O município de Guimarães é densamente povoado, tendo uma população de aproximadamente 158.000 habitantes, para uma área de 241,05 Km2, sendo que a cidade de Guimarães tem uma população aproximadamente de 53.000 habitantes, com uma população jovem, mas com baixos níveis de escolaridade, apresentando valores bastante inferiores à média nacional e aos da região Norte, mas mais jovem que a média regional e nacional (censos, 2011).
Como referido anteriormente, Guimarães é uma das cidades mais jovens da Europa, apresentando assim uma vantagem competitiva e com potencial para uma promoção e divulgação da cidade. Contudo, na última década, registou-se um envelhecimento da população e uma ligeira diminuição da mesma (Sales Index, 2012).
Foram constatados também baixos níveis de escolaridade. Tudo se tem feito para colmatar esta situação, uma vez que constitui um obstáculo ao desenvolvimento socioeconómico do município de Guimarães, assim como ao acesso à cultura. fruto desses esforços, têm-se verificado progressos na região (censos, 2011).
Guimarães é uma cidade com imensas tradições culturais, com festividades bastante importantes para a cidade, como por exemplo “as Gualterianas ou as Nicolinas”. Falando numa realidade mais culturalmente qualificada, podemos destacar as tradição do Cineclube de Guimarães, o Festival de Jazz, que ao longo do tempo nos tem apresentado programações de nível mundial, e no que concerne ao Museu da Sociedade Martins Sarmento, este é considerado um dos mais antigos museus arqueológicos portugueses. Destaca-se, ainda, o Centro Cultural Vila Flor, com uma programação reconhecia de elevado nível.
Guimarães situa-se numa região dinâmica e empreendedora, acima de tudo porque tem no município o campus universitário, tem também uma tradição industrial, com vocação para a exportação e uma especialização produtiva assente em setores tradicionais.
Para além do dinamismo que a cidade apresenta, Guimarães tem um elevado património histórico, que tem vindo a ser potenciado, servindo como canal condutor do contributo para o desenvolvimento do setor terciário, nesta última década, especialmente no que diz respeito ao turismo e às atividades que lhe são inerentes, que pode ser entendido como uma estratégia para o desenvolvimento económico e promoção da cidade.
Guimarães é conhecida como “cidade-berço”, fator considerado fortíssimo para a atração de visitantes/turistas, destacando-se o Paço dos Duques, que recebe imensos visitantes/turistas, o que o coloca entre um dos monumentos mais visitados do país, sendo que a riqueza do seu património histórico e cultural foi reconhecida pela UNESCO, em 2001, ao declarar Património Mundial o seu centro histórico, pelo facto de preservar importantes elementos medievais.
É de referir que “Guimarães 2012 CEC - Capital Europeia da Cultura” estabeleceu uma grande oportunidade para promover a reconversão urbanística do tecido económico, nomeadamente a área de Couros, um importante núcleo de arqueologia industrial, com origem na indústria de curtumes, assente na criatividade, no empreendedorismo e na inovação, uma vez que tem vindo a acolher novos equipamentos dedicados às artes, design e educação. Tal veio contribuir para o reforço da sua competitividade e para a criação de emprego qualificado, nomeadamente através da promoção das indústrias culturais e criativas, sendo este considerado um potencial efeito positivo da CEC 2012.
Sem dúvida que hoje em dia e muito tendencialmente os centros urbanos são destinos cada vez mais procurados pelos turistas. Em Portugal são diversos os centros urbanos que assumem um papel de destinos privilegiados nas opções dos visitantes, entre eles encontra-se Guimarães, dada a notoriedade e relevância nacional do seu passado histórico.
Todo o património que a cidade de Guimarães possui leva a considerá-la muito atractiva, sendo este o principal motivo para os turistas a visitarem, que assenta essencialmente no seu peso histórico. Como referi anteriormente, Guimarães é considerada o Berço da Nação, o que é, de facto, um elemento com forte poder atractivo. Contudo, e sem retirar importância à sua história e património cultural, é muito importante que a cidade esteja numa constante dinamização e continue a diversificar o seu leque de ofertas turísticas, por forma a responder às exigências atuais e a novas que surjam, além das pretensões por parte de quem a visita.
As infra-estruturas e serviços que a cidade contém têm uma importância crucial no sucesso da actividade turística da cidade de Guimarães, sendo que contribuem para aumentar a competitividade e qualidade da oferta turística local, assim como para a satisfação das necessidades de um turista cada vez mais exigente. Para além disso, é necessária uma aposta diversificada nos motivos para atrair mais visitantes à cidade de Guimarães, com o intuito de atrair um público diversificado, para tentar colmatar a sazonalidade turística da mesma.
Vários estudos que foram feitos revelam que a permanência dos visitantes/turistas na cidade é muito curto. Esta situação demostra que, apesar dos esforços da autarquia, o produto turístico que a cidade oferece ainda não tem capacidade de fazer prolongar o tempo de estadia dos visitantes.
Procurar prolongar o tempo de visita na cidade passa pelos objetivos da autarquia local, com o intuito de dar a conhecer aos turistas que Guimarães tem uma oferta turística que justifica programar e prolongar a sua visita e estadia.
As instituições/associações culturais, recreativas e desportivas locais desempenham um papel fundamental, na medida em que têm a seu cargo espaços de aprendizagem, de convívio e ocupação de tempos livres. Estas, encontram-se dispersas por todo o município, sendo consideradas como elementos de reunião/união das populações em torno do seu espaço de residência, com relativa capacidade de animação e mobilização local. É a partir deste ponto que, na minha opinião, é crucial para fazer a “ponte” com a promoção e divulgação da cidade, que deverá sublinhar o facto dela ser considerada o Berço de Portugal e, no facto de ao longo da sua existência sempre preservar e reabilitar, da melhor forma o seu vasto e rico património histórico e monumental, que desta forma contribuiu para a candidatura a Património da Humanidade em 2001.
Foi assim premiada com a atribuição do estatuto, e esse facto, conjuntamente com a sua participação na realização do Euro 2004, terão tido relevância na sua escolha para ser Capital Europeia da Cultura em 2012 e, em 2013, a Capital Europeia do Desporto. Estas foram, podemos assim dizer, importantes formas de divulgação da cidade no mercado interno e externo.
No que concerne ao turismo, sendo ele deveras importante para a cidade, é importante que se estabeleça um conjunto de estratégias que possam contribuir para um aumento de visitantes/turistas à cidade em questão. E para que tal se torne possível é necessário em primeiro lugar promover e divulgar a cidade dentro e fora de Portugal, realizando campanhas de divulgação. Posto isto, é imprescindível fazer com que a permanência dos turistas aumente, apresentando ao visitante/turista a cidade como um destino atrativo, com equipamentos hoteleiros com uma boa relação qualidade/preço, assim como atividades diversificadas complementares à atividade turística, para assim conseguir a permanência dos turistas na cidade, por mais tempo.
É importante também qualificar e diversificar a oferta turística, pois no mercado competitivo de turismo urbano, é essencial a afirmação, para fazer face às várias cidades concorrentes, apostando na qualidade e variedade dos serviços e produtos que oferece.
Para além disso, e como referido anteriormente, o património cultural existente deve ser conservado e preservado, na medida em que constitui uma parte significativa da oferta cultural local, que deve ser diversificada e de qualidade para se afirmar perante um conjunto de cidades, tanto nacionais como europeias, com forte dinâmica cultural.
Por último, importa atrair públicos diferenciados, em especial os mais jovens, por forma a estabelecerem uma relação mais próxima com as diversas áreas culturais.
Em suma, a actividade turística, no contexto de desenvolvimento da cidade de Guimarães, apresenta-se como uma importante linha estratégica de intervenção. Contudo, e para que esta actividade se revele competitiva e empreendedora, é necessário que os responsáveis apostem numa política integrada e sustentada. Todavia, a capacidade de atracção turística vimaranense não pode estar limitada ao seu património construído e à sua história. Tem de ser mais diversificada e de qualidade inquestionável.
Segundo, Licínio Cunha (1997), o turismo português enfrenta graves problemas, como a sazonalidade, a queda da receita por turista, os desvios da procura, ou a inadequação da oferta, importa pensar corretamente o futuro deste setor. A minimização destes problemas poderá contribuir positivamente para a economia local e para o desenvolvimento da actividade turística de Guimarães.
Elisabete Araújo |
Bibliografia/Sitografia
CUNHA, L., 1997, Economia e Política do Turismo
http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/tek/n14/n14a16.pdf
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)
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