terça-feira, abril 29, 2014

Impacto dos festivais de verão no turismo nacional

         Apesar da conjuntura económica, tem-se assistido, particularmente nos últimos anos, a um crescimento seja em número seja em diversidade dos festivais de verão em Portugal. É uma forma diferente de assistir a concertos de várias bandas e dança, teatro ou outas áreas criativas.
           Cada vez mais o público adere a este tipo de eventos culturais. Só no ano passado foram agendados mais de 100 festivais dos mais variados tipos. Este ano já está agendado o Rock in Rio, um dos maiores festivais de música a nível nacional, mas também fica marcado pelo regresso de Vilar de Mouros, um dos mais antigos.
            Existem vários tipos de festivais de música, desde os mais urbanos até aos localizados em regiões mais interiores, os dedicados apenas a um estilo musical e os mais generalistas. De entre os festivais mais conhecidos, a nível nacional, temos o Rock in Rio, o Optimus Alive, o Super Bock Super Rock, MEO Sudoeste, Paredes de Coura, Marés Vivas e, mais recentemente, Optimus Primavera Sound. Reparando bem, todos estes têm por trás uma grande marca patrocinadora. Para as marcas patrocinadoras é um negócio bem rentável apoiarem eventos culturais deste tipo, não só pela visibilidade mas também em termos financeiros.
            Tanto o Optimus Primavera Sound como o Optimus Alive têm muita visibilidade internacional e são muito frequentados por público estrangeiro, que vem à procura não só de boa música como também de bom tempo, boa comida e bons preços. Em termos de números, o festival Optimus Alive, em 2012, registou um record de 16 000 estrangeiros das mais diversas nacionalidades. Isto tem implicações no turismo das duas cidades, quer em Junho, quer em Julho, os hostels das cidades enchem-se de festivaleiros.
            Já os festivais mais afastados dos grandes centros urbanos apresentam um público diferente, que aproveita para gozar umas férias com os amigos. Temos o caso de Paredes de Coura ou mesmo do Sudoeste que, tendo uma localização privilegiada, perto de pequenas aldeias, trazem bastantes benefícios à população mas têm também impactos negativos a nível da poluição, aumento do preço dos bens, congestionamento e dificuldades em estacionar. Os benefícios que trazem a estas regiões são a nível económico, refletindo-se no comércio da região (compra de bens e serviços e na restauração local), aptar captar mais atenção e visibilidade para a região e, quem sabe, investimento.

Catarina Costa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]

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