Da consulta ao Plano Estratégico Nacional do Turismo relativo ao Turismo Náutico, este produto tem elevado potencial, pois Portugal dispõe de condições favoráveis para a prática de diversas atividades náuticas, podendo até conciliá-las com outras, de diferente cariz.
Apesar deste produto apresentar vantagens, ainda muito falta expandir para colocar Portugal como um dos principais destinos turísticos neste segmento. Mas para concretizar esta aposta no Turismo Náutico, é necessário: aumentar a oferta de marinas e portos de recreio; criar infraestruturas sustentáveis (que se integrem e valorizem o meio ambiente), com boas condições físicas e económicas de atracagem; desenvolver e organizar uma oferta de bens e serviços diversificados e de qualidade.
Para o sucesso deste produto, é importante que o destino tenha sucesso e seja procurado para estadia. É essencial também que se ofereça serviços básicos nas proximidades, para facilitar as deslocações (marinas, postos de amarração, estaleiros de reparação naval, postos de combustível, etc).
Como sugestões para o desenvolvimento deste produto turístico apresento as seguintes:
Valorizar os recursos existentes e organizá-los em produtos turísticos, com base em padrões da sustentabilidade;
Investir em comunicação junto dos turistas que visitam Portugal, no sentido de mostrar toda a oferta turística do país, de forma a incentivá-los a regressar e visitar novos locais;
Reduzir os processos legislativos e burocráticos existentes;
A criação de um site, como forma de melhor gerir, aproveitar e respeitar o património marítimo do país, que reúna toda a informação relativa à oferta náutica, como nos rios, nas barragens, no mar, nos estuários, lagoas, com vista a oferecer-se a quem por este se interessa. Além do site, a promoção do turismo náutico passaria também por presença da respetiva hiperligação nos sites de todos os institutos que estivessem ligados com este produto, canais/ redes sociais, Turismo de Portugal;
Apostar no público-alvo que melhor sirva a estratégia nacional e regional, fidelizando-o (apostar também no Turismo Interno);
Aumentar o número de amarrações para efeitos turísticos (principalmente a norte do país);
Promoção contínua e adequação às tendências da procura;
Criação de parcerias entre as várias entidades gestoras do espaço hídrico e zonas ribeirinhas adjacente;
A organização de eventos náuticos e turísticos de forte projeção internacional, como forma de afirmação da imagem e identidade dos diversos portos/cidades, e como motor da confirmação do país como destino de «Turismo e Recreio Náutico»;
Apostar em nichos de mercado emergentes ou com maior potencial, atendendo à evolução da náutica de recreio a nível internacional, através de estratégia comercial forte e bem direcionada;
A constituição de parcerias e o estímulo da participação e responsabilização de todos os que interagem no país /região dos projetos criados, com o duplo objetivo de captação de investimento privado e garantia de viabilidade.
Com estas sugestões, deseja-se que sejam criadas condições para uma redescoberta de locais (rios, barragens, estuários, etc.) aumentado as potencialidades para a expansão da náutica de recreio, para valorização e crescimento económico do país e das regiões.
A aposta no produto estratégico «Turismo náutico» é benéfica para o turismo do nosso país na medida em que: alarga a época turística; conquista mercados de maior poder aquisitivo; reforça a imagem de turismo de qualidade; e, de certa forma, desenvolve o sector de atividades náuticas. Do mesmo modo, será benéfico para o turista: reduzindo a sazonalidade existente; garantindo produtos de qualidade; facilitando o acesso dos produtos à procura; centrando as compras de material náutico; etc.
Por outro lado, também a população em geral vai beneficiar do turismo náutico. Por exemplo, o aumento da atividade económica ao longo do ano e a atracão de pessoas com mais poder de compra levam ao alargamento dos períodos de abertura e consequentemente, a um aumento de receitas, o que implica a criação de mais postos de trabalho e uma melhor qualidade de vida para os habitantes.
Ana Rita Castelbranco
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]
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