Apesar
da sua pequena dimensão, Portugal apresenta desigualdades bastante acentuadas
ao longo do seu território, sendo estas disparidades reflectidas tanto a nível económico, social,
infra-estruturas, turístico, entre outros.
Um dado
preocupante é o facto de cerca de 80% da população estar localizada em 20% do território nacional, ou
seja, verifica-se uma forte pressão populacinal sobre o território no litoral,
enquanto que o interior sofre de despovoamento. Tal situação deve-se ao facto
de sempre se ter optado por se
desenvolver o litoral quer a nível industrial, quer a nível de implementação de
infra-estruturas e do turismo. Torna-se fulcral o combate ao despovoamento do
interior do país, tendo como consequência a empregabilidade da população nesta
região e assim proporcinar a sua fixação e atração para a mesma.
O Turismo em Espaço Rural (Ter),
apesar de ser uma das modalidades mais
recentes que formam a actividade turistíca em Portugal, pode ser aproveitada
para uma reinserção do interior. São diversos os autores, como Cristovão (1999) e
Cànoves (2006), que dão importância à questão do papel do turismo na
revitalização da economia nos espaços rurais, bem como o Plano Estratégico
Nacional para o Desenvolvimento Rural (2007), que considera a receita que provém
do turismo um contributo para a diversificação das economias locais rurais. O
PENT (Plano Estratégico Nacional para o Turismo, 2007), considera vários
produtos que se localizam nas áreas rurais, como sendo estratégicos para a
actividade turística.
Esta modalidade
poderá diversificar e revitalizar a economia das áreas rurais, pois aproveita
não só residências rurais tradicionais, como também monumentos de valor
patrimonial, entre outros edifícios subaproveitados das funções anteriores.
Para além disso, são ainda englobadas unidades de Turismo de Habitação, de Turismo Rural,
de Agroturismo, casas de campo e parques de campismo.
Torna-se um segmento
para uma contribuição favorável da produção e venda de produtos tradicionais,
da sustentação de rendimento dos agricultores e um fomento para o artesanato. Poderá
ser vista ainda como uma dinamização de iniciativas culturais, como a
divulgação de festas e romarias.
Sendo assim, esta
actividade poderia colmatar algumas das deficiências no sector agrícola, proporcionar
o desenvolvimento de novos serviços, preservar o património e recuperá-lo,
incentivar a construção de infra-estruturas e equipamentos de apoio, criação de
empregos, fixação da população e por consequência a produção de lucros económicos.
O Turismo em Espaço Rural desde
que devidamente gerido e planeado pode
assegurar um bom complemento para a economia das localidades rurais e ainda
atenuar problemas como o despovoamento, mantendo não apenas os idosos nas áreas
rurais, mas também os jovens dessas mesmas áreas e a atração de outos cidadãos
para aí se fixarem. Neste sentido, torna-se imprescindível o desenvolvimento de
esforços para fomentar esta actividade no interior do país, pois não basta a
criação dos empreendimentos, mas também é funcral dar a conhecer os locais não
só a nível nacional e proporcionar boas condições e boas ofertas.
Para que o Turismo em Espaço Rural em
Portugal possa desempenhar as suas funções (sociais, económicas e culturais),
este necessita de ganhar importância e dimensão.
Cláudia Teles
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