O turismo reveste-se de grande actualidade a pequena e grande escala. A cidade de Guimarães destaca-se pela carga histórica a si associada.
Do ponto de vista social e económico, o turismo nacional está a assumir uma importância crescente, gerando em 2004, 11% do PIB empregando cerca de 10% da população activa (ADRAVE, 2003). Em Portugal é considerado um sector fundamental, pelo que interessa dignificá-lo e potenciá-lo, de modo a reforçar os seus efeitos positivos (económico, patrimonial, territorial e social).
Esta situação económica de destaque, em termos de mercado externo, está aliada a um peso económico apreciável a nível interno, no que se refere aos índices de desenvolvimento regional do país, nomeadamente ao emprego, ainda que neste caso a sazonalidade seja um factor de perturbação.
No caso de Guimarães revela-se uma actividade de aposta da cidade. A cidade Património da Humanidade possui infra-estruturas e serviços de apoio a um turismo de qualidade, designadamente, o turismo cultural, associado à sua história e património. As actividades económicas dominantes (indústria) potenciam as de turismo, contribuindo para o aumento do número de visitantes com poder de compra pelo que o turismo de negócios constitui um factor importante para a dinamização do concelho e em especial do Centro Histórico.
O produto turístico possui diversas componentes, nomeadamente, transportes, alojamento, alimentação e animação (HOLLOWAY, 1994), os quais a cidade é capaz de fornecer.
Neste âmbito surge a hipótese da criação de um Plano Estratégico á semelhança do já existente a nível nacional, o Plano Estratégico do Turismo Nacional, caracterizado pela flexibilidade e adaptabilidade a questões de incerteza, cujo objectivo é a identificação das estratégias de desenvolvimento mais favoráveis e as medidas e acções para por em prática essas estratégias, da iniciativa do Governo, responsabilidade do MEI.
A criação de um Plano Estratégico para esta cidade seria uma forma de sublinhar as potencialidades e estrangulamentos ligados ao turismo na cidade, manutenção da identidade, valorização da imagem perante os visitantes, a criação de ligações com as cidades fronteiriças numa óptica de concertação estratégica, aproveitamento dos recursos endógenos e a diversidade característica da própria (entre as quais a história e património), criação e melhoria das infra-estruturas, conciliar o investimento público e privado, preservar a qualidade ambiental, manter relações de competitividade, dinamizar aspectos como a ciência e a tecnologia.
A posição da autarquia (através do papel fulcral do, agora extinto, GTL) perante o património que lhe foi legado, sempre foi de preservação e reabilitação, daí o alcance do título de “Património da Humanidade” pela UNESCO e recentemente o de “Cidade Europeia da Cultura em 2012” em conjunto com a cidade de Maribor (Eslovénia)
O Berço da Nação, é de facto um elemento com forte poder atractivo, contudo, e sem retirar importância à sua cultura, há necessidade de dinamizar as ofertas para responder a novas exigências por parte de quem a visita. Assim, aparecem eventos inovadores como a Feira do Livro Multimédia, Guimarães Jazz, a exploração de novas tecnologias de informação. O motivo de orgulho de quem visita a cidade é sem dúvida os monumentos, o Centro Histórico e a hospitalidade, do lado oposto, está o trânsito e estacionamento, a segurança e limpeza das ruas, o serviço de atendimento no comércio e restaurantes da cidade e os horários curtos de abertura dos monumentos.
Os dados da ZTG e do caso de estudo revelam uma evolução de 2005 para 2006 onde se registou um aumento de 25,4% do número de visitas, a oferta hoteleira segue esta correlação positiva aumentando 7,3%, sendo que os visitantes provêm de diversas nacionalidades e entidades.
Cecília Jesus
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)