sábado, julho 31, 2010

Regionalização: o modelo base

Na discussão havida em Portugal sobre a regionalização, ocorre amiúde discutir-se o modelo base, aparecendo isso como se houvesse solução única ou alternativas muito escassas. Nessa discussão, esquece-se a variedade, em termos de capacitação político-administrativa e de dimensão territorial, que existe aqui ao lado, na Europa. Dito de outro modo, sendo certo que não existirá um modelo que encaixe, automaticamente, no caso português, em razão das suas condicionantes histórias, culturais e geográficas, não será, por outra parte, difícil encontrar soluções noutros lugares que se aproximem das da realidade nacional e possam, daí, ser fonte inspiradora do modelo a adoptar.
J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, julho 29, 2010

Tradição de poder local e regionalização

Invoca-se comummente a tradição de poder local existente em Portugal, esquecendo-se que a dita tradição remonta a 1976, isto é, à “revolução dos cravos”, já que só a partir dessa data tivemos um poder local eleito, que se fez “forte” na medida dos resultados em matéria de criação de infra-estruturas e equipamentos (de desenvolvimento local) que produziu e que, naturalmente, gerou reconhecimento nas populações beneficiadas. Essa foi a melhor forma de criar e robustecer a tradição local, tal como poderá suceder com o poder regional a constituir. Assim aconteceu igualmente com os poderes regionais que foram instalados nas ilhas, pese embora os intérpretes que têm tido.
J. Cadima Ribeiro

terça-feira, julho 27, 2010

"As novas regiões devem ter competências fundamentalmente de natureza executiva e administrativa"

"Aquilo que se defende numa fase inicial, é que as novas regiões devem ter competências fundamentalmente de natureza executiva e administrativa, nunca de natureza legislativa (aliás, tal como está previsto na legislação). Destaca-se as que se prendem com o planeamento do desenvolvimento: infra-estruturas diversas, equipamentos, intervenção nas áreas da educação, formação profissional, acção social, cultura, património, desporto, turismo, ambiente, recursos hídricos, protecção civil, etc. Mais importante ainda, e essencial na acção das futuras regiões, as funções que se prendem com o fomento da actividade económica, com a criação de emprego e ordenamento do território."

Selénio Portugal

(excerto de relatório produzido no âmbito da unidade curricular "Projecto" do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

sábado, julho 24, 2010

A evolução do turismo cultural e os desafios que se colocam aos pequenos núcleos urbanos: o caso de Ponte de Lima

O turismo cultural é um fenómeno complexo, sendo por isso difícil formular uma estratégia consistente e de resultados seguros para o sector. Em Portugal, apesar do turismo cultural ter suscitado o interesse de um número elevado de cientistas sociais, continua ausente uma reflexão sobre as perspectivas da sua evolução a médio prazo, e sobre como pequenos núcleos urbanos, como Ponte de Lima, podem dele tirar partido para o seu desenvolvimento.
Com base nestes dados, dá-se notícia nesta comunicação de uma investigação que teve como objectivos: analisar a dinâmica do turismo cultural à escala internacional, nacional e regional; avaliar o potencial do seu desenvolvimento em Ponte de Lima; caracterizar a estratégia de desenvolvimento turístico seguida pelo município; e aferir a possibilidade de uma reorientação de política para um produto turístico mais activo/criativo. Para isso, realizaram-se entrevistas semi-estruturadas a agentes locais e regionais ligados ao turismo. As questões usadas centraram-se nas estratégias de planeamento e de marketing turístico conduzidas, e nos recursos de que Ponte de Lima dispõe.

Mécia Mota
Paula Cristina Remoaldo
J. Cadima Ribeiro


(resumo de comunicação submetida ao I Congresso Internacional de Turismo da ESG/IPCA - Produtos e Destinos Turísticos de Excelência -, a decorrer em 1 e 2 de Outubro de 2010, em Barcelos)

quinta-feira, julho 22, 2010

Lack of will

"The difference between a successful person and others is not a lack of strength, not a lack of knowledge, but rather a lack of will."

Vince Lombardi

(citação extraída de SBANC Newsletter, July 20, Issue 627 - 2010, http://www.sbaer.uca.edu/)

sexta-feira, julho 16, 2010

Diz-me onde moras...

"As nossas cidades tenderão crescentemente a ser como as americanas; quer dizer: ´diz-me onde moras, dir-te-ei quem és!`"
José Costa
(excerto de comentário produzido no âmbito de provas públicas de doutoramente que hoje decorrreram na EEG/UMinho)

quinta-feira, julho 15, 2010

O Baixo Minho caracteriza-se por...

A NUT II Norte é, actualmente, um dos territórios mais populosos e pobres da U. E..
No contexto da NUTII em causa, o Minho:
i) tem um papel essencial, pelo peso económico e demográfico;
ii) trata-se de um tecido empresarial marcado pela presença de sectores industriais “tradicionais” , com forte orientação para a exportação;
ii) é detentor de uma forte identidade história e cultural e de um património, material e imaterial, muito rico.
O Baixo Minho caracteriza-se também:
- pelo densa malha empresarial, constituída por pequenas e médias unidades empresariais, de raiz familiar (têxtil e vestuário);
- pela existência de um núcleo de actividades recentes, de maior intensidade tecnológica (tecnologias de informação e comunicação);
- por um sector emergente, com grande potencial (turismo cultural; turismo de natureza);
- pela presença de instituições de ensino superior, de investigação e de desenvolvimento com razoável massa crítica e potencial (UMinho; Laboratório Internacional Ibérico de Nano-tecnologias; …).

Nuno Pinto Bastos
J. Cadima Ribeiro

(excerto de comunicação intitulada "O Quadrilátero Urbano enquanto região metropolitana policêntrica", apresentada no 16º Congresso da APDR, que decorreu na Universidade da Madeira, Funchal, entre 5 e 10 de Julho de 2010)

segunda-feira, julho 12, 2010

Lançamento de Livro: GUIMARÃES “DUAS VILAS, UM SÓ POVO”. ESTUDO DE HISTÓRIA URBANA (1250-1389)

«Lançamento do Livro da Profª Conceição Falcão
14. Julho. 2010 / 18hs / Museu Nogueira da Silva

O CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» e o Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho têm o prazer de convidar V. Ex.ª para o lançamento do livro
GUIMARÃES “DUAS VILAS, UM SÓ POVO”. ESTUDO DE HISTÓRIA URBANA (1250-1389)
de Maria da Conceição Falcão Ferreira
A apresentação, a cargo de Maria Manuela dos Reis Martins, terá lugar no próximo dia 14 de Julho, quarta-feira, pelas 18h00, no Museu Nogueira da Silva (Braga).»

(reprodução parcial de mensagem que me caiu na caixa de correio electrónico no final da passada semana; mensagem proveniente de InfoICS)

sábado, julho 10, 2010

"O Quadrilátero Urbano enquanto região metropolitana policêntrica"

«Embora se tenha configurado como resposta a uma política pública nacional, o “Quadrilátero” deve ser entendido como o primeiro passo de um processo amplo que envolve a programação estratégica de investimentos e a respectiva concretização, que fomentem a competitividade e afirmação nacional e internacional do território.
Sobre esta dimensão da razão de ser da rede, considere-se o testemunho do entrevistado I.
Dizia este que a rede urbana emergira como resposta a dois desafios:
i) “O primeiro, resulta da consciência que, após a entrada na Comunidade Europeia, a competição deixou de se fazer país a país […] e passou a fazer-se região a região, cidade a cidade, no interior da comunidade. A natureza da competitividade territorial mudou e mudou de escala sobretudo”;
ii) “A segunda constatação é que o sistema urbano português tem uma evidente fragilidade:
- temos uma área metropolitana que tem uma massa crítica que é significativa em termos europeus, que é Lisboa;
- temos uma segunda área metropolitana que é a do Porto, que já é menos importante em termos de dimensão para a competitividade internacional; e,
- temos depois uma rede de cidades que todas elas padecem de uma dificuldade que é a sua pequena dimensão”.»

Nuno Pinto Bastos
J. Cadima Ribeiro


(excerto de comunicação intitulada "O Quadrilátero Urbano enquanto região metropolitana policêntrica", apresentada no 16º Congresso da APDR, que decorre(u) na Universidade da Madeira, Funchal, entre 5 e 10 de Julho de 2010)

terça-feira, julho 06, 2010

Conversas sobre nós: do potencial turístico dos territórios às deficiências de organização e de estratégia de promoção turística (2)

1. O CER, Centro de Estudos Regionais, uma associação cívica sedeada em Viana do Castelo, tem vindo a promover um ciclo de conferências que, sugestivamente, intitulou “Novas conversas sobre nós”. A última das conferências ocorreu há pouco mais de uma semana e teve como orador convidado o signatário deste texto. O tema versado foi: “Alto Minho: destino turístico cultural e criativo?”. Em boa verdade, o tema que me havia sido proposto não contemplava a forma interrogativa.
2. O elemento de amarragem da intervenção foi um levantamento que havia sido feito, via inquérito, sobre as preferências ou escolhas de visitantes reais ou potenciais do Alto-Minho. As preferências que era suposto serem explicitadas reportavam-se aos recursos turísticos ofertados pelo território em causa. Os resultados a que se chegou foram os seguintes: os recursos turísticos mais valorizados pelos inquiridos foram os Recursos Históricos, seguidos dos Recursos Naturais-Água.
3. Os resultados obtidos no âmbito do mencionado estudo revelaram-se interessantes especialmente por tornarem patente a inadequação da estratégia promocional que vinha sendo conduzida, centrada no Património Religioso e no Artesanato, atributos que se revelaram ter menor relevância no contexto da hierarquia de preferências dos inquiridos.
4. Pegando com maior detalhe nos resultados do estudo, podia adicionalmente constatar-se o seguinte: i) no âmbito dos Recursos Históricos, apareciam positivamente ponderados o Património Arqueológico e o Património Civil; ii) no âmbito dos Recursos Etnográficos, o mesmo se verificava relativamente às Festas e à Gastronomia; e iii) no contexto dos Recursos Naturais-Terra, surgiam positivamente apreciados os Parques Nacionais ou de Paisagem Protegida. Ora estes são recursos que caem no âmbito de perfis de procura turística mais recentes, onde a dimensão cultura, singularidade e ambiente natural têm lugar de destaque, e era daqui que surgia o pretexto para questionar a viabilidade de configurar o Alto-Minho como um destino de turismo cultural.
5. A problemática da criatividade a que fazia apelo o título da conferência surgia colocada mais adiante e prendia-se com a ideia que, se se pode assimilar o turismo cultural a visitas a monumentos e locais históricos, é também possível uma aproximação que considere uma fruição cultural mais activa. Esta problematização foi sendo feita por vários autores a partir do virar do século XX, confrontados que foram com o crescimento daquilo a chamaram “turismo criativo”. Defendem os ditos autores que os consumidores do turismo criativo procuram experiências interactivas para ajudar no seu desenvolvimento pessoal e aumentar o seu capital criativo. O turismo criativo envolve não apenas ver, não apenas “estar lá”, mas uma interacção reflexiva por parte dos turistas. Ora, era neste contexto que a questão sobre se o Alto-Minho seria capaz de posicionar-se nesse mercado poderia ser colocada. Era também daqui que surgia a oportunidade de dar um formato interrogativo ao tema da dita conferência.
6. A verdade é que, para lá chegar, o território em causa precisará, antes, de posicionar-se como destino de turismo cultural, dado que não o é, pese o seu potencial em recursos culturais. A verdade é que, digo, para lá chegar, o Minho-Lima precisará antes de consolidar-se como destino turístico enquanto tal, quer dizer, terá que conseguir que os agentes da actividade turística desenvolvam acções no sentido de uma utilização eficiente dos recursos endógenos, bem como definam e, consequentemente, promovam uma imagem da sub-região como destino turístico comum. E, adicionalmente, carecerá de: i) superar a ausência de uma cuidada organização e administração dos recursos turísticos; ii) ultrapassar a escassa oferta de alojamento e de restauração de qualidade; iii) resolver fragilidades ao nível das acessibilidades; iv) desenvolver um plano de oferta de eventos e actividades de animação mais regular e mais consistente; v) apostar na qualificação dos recursos humanos ao serviço do sector; vi) desenvolver uma cultura empresarial mais propensa à cooperação; vii) superar as lacunas graves existentes na promoção turística do território; e viii) enfrentar as indefinições em matéria de estratégia e organização do sector e contribuir para a construção de uma nova organização institucional (e territorial) do turismo regional e nacional.
7. Foi este o diagnóstico que propus aos participantes no fórum, procurando sublinhar a distância a que o dito território se situa daquilo que pode ser equacionado em matéria de um projecto turístico que faça apelo às dimensões culturais, perspectivadas de uma forma mais activa ou mais passiva. Trago aqui essa problemática e invoco aqui o evento porque, em se tratando da realidade do desenvolvimento turístico, o Alto-Minho e o Baixo-Minho, juntamente com várias outras parcelas do território nacional, não estão colocados perante realidades e constrangimentos muito diversos. Invoco a vivência que experimentei porque acho que o pontapé de saída para a mudança no Baixo-Minho e nesses outros territórios do país a que aludo também têm que ser “as conversas sobre nós”, que porventura não serão “novas” porque serão início de conversa.

J. Cadima Ribeiro

(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho, no âmbito de coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")

sexta-feira, julho 02, 2010

Leiria: "A Cultura em Noite de São João"

«A Adlei promoveu em Leiria, no passado dia 23 de Junho, "A CULTURA EM NOITE DE S. JOÃO". E, a propósito da Cultura, as pessoas conversaram, trocaram ideias, comungaram do espírito sanjoanino com vinho, pão e arte.
A Direcção apresenta aos seus associados uma síntese desta iniciativa, que remetemos em anexo. Enviamos também o link da notícia do Região de Leiria "Ideias para a cultura de Leiria num debate com gente à porta".
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(reprodução parcial do corpo principal de mensagem que me caiu ontem na caixa de correio electrónico, com a proveniência que se identifica)