domingo, fevereiro 18, 2018

Turismo Religioso: uma bênção para Portugal?

Hoje em dia, Portugal não é um país que passa despercebido no mapa-múndi. Desde as suas praias e paisagens incríveis até à vasta herança histórica, cultural e religiosa que o país tem para oferecer, Portugal foi considerado um dos países mais atrativos da Europa e, quem sabe, até mesmo do Mundo.
A variedade e quantidade de experiências oferecidas pelo nosso país ajudou na criação de diferentes tipos de turismo que, um a um, contribuem de forma notória para a economia nacional.
O turismo religioso tem vindo a marcar a diferença perante outros standards de turismo e revela-se em ascensão desde sempre. Único, na medida em que a motivação dos viajantes é simplesmente a fé. A busca da espiritualidade e a prática religiosa movimentam milhares de pessoas todos os anos, dos mais variados cantos do mundo, em prol de uma devoção nunca antes vista. Este tipo de turismo baseia-se essencialmente nos calendários santos das localidades recetoras, associando-se a este conceito as romarias, festas, peregrinações, visitas a locais históricos, encontros e concentrações de natureza religiosa.
Em muitas culturas, a religião desempenha um papel fundamental na construção de valores e no comportamento de cada um e, por isso, é um ponto de análise relevante para a economia. Num contexto voltado para o catolicismo, é possível identificar algumas práticas na Europa muito conhecidas, como é o exemplo da peregrinação à Terra Santa em Itália, a romaria a Santiago de Compostela na Espanha e, sem esquecer, as famosas visitas a Fátima em Portugal. O Santuário de Nossa Senhora de Fátima é dos locais mais procurados a nível mundial uma vez que possui vários pontos de interesse turístico para os visitantes: descoberta das ermidas, capelas, museus, grutas e rota das catedrais. É também um contributo indispensável para a internacionalização dos serviços nacionais.
Assim sendo, verifica-se que de facto existe uma relação consistente e significativa entre a religião e a expansão económica. O Turismo Religioso tem um impacto positivo não só na economia mas também na qualidade de vida dos habitantes locais. De realçar ainda que promove a preservação e diversidade das condutas religiosas e convencionais entre os diferentes povos.
Num contexto mundial, estudos apontam que a religião move aproximadamente 330 milhões de pessoas por ano, originando receitas de 15 a 18 mil milhões de euros. Em Portugal, este género de turismo representa cerca de 12% do turismo total e alcançou recordes a nível de dormidas e de receitas: as agências de viagens são as primeiras a responsabilizar-se pelo planeamento de peregrinações e romarias. Toneladas de cera são queimadas todos os meses, já para não falar das pousadas, hotéis e outras moradias que se enchem de visitantes. O impulso consumista gerado por este tipo de eventos alegra os comerciantes. É um fenómeno nacional, que mesmo centrado no Santuário de Fátima, prolonga-se por todo o país.

Bruna Macedo Ferreira

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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