Artigo ComUM
A Capital Europeia da Cultura 2012 vista a partir das notícias publicadas em 2011 nos jornais:
Post Scriptum:
«[...] Não respondi aos comentários que li sobre o texto que publiquei no ComUM porque, genericamente, fazem considerações sobre o que não conhecem e vêem imprecisões onde deveriam ser capazes de observar factos e dados, com as limitações que decorrem da metodologia de análise que foi adoptada, que, obviamente, tem limitações. Abro aqui uma excepção em razão da atenção pessoal de uma mensagem que me chegou por circuito fechado.
O texto tem duas dimensões: uma em que retenho brevemente resultados de um trabalho de investigação; outra em que me refiro a uma leitura subjectiva, como a adjectivo, sem preconceitos, mas que nem por isso deixa de reportar-se a factos, observados por mim.
Obviamente, aceito leituras diferentes dos mesmos factos mas não insinuações e considerações atiradas para o ar. Note-se que o estudo existe e quem quisesse esclarecer o rigor dos dados usados podia aceder a eles, desde que os pedisse e tivesse vontade de tirar as dúvidas que lhe ocorreram.
Conforme terá sido percebido por quem quis "ler o texto", eu estive em Guimarães no dia da abertura da CEC2012. O caos a que assisti vai muito para além do que comentei. Dois ecrãs gigantes a transmitir o espectáculo que se realizou no Largo do Toural ficaram muito aquém do que era necessário. Alguém escreveu que estariam nas ruas e praças do centro da cidade 50 ou 60 mil pessoas, o que não custa admitir. Sobre a incapacidade da restauração de dar resposta às solicitações, ainda ninguém se atreveu a proclamar o contrário, o que me surpreende.
No que à "batalha das almofadas" se refere, poder-se-á sempre dizer que se tratou de uma iniciativa à margem da CEC, o que não contesto, mas ninguém lhe retira a dimensão de ridículo que carrega e a circunstância de aparecer intrometida no programa de iniciativas culturais de Guimarães Capital Europeia da Cultura, isto é, quem olhasse para o que corria em Guimarães em matéria de animação, ia incontornavelmente ser confrontado com o inusitado do dito evento, quer a comissão organizadora da CEC quisesse ou não.
Fico-me por aqui, para já. Continuarei a estudar os impactos da CEC 2012 durante e depois do evento e a seguir o que se for passando, de olhos bem abertos, para ver melhor e aprender mais. Faço questão de ser diferente daqueles que já sabiam tudo quando nasceram e que nunca têm dúvidas»
Post Scriptum (2):
«O que é particularmente curioso é que não me referi em momento algum do texto a outra realidade que não fosse a de Guimarães, pelo que não poderia antecipar que houvesse criticas a vir daí, isto é, fundadas na problemática da não concertação entre Guimarães, Barcelos, Braga e Famalicão, entre outras cidades vizinhas, na organização e gestão do evento. Isso assinalando, fica ainda mais claro para mim que algumas das críticas recebidas não têm nada que ver com os factos que retive, em leitura objectiva ou subjectiva.
Obviamente que, depois de substituída Cristina Azevedo, alguma coisa melhorou, mas o registo pelos jornais das peripécias que levaram à sua queda já eram indeléveis.
O que se passou com a restauração não podia passar-se. É por isso é que faz sentido haver planeamento e se criam infra-estruturas "ad hoc" em momentos como aquele. Não estou a dizer que se podia dar resposta de qualidade. Estou a dizer que se podia ter dado alguma resposta, se alguém tivesse pensado atempadamente no assunto.
E para o restante período da CEC, vai ficar tudo como está agora nessa dimensão, também?»
J. Cadima Ribeiro