1. As dinâmicas populacionais e económicas urbanas passam, com maior ou menor preponderância, por pressões internas e externas. Todavia, salientamos as externas, sujeitas a estratégias globais, competindo e influenciando fortemente os sistemas urbanos de menor dimensão, cujas parcelas de território esgrimam pela manutenção ou atracção de capital humano e prosperidade económica.
2. A maior ou menor capacidade de competição de um território não se pode resumir apenas a variáveis de natureza física ou palpável, mesmo que detenha vantagens comparativas. Interessa integrar e evoluir a natureza de carácter virtual num território globalizado. O consumidor/população e respectiva economia já não dependem tanto de pequenas parcelas urbanas, comércio tradicional ou pequena indústria. Competimos com uma indústria, serviços ou comércio virtual de várias dimensões, desde os pequenos aos megalómanos (ex: Amazon).
2.1. Relativamente aos factores virtuais somos da opinião que são todos aqueles inerentes à Internet, à rádio, à televisão, ao telefone/telemóvel, a folhetos/brochuras a catálogos (ex: La Redoute e Ikea), sem recorrer à presença física.
3. As dinâmicas populacionais e económicas urbanas de expansão territorial das cidades para a periferia têm motivado uma tendência de despovoamento dos centros das cidades. Por um lado, o despovoamento pode ser justificado pelos seus factores repulsivos, podendo estar latentes, entre outros, o parque habitacional degradado, inexistência de garagem, gás canalizado; a circulação viária congestionada ou lenta; a dificuldade de estacionamento/tarifa e a poluição. Por outro lado, algumas actividades económicas apresentam novas preferências locativas, quer sejam industriais, quer sejam comerciais. Algumas das parcelas urbanas que têm evidenciado este fenómeno e motivo de preocupação por vários municípios são os Centros Históricos, pois estes acabam por concorrer com novos espaços modernizados e polarizadores.
3.1. Os CH para compreender o fenómeno de despovoamento, mais a competição global que estão sujeitos, deverão realizar previamente um diagnóstico adequado à sua cidade, freguesias e áreas morfológicas, populacional ou economicamente idênticas.
4. Se considerarmos os pólos de atracção das cidades (ex: centros de congressos/feiras, universidades, centros comerciais, hipermercados e parques comerciais) como exemplo de dinâmicas populacionais e económicas urbanas e globais, destacamos que estes centros polarizadores tornaram-se nas novas paisagens artificiais de acolhimento individual, social e familiar, num ambiente engenhosamente estudado e não casuístico ou aleatório, combinando atractivamente a temperatura, a iluminação, o ambiente sonoro, a envolvência olfactiva, a decoração e cores, descanso e abrigo aparentemente gratuitos, permitindo, como numa estufa onde se produz e extrai por diversas vezes numa mesma época, atrair e “espremer docemente” a população e os consumidores mais incautos.
5. Concluindo: a maior facilidade de fluxos populacionais e económicos à “escala mundial” faz com que a competitividade entre territórios aumente. Assim sendo, há interesse em criar estratégias, elaborar planos, integrar “Programas” de modo a captar e definir “segmentos-alvo/clientes-alvo”, tais como: turistas, excursionistas, população residente, empresas (gerar emprego…), investidores, consumidores, eventos, conferências, meios de comunicação, et caetera. Neste sentido importa unir esforços e saberes empíricos e científicos de maneira a compreender melhor os lugares, vivenciar, analisar, planear, monitorizar, entre outras variáveis, organizando, gerindo e monitorizando eficazmente de maneira a percepcionar continuamente as mutações e poder intervir, se possível, prospectivamente.
Paulo Vilela Braga
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular Economia e Política Regional do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)
2. A maior ou menor capacidade de competição de um território não se pode resumir apenas a variáveis de natureza física ou palpável, mesmo que detenha vantagens comparativas. Interessa integrar e evoluir a natureza de carácter virtual num território globalizado. O consumidor/população e respectiva economia já não dependem tanto de pequenas parcelas urbanas, comércio tradicional ou pequena indústria. Competimos com uma indústria, serviços ou comércio virtual de várias dimensões, desde os pequenos aos megalómanos (ex: Amazon).
2.1. Relativamente aos factores virtuais somos da opinião que são todos aqueles inerentes à Internet, à rádio, à televisão, ao telefone/telemóvel, a folhetos/brochuras a catálogos (ex: La Redoute e Ikea), sem recorrer à presença física.
3. As dinâmicas populacionais e económicas urbanas de expansão territorial das cidades para a periferia têm motivado uma tendência de despovoamento dos centros das cidades. Por um lado, o despovoamento pode ser justificado pelos seus factores repulsivos, podendo estar latentes, entre outros, o parque habitacional degradado, inexistência de garagem, gás canalizado; a circulação viária congestionada ou lenta; a dificuldade de estacionamento/tarifa e a poluição. Por outro lado, algumas actividades económicas apresentam novas preferências locativas, quer sejam industriais, quer sejam comerciais. Algumas das parcelas urbanas que têm evidenciado este fenómeno e motivo de preocupação por vários municípios são os Centros Históricos, pois estes acabam por concorrer com novos espaços modernizados e polarizadores.
3.1. Os CH para compreender o fenómeno de despovoamento, mais a competição global que estão sujeitos, deverão realizar previamente um diagnóstico adequado à sua cidade, freguesias e áreas morfológicas, populacional ou economicamente idênticas.
4. Se considerarmos os pólos de atracção das cidades (ex: centros de congressos/feiras, universidades, centros comerciais, hipermercados e parques comerciais) como exemplo de dinâmicas populacionais e económicas urbanas e globais, destacamos que estes centros polarizadores tornaram-se nas novas paisagens artificiais de acolhimento individual, social e familiar, num ambiente engenhosamente estudado e não casuístico ou aleatório, combinando atractivamente a temperatura, a iluminação, o ambiente sonoro, a envolvência olfactiva, a decoração e cores, descanso e abrigo aparentemente gratuitos, permitindo, como numa estufa onde se produz e extrai por diversas vezes numa mesma época, atrair e “espremer docemente” a população e os consumidores mais incautos.
5. Concluindo: a maior facilidade de fluxos populacionais e económicos à “escala mundial” faz com que a competitividade entre territórios aumente. Assim sendo, há interesse em criar estratégias, elaborar planos, integrar “Programas” de modo a captar e definir “segmentos-alvo/clientes-alvo”, tais como: turistas, excursionistas, população residente, empresas (gerar emprego…), investidores, consumidores, eventos, conferências, meios de comunicação, et caetera. Neste sentido importa unir esforços e saberes empíricos e científicos de maneira a compreender melhor os lugares, vivenciar, analisar, planear, monitorizar, entre outras variáveis, organizando, gerindo e monitorizando eficazmente de maneira a percepcionar continuamente as mutações e poder intervir, se possível, prospectivamente.
Paulo Vilela Braga
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular Economia e Política Regional do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)
2 comentários:
Concordo com o que o autor aborda. Existe uma grande relação entre a população e a economia com o território.
O marketing, que está muito em voga hoje em dia, proporciona estas dinâmicas (ex: através de benefícios para habitar os centros históricos, territórios ruralizados, etc).
O turismo hoje em dia é um dos grandes impulsionadores da economia mundial daí a necessidade de "criar estratégias, elaborar planos, integrar “Programas” de modo a captar e definir “segmentos-alvo/clientes-alvo”, tais como: turista ..." como está referido na mensagem.
Diana Braga Pereira
De facto, cada vez mais somos confrontados quotidianamente com métodos estratégicos que nos permitem comprar um livro, um relógio ou um automóvel sem sairmos na cadeira. O mercado virtual é uma estratégia engenhosa que é útil e até mesmo essencial, nomeadamente na área da investigação científica. Contudo, não podemos descurar a importância de incrementar de forma prospectiva métodos de dinamização dos centros urbanos e rurais, de forma a que comprar um livro numa loja e ler esse livro num jardim nunca se perca, dada a nossa origem social. O marketing move multidões e é uma ferramenta poderosa em todas as áreas passíveis de serem publicitadas, e estratégias inteligentes devem ser utilizadas para incrementar a economia nos centros urbanos, que são espaços cada vez mais esmagados pelos gigantes dos centros comerciais ou mesmo pela "rede global".
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