Os incêndios florestais são um tema cada vez mais inquietante e cada vez mais estudado, sendo importante conhecer a causa de cada um, para poder prever e se possível tentar evitá-los ou reduzir a intensidade de ocorrências futuras.
Como sabemos, eles ocorrem um pouco por todo o mundo, devidos a variadíssimas causas e diferentes dimensões, relacionadas com as características do meio em questão.
Relativamente ao caso específico do concelho de Vieira do Minho, trata-se de uma área complexa com orografia acidentada, espécies biológicas particulares (como o cavalo de raça garrana (espécie autóctone)), características atmosféricas únicas (os níveis de precipitação são superiores a 1400 mm, muito embora, devido à altitude e disposição do relevo, assimetricamente distribuídos pelo território) e aspectos sociais, culturais, económicos e políticos peculiares. Assim, tal como no resto do mundo, existe um enorme número de causas de incêndios possíveis.
No entanto, neste território existe um aspecto em que vale a pena reflectir. O facto de o número de equídeos ter vindo a aumentar, está intimamente relacionado com os subsídios atribuídos aos garranos (apoio concedido às raças autóctones e ameaçadas), tornando deste modo a sua criação mais atractiva e sendo causa de diversos conflitos, tendo estado por exemplo na origem de vários acidentes rodoviários, alguns causando vítimas mortais; têm invadido e destruído propriedades agrícolas, desencadeando conflitos entre agricultores e criadores; e estão na origem de invejas e mal-estar devido à atribuição dos subsídios, nem sempre eficazmente fiscalizados.
Com base no estudo realizado por: A. J. Bento Gonçalves, A. A. Batista Vieira, C. P. Oliveira Martins, F. C. Ferreira Leite e F. Silva Costa, intitulado “A criação de Garranos na serra da Cabreira (Vieira do Minho) e o uso do fogo” podemos ainda dizer que a renovação do pasto (não só para os garranos mas também para outras espécies como ovinos, caprinos e principalmente bovinos) é uma das principais motivações para a realização das queimadas.
Existe ainda uma tendência de estabilização do número de ignições no verão e uma tendência crescente das verificadas nos restantes meses do ano, período tradicionalmente usado para as queimadas.
Assim, o recurso ao uso do fogo tem vindo a aumentar, no entanto as queimadas são efectuadas desde tempos remotos, pois é necessário (e cada vez mais) renovar o pasto para o gado que depende totalmente da alimentação produzida nas áreas de mato e nas pastagens, evitando-se que este procure alimento nos terrenos particulares confinantes com estas áreas. No dizer de alguns populares, o “monte agora está muito sujo”, mal dá para alimentar o gado, e há muitos que “lhe chegam lume”. Assim, a maioria dos incêndios que ocorrem neste território são queimadas de reduzida dimensão, que podem ter aspectos benéficos para o meio, no entanto, muitas vezes não são devidamente controladas e degeneram em incêndios florestais e quando a sua recorrência é demasiado elevada, tornam-se prejudiciais para o meio.
Algumas das políticas aplicáveis a um território com as características deste, seriam por exemplo: a prática de pastorícia extensiva, pois é uma forma rentável de aproveitar melhor o território, principalmente em espaços de fraca atractividade e baixa produtividade; regulamentar o uso do solo do território serrano e o ordenamento do mesmo, responsabilizando as comunidades e os agentes locais e regionais, aliada a uma vigilância mais eficiente, reduziriam conflitos e desconfianças; e o facto de este concelho apresentar um deficit de capital humano e capacidade inovadora, dificulta uma gestão eficaz do território e coloca em risco a própria sustentabilidade rural, sendo também rentável apostar na formação e informação da população.
É de realçar, que toda a questão em que envolve os garranos aos incêndios florestais é apenas uma possível causa entre muitas outras e não podemos atribuir a culpa da ocorrência dos incêndios aos cavalos, mas sim aos aspectos relacionados com políticas, culturas, etc., que são necessárias rever.
Como sabemos, eles ocorrem um pouco por todo o mundo, devidos a variadíssimas causas e diferentes dimensões, relacionadas com as características do meio em questão.
Relativamente ao caso específico do concelho de Vieira do Minho, trata-se de uma área complexa com orografia acidentada, espécies biológicas particulares (como o cavalo de raça garrana (espécie autóctone)), características atmosféricas únicas (os níveis de precipitação são superiores a 1400 mm, muito embora, devido à altitude e disposição do relevo, assimetricamente distribuídos pelo território) e aspectos sociais, culturais, económicos e políticos peculiares. Assim, tal como no resto do mundo, existe um enorme número de causas de incêndios possíveis.
No entanto, neste território existe um aspecto em que vale a pena reflectir. O facto de o número de equídeos ter vindo a aumentar, está intimamente relacionado com os subsídios atribuídos aos garranos (apoio concedido às raças autóctones e ameaçadas), tornando deste modo a sua criação mais atractiva e sendo causa de diversos conflitos, tendo estado por exemplo na origem de vários acidentes rodoviários, alguns causando vítimas mortais; têm invadido e destruído propriedades agrícolas, desencadeando conflitos entre agricultores e criadores; e estão na origem de invejas e mal-estar devido à atribuição dos subsídios, nem sempre eficazmente fiscalizados.
Com base no estudo realizado por: A. J. Bento Gonçalves, A. A. Batista Vieira, C. P. Oliveira Martins, F. C. Ferreira Leite e F. Silva Costa, intitulado “A criação de Garranos na serra da Cabreira (Vieira do Minho) e o uso do fogo” podemos ainda dizer que a renovação do pasto (não só para os garranos mas também para outras espécies como ovinos, caprinos e principalmente bovinos) é uma das principais motivações para a realização das queimadas.
Existe ainda uma tendência de estabilização do número de ignições no verão e uma tendência crescente das verificadas nos restantes meses do ano, período tradicionalmente usado para as queimadas.
Assim, o recurso ao uso do fogo tem vindo a aumentar, no entanto as queimadas são efectuadas desde tempos remotos, pois é necessário (e cada vez mais) renovar o pasto para o gado que depende totalmente da alimentação produzida nas áreas de mato e nas pastagens, evitando-se que este procure alimento nos terrenos particulares confinantes com estas áreas. No dizer de alguns populares, o “monte agora está muito sujo”, mal dá para alimentar o gado, e há muitos que “lhe chegam lume”. Assim, a maioria dos incêndios que ocorrem neste território são queimadas de reduzida dimensão, que podem ter aspectos benéficos para o meio, no entanto, muitas vezes não são devidamente controladas e degeneram em incêndios florestais e quando a sua recorrência é demasiado elevada, tornam-se prejudiciais para o meio.
Algumas das políticas aplicáveis a um território com as características deste, seriam por exemplo: a prática de pastorícia extensiva, pois é uma forma rentável de aproveitar melhor o território, principalmente em espaços de fraca atractividade e baixa produtividade; regulamentar o uso do solo do território serrano e o ordenamento do mesmo, responsabilizando as comunidades e os agentes locais e regionais, aliada a uma vigilância mais eficiente, reduziriam conflitos e desconfianças; e o facto de este concelho apresentar um deficit de capital humano e capacidade inovadora, dificulta uma gestão eficaz do território e coloca em risco a própria sustentabilidade rural, sendo também rentável apostar na formação e informação da população.
É de realçar, que toda a questão em que envolve os garranos aos incêndios florestais é apenas uma possível causa entre muitas outras e não podemos atribuir a culpa da ocorrência dos incêndios aos cavalos, mas sim aos aspectos relacionados com políticas, culturas, etc., que são necessárias rever.
Carla Martins
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)
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