira, janeiro 02, 2007

De uma estratégia para o desenvolvimento do Minho a uma estratégia para o seu ensino superior

Na passada semana, última do ano 2006, desloquei-me a Viana do Castelo, em serviço comunitário, para proferir uma conferência a ser escutada, e comentada, por um público seleccionado, constituído por autarcas, dirigentes de estruturas empresariais e responsáveis de instituições de ensino superior sedeadas na região (pelo menos um esteve presente, segundo percebi).
O mote que me tinha sido dado pela organização fora “Que estratégia para a (sub)região Minho-Lima ?”, que glosei com grande liberdade, como uso fazer. Aliás, a liberdade esteve logo na pequena alteração, um “sub”, entre parêntesis, que decidi introduzir no título da intervenção. Não era um detalhe, no contexto do desafio que me era proposto.
Do que disse, retenho aqui as “Conclusões”, tal e qual.

"Os vectores estratégicos de viabilização do desenvolvimento do Minho/Lima:

i) Massa crítica (os recursos são a fonte da competência dos territórios; há limiares de massa crítica que importa mobilizar para ser competitivo no quadro económico actual - as parcerias regionais, transfronteiriças e, mesmo, internacionais podem ser necessárias, p.e., no turísmo, no “cluster” automóvel, nas energias alternativas, nas tecnologias de informação e comunicação, nos têxteis técnicos e funcionais);

ii) Projecto/estratégia (reposicionamento na cadeia de valor, apostando em áreas de negócio com uma forte componente tecnológica e de gestão - uma componente desse processo reside em passar da produção para a distribuição final);

iii) Inovação/criatividade (importa evoluir de uma e-região – na medida em que esta dimensão já tenha sido concretizada/consolidada - para uma c-região, i.e., do conhecimento - o que implica investimento em I&D e desenvolvimento de uma cultura receptiva à novidade e à diferença);

iv) Coordenação/cooperação (concentração de esforços no desenvolvimento de uma cadeia de inovação tecnológica envolvendo Empresas, Universidades e Unidades de Transferência de Tecnologia - operacionalização de um Fórum de Inovação Tecnológica; levar as instituições de formação superior, as unidades de I&D e as unidades de transferência de tecnologia a funcionarem em rede);

v) Parceria (tirar partido da rede de solidariedades locais e da capacidade de concertação existente, comprometendo operadores económicos, agentes sociais e decisores políticos - facilitar/estimular o diálogo entre actores existentes, associações empresariais, agências de desenvolvimento regional e local, comunidades territoriais, estruturas sectoriais)

vi) Ordenamento urbano (assumir uma política urbana activa, expressa no favorecimento de eixos urbanos e do funcionamento em rede, como peça central de angariação de massa crítica em matéria de equipamento, de oferta de serviços gerais e diferenciados - incluindo os culturais e recreativos - e de requalificação ambiental).

vii) Liderança (trabalhar na criação de uma liderança clara e de uma voz comum a partir do sentimento de comunidade)."

Olhando para este enunciado, dir-me-ão, provavelmente, que ele servirá a muitos outros territórios e ao país, no seu todo. Concordo, em pleno. O problema é que do diagnóstico à acção vai uma distância imensa.
Tendo enunciado estes princípios de estratégia para o desenvolvimento do Minho, com poucas mudanças de ênfase, podia ter elaborado sobre o papel do ensino superior no desenvolvimento do território em causa e sobre os caminhos possíveis para potenciar os seus impactes.

J. Cadima Ribeiro