Na passada semana, última do ano 2006, desloquei-me a Viana do Castelo, em serviço comunitário, para proferir uma conferência a ser escutada, e comentada, por um público seleccionado, constituído por autarcas, dirigentes de estruturas empresariais e responsáveis de instituições de ensino superior sedeadas na região (pelo menos um esteve presente, segundo percebi).
O mote que me tinha sido dado pela organização fora “Que estratégia para a (sub)região Minho-Lima ?”, que glosei com grande liberdade, como uso fazer. Aliás, a liberdade esteve logo na pequena alteração, um “sub”, entre parêntesis, que decidi introduzir no título da intervenção. Não era um detalhe, no contexto do desafio que me era proposto.
Do que disse, retenho aqui as “Conclusões”, tal e qual.
"Os vectores estratégicos de viabilização do desenvolvimento do Minho/Lima:
i) Massa crítica (os recursos são a fonte da competência dos territórios; há limiares de massa crítica que importa mobilizar para ser competitivo no quadro económico actual - as parcerias regionais, transfronteiriças e, mesmo, internacionais podem ser necessárias, p.e., no turísmo, no “cluster” automóvel, nas energias alternativas, nas tecnologias de informação e comunicação, nos têxteis técnicos e funcionais);
ii) Projecto/estratégia (reposicionamento na cadeia de valor, apostando em áreas de negócio com uma forte componente tecnológica e de gestão - uma componente desse processo reside em passar da produção para a distribuição final);
iii) Inovação/criatividade (importa evoluir de uma e-região – na medida em que esta dimensão já tenha sido concretizada/consolidada - para uma c-região, i.e., do conhecimento - o que implica investimento em I&D e desenvolvimento de uma cultura receptiva à novidade e à diferença);
iv) Coordenação/cooperação (concentração de esforços no desenvolvimento de uma cadeia de inovação tecnológica envolvendo Empresas, Universidades e Unidades de Transferência de Tecnologia - operacionalização de um Fórum de Inovação Tecnológica; levar as instituições de formação superior, as unidades de I&D e as unidades de transferência de tecnologia a funcionarem em rede);
v) Parceria (tirar partido da rede de solidariedades locais e da capacidade de concertação existente, comprometendo operadores económicos, agentes sociais e decisores políticos - facilitar/estimular o diálogo entre actores existentes, associações empresariais, agências de desenvolvimento regional e local, comunidades territoriais, estruturas sectoriais)
vi) Ordenamento urbano (assumir uma política urbana activa, expressa no favorecimento de eixos urbanos e do funcionamento em rede, como peça central de angariação de massa crítica em matéria de equipamento, de oferta de serviços gerais e diferenciados - incluindo os culturais e recreativos - e de requalificação ambiental).
vii) Liderança (trabalhar na criação de uma liderança clara e de uma voz comum a partir do sentimento de comunidade)."
Olhando para este enunciado, dir-me-ão, provavelmente, que ele servirá a muitos outros territórios e ao país, no seu todo. Concordo, em pleno. O problema é que do diagnóstico à acção vai uma distância imensa.
Tendo enunciado estes princípios de estratégia para o desenvolvimento do Minho, com poucas mudanças de ênfase, podia ter elaborado sobre o papel do ensino superior no desenvolvimento do território em causa e sobre os caminhos possíveis para potenciar os seus impactes.
O mote que me tinha sido dado pela organização fora “Que estratégia para a (sub)região Minho-Lima ?”, que glosei com grande liberdade, como uso fazer. Aliás, a liberdade esteve logo na pequena alteração, um “sub”, entre parêntesis, que decidi introduzir no título da intervenção. Não era um detalhe, no contexto do desafio que me era proposto.
Do que disse, retenho aqui as “Conclusões”, tal e qual.
"Os vectores estratégicos de viabilização do desenvolvimento do Minho/Lima:
i) Massa crítica (os recursos são a fonte da competência dos territórios; há limiares de massa crítica que importa mobilizar para ser competitivo no quadro económico actual - as parcerias regionais, transfronteiriças e, mesmo, internacionais podem ser necessárias, p.e., no turísmo, no “cluster” automóvel, nas energias alternativas, nas tecnologias de informação e comunicação, nos têxteis técnicos e funcionais);
ii) Projecto/estratégia (reposicionamento na cadeia de valor, apostando em áreas de negócio com uma forte componente tecnológica e de gestão - uma componente desse processo reside em passar da produção para a distribuição final);
iii) Inovação/criatividade (importa evoluir de uma e-região – na medida em que esta dimensão já tenha sido concretizada/consolidada - para uma c-região, i.e., do conhecimento - o que implica investimento em I&D e desenvolvimento de uma cultura receptiva à novidade e à diferença);
iv) Coordenação/cooperação (concentração de esforços no desenvolvimento de uma cadeia de inovação tecnológica envolvendo Empresas, Universidades e Unidades de Transferência de Tecnologia - operacionalização de um Fórum de Inovação Tecnológica; levar as instituições de formação superior, as unidades de I&D e as unidades de transferência de tecnologia a funcionarem em rede);
v) Parceria (tirar partido da rede de solidariedades locais e da capacidade de concertação existente, comprometendo operadores económicos, agentes sociais e decisores políticos - facilitar/estimular o diálogo entre actores existentes, associações empresariais, agências de desenvolvimento regional e local, comunidades territoriais, estruturas sectoriais)
vi) Ordenamento urbano (assumir uma política urbana activa, expressa no favorecimento de eixos urbanos e do funcionamento em rede, como peça central de angariação de massa crítica em matéria de equipamento, de oferta de serviços gerais e diferenciados - incluindo os culturais e recreativos - e de requalificação ambiental).
vii) Liderança (trabalhar na criação de uma liderança clara e de uma voz comum a partir do sentimento de comunidade)."
Olhando para este enunciado, dir-me-ão, provavelmente, que ele servirá a muitos outros territórios e ao país, no seu todo. Concordo, em pleno. O problema é que do diagnóstico à acção vai uma distância imensa.
Tendo enunciado estes princípios de estratégia para o desenvolvimento do Minho, com poucas mudanças de ênfase, podia ter elaborado sobre o papel do ensino superior no desenvolvimento do território em causa e sobre os caminhos possíveis para potenciar os seus impactes.
J. Cadima Ribeiro
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