domingo, junho 12, 2011

POTENCIALIDADES DA REGIÃO OESTE - O TURISMO E OS NOVOS NICHOS DE MERCADO

“O turismo tem uma importância verdadeiramente estratégica para a economia portuguesa em virtude da sua capacidade em criar riqueza e emprego. Trata-se de um sector em que temos vantagens competitivas claras como sucede com poucos outros” (PINHO, M., 2007, p. 1; apud PENT, 2007).
No que se refere ao sector do turismo, o Oeste é uma das regiões com mais potencialidades e, maior diversidade de ofertas. O Oeste destaca-se de outras regiões do país, pelo seu litoral que é marcado por uma extraordinária arriba fóssil, mas também pelas suas praias com extrema qualidade, pela sua diversidade faunística e florística, pelo seu o património histórico, pelas propriedades químicas das suas águas que permitiram o desenvolvimento de importantes estâncias termais e, por último, pela proximidade a que esta região se encontra da capital do país (Lisboa).
Actualmente, no que se refere ao turismo verifica-se uma tendência generalizada para a escolha de destinos que promovam a diferença. O turista não quer apenas visitar um monumento, ou ir exclusivamente para a praia. Como tal, é necessário criar novas ofertas, apostar em sectores inovadores e em produtos turísticos diversificados, que assentem na qualidade da oferta, direccionados para um público específico, com mais recursos e, como tal gerador de maior riqueza. Só através de uma oferta diversificada e de qualidade é que determinado produto turístico se poderá tornar uma referência internacional.
Para além do referido anteriormente, o turista actual procura, essencialmente, o bem-estar, sendo que esta procura tem sido colmatada através do desenvolvimento de produtos como a segunda habitação. “Para Huete (2009) o turismo residencial tornou-se num elemento básico que engloba um colectivo de indivíduos interessados em alcançar valores que lhes transmitam bem-estar e qualidade de vida” (HUETE, 2009; apud PATULEIA, 2011, p.5)
Na região Oeste, verifica-se, actualmente um forte investimento no sector do turismo residencial em resorts integrados de grandes marcas internacionais. Estes resorts, para além de atraírem um mercado muito específico, apresentam-se como um sector turístico muito lucrativo, na medida em que os seus utilizadores são normalmente pessoas com rendimentos bastante elevados e que gastam muito dinheiro durante a sua estadia, mas também porque os utilizadores destes resorts são sobretudo estrangeiros e portanto, é investimento externo que entra no país. Por outro lado a elevada qualidade dos serviços prestados pelos resorts exige muita mão-de-obra e, sobretudo, mão-de-obra qualificada, tornando estes resorts em importantes empregadores na região.
O turismo residencial em resorts integrados na região Oeste encontra-se intimamente relacionado com o desenvolvimento de outros produtos turísticos, designadamente, o golfe (que encontra nesta área condições muito mais favoráveis ao seu exercício – clima ameno e abundância de recursos hídricos necessários à manutenção destes campos), o touring cultural, a animação, entre outros.
Uma das grandes vantagens deste tipo de turismo é a baixa sazonalidade, o que não acontece, por exemplo, com o turismo de Sol e do Mar que é quase exclusivo do Verão.
Segundo Carneiro (200), o Oeste deverá tornar-se, a curto prazo, num interessante destino de Resorts Integrados e Turismo Residencial da Europa, assente numa oferta hoteleira e em serviços de extrema qualidade sem, no entanto, tornar-se num turismo de massas. A oferta turística deve assentar nos Resorts Integrados/Turismo Residencial e no Golfe.
Embora seja uma região com extremas potencialidades, o sector do turismo assume ainda, um peso relativamente baixo na economia da região, facto este que entre outras razões, pode ser justificado pela fraca internacionalização desta região enquanto destino turístico. Assim, o principal objectivo desta região passará por um crescimento com qualidade e não em quantidade, assente na qualificação e competitividade da oferta, e na exploração controlado dos seus potenciais, o que permitirá tornar a região numa referência internacional em termos turísticos. Simultaneamente, a região Oeste deve procurar desenvolver novos produtos que permitam responder às demandas dos novos nichos de mercado, que procuram produtos turísticos inovadores, assentes, essencialmente na qualidade e na diferença.
Em suma, podemos concluir que, de facto, o Oeste português é uma região com um potencial incrível que, apesar de ter sido “discriminado” durante muito tempo, actualmente começa a ocupar uma posição central em algumas políticas nacionais, nomeadamente no que se refere ao Turismo e, como comprova o PENT.
Região com paisagens, extremamente, bonitas e tradições muito peculiares é “um espaço unido por uma herança cultural comum, cimentada em séculos de cultura à vinha e num apego à terra e ao mar” (TURISMO DO OESTE; s.d.).

Teresa Costa

BIBLIOGRAFIA
PATULEIA, Mafalda (2011) O turismo residencial e os resorts integrados no pólo de desenvolvimento turístico do oeste: estratégias de desenvolvimento; Dos Algarves n.º 20; Revista da Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo; Universidade do Algarve; pp. 4 a 22; acedido em http://www.dosalgarves.com/revistas/N20/1rev20.pdf - consultado a 26 de Maio de 2011.
TURISMO DE PORTUGAL (2007) Plano Estratégico Nacional do Turismo - Para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal; Ministério da Economia e da Inovação; Lisboa; acedido em
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/conhecimento/planoestrategiconacionaldoturismo/Anexos/PENT_VERSAO_REVISTA_PT.pdf - consultado a 30 de Maio de 2011.
TURISMO DO OESTE (s.d.) Oeste – Terra de Vinhedos e de Mar, Folheto Informativo, Turismo de Portugal.
CARNEIRO, António (2008) Estratégia de Desenvolvimento para o Pólo de Desenvolvimento Turístico do Oeste; II Congresso Internacional de Turismo Leiria e Oeste; Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche; Leiria; acedido em
http://cassiopeia.esel.ipleiria.pt/esel_eventos/files/3901_05_AntonioCarneiro_4bf3f21f6fbf7.pdf - consultado a 2 de Junho de 2011.

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)

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