quinta-feira, dezembro 28, 2006

As cidades inovadoras

As(os) cidades(territórios) inovadoras(es) - dimensões críticas:

- O Talento;
- A capacidade inovadora (criatividade);
- A conectividade;
- A distintividade (carácter distintivo).

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Novos problemas de localização

Existem cada vez mais empresas que se internacionalizam em busca de novos mercados. De acordo com vários estudos realizados, isto deve-se ao facto das localizações serem, de algum modo, favoráveis à implementação das empresas.
Embora não haja consenso total relativamente a quais serão exactamente os factores condicionantes, existem várias características que são apontadas como base para a criação de condições favoráveis ao desenvolvimento de projectos em certas zonas. De acordo com BUCKLEY e CASSON (1976) estas características vão desde factores específicos da indústria, da região, das relações politicas e fiscais dos países, até factores específicos relativos a empresa, que conferem várias vantagens numa possível implementação.
Segundo uma abordagem mais eclética DUNNING (1981) refere três condições para explicar a internacionalização das empresas. Estas são: possuir vantagens de propriedade face a empresas concorrentes; ser mais lucrativo explorar as vantagens do que vender ou licencia-las; e ser viável combinar as duas condições anteriores com obtenção de inputs de outros países a preços mais baixos.
De acordo com várias entidades é de esperar que o meio condicione o tipo de empresa que se irá fixar no mesmo; existem, no entanto, casos em que visionários, pegando numa localização que não seria à partida propícia, criaram condições de modo a contrariar a tendência geral criando aglomerados de empresas (normalmente empresas de alta tecnologia).
DELAPLACE (1993) fez uma compilação de 21 factores que influenciam a possibilidade da formação de complexos de alta tecnologia. De um modo geral, a existência de infra-estruturas, tais como universidades, centros de investigação, etc., criam a base para que mais tarde se tenha mão-de-obra qualificada e toda uma organização que facilita o desenvolvimento tecnológico.



Joana Branco

(doc. da série artigos de análise/opinião)

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Regionalização precisa-se

Penso que a regionalização é o melhor caminho para se chegar à reforma conceitual e administrativa do Estado. Por mim, tenho razões para pensar que Portugal estaria melhor se tivesse feito a regionalização há 25 anos como o fez a Espanha, embora aí sejam regiões autónomas. Portugal estaria mais equilibrado. Mais moderno. Com uma Administração Pública mais descentralizada e mais eficiente. E com umas finanças públicas mais controladas, porque o controlo financeiro se faria a vários níveis, regional e central , e porque a própria existência de regiões continentais serviria de contrabalanço, entre elas e as regiões autónomas insulares, e poderia justificar outro grau de partilha de dísciplina e contenção orçamental.Se houvesse Regionalização, Portugal Continental estaria dividido em 5 regiões: Norte (que inclui Porto), Nordeste, Centro (que inclui Lisboa), Alentejo (que inclui Ribatejo e o baixo e alto Alentejo) e o Algarve.
Se houvesse Regionalização estas regiões teriam o seu orçamento com dinheiro que lhes seria redistribuído pelo Governo Central, como actualmente passa com a Madeira e os Açores. As suas populações e empresas regionais estariam protegidas de eventuais Governos Centrais que queiram gastar todo o dinheiro em TGVs e Aeroportos na região de Lisboa.
Actualmente Lisboa recebe todo o dinheiro do País e não o redistribui equitativamente por todo o País. As únicas regiões que têm os seus interesses protegidos são os Açores e a Madeira. Em lugar de criticá-los, o que deveríamos fazer seria reformar todo o sistema politico para melhor fazendo 5 regiões em Portugal Continental. Ainda que fossem só três regiões em Portugal Continental a distribuição do dinheiro seria sempre mais justa que no modelo centralizado actual.O problema das 5 regiões de Portugal Continental não existirem e não terem um orçamento próprio faz com que essas regiões tenham graves problemas económicos, sociais e de infra-estruturas públicas fundamentais como Universidades, Hospitais e centros de saúde, transportes, gestão de portos e aeroportos.
Estas 5 regiões não conseguem fixar as suas indústrias, formar as suas populações por problemas nas escolas e falta de cursos nas Universidades regionais. Todos estes problemas levam a que há mais de 30 anos assistimos à migração dos portugueses de todo o País para Lisboa. Lisboa cresce, logo necessita mais investimento público para as suas infra-estruturas públicas: escolas, universidades, hospitais, centros de saúde e transportes. Este ciclo vicioso que continuamente deixa as 5 regiões de Portugal Continental despovoadas de jovens que migram para Lisboa para estudar ou para trabalhar. Muitos "lisboetas" viveriam noutras regiões do País, mas não têm nessas regiões boas escolas e universidades para os filhos, centros de saúde perto de casa, transporte público adequado, em suma nao têm um Governo Regional.
António Miguel Silva Oliveira

(doc. da série artigos de análise/opinião)

domingo, dezembro 17, 2006

A regionalização, a profecia que não se auto-realizou…

De facto, embora a regionalização tenha merecido a consagração normativa fundamental, tornando-se matéria constitucional logo a partir de 1976, não agregou as dinâmicas políticas, sociais e institucionais necessárias para se implantar na estrutura administrativa do país. Sem ter de se confrontar com qualquer quebra de legitimidade, temos um Estado que falta ao encontro com a sua Constituição e um conjunto de partidos que se desvinculam dos seus próprios programas de Governo.
É verdade que não há em Portugal Continental regiões claramente diferenciadas por factores culturais e naturais. A regionalização, no entanto, não deve acontecer só quando existem este tipo de diferenciações. A regionalização acontece se houver vontade política e apoio popular para descentralizar a Administração Pública. Com efeito, esta descentralização consiste em fazer com que decisões públicas que dizem respeito a territórios mais restritos que o país no seu todo, mas mais vastos que os municípios, deixem de ser tomadas pela Administração Central e passem a ser tomadas por órgãos eleitos pela população dessas regiões. Desta forma, contribui-se para que as decisões públicas se aproximem melhor das preferências e necessidades das populações a quem dizem mais directamente respeito.
A maioria dos municípios (exceptuam-se os grandes municípios e, em particular, os que esperam ver reforçado por esta via o seu peso político) não manifesta, hoje, qualquer entusiasmo pelo processo; os mais frágeis hesitam entre dois tipos de risco: o do isolamento e o da dependência. Mas, se Portugal tivesse regiões administrativas estaria no bom caminho para diminuir o atraso da economia, ter as finanças públicas mais controladas e atingir a reforma da administração pública.
Há, no entanto, quem defenda que Portugal é demasiado pequeno para ser dividido em regiões, e que a regionalização só servirá para criar uma camada de burocracia.
O Governo vai avançar já com a regionalização, assente na divisão administrativa do país em cinco regiões-plano existentes (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve). Esta é uma medida que servirá de base à regionalização que irá ser referendada na próxima legislatura, em 2009.
No entanto, podemo-nos questionar se com o aprofundamento da integração europeia e a consequente transferência de alguns poderes do Estado nacional para as instâncias comunitárias, não irá a criação de regiões acentuar esse enfraquecimento do Estado nacional? Ou, será muito mais grave que isso deixar agravar as disparidades regionais, com uma concentração cada vez maior da população e das actividades económicas nas áreas metropolitanas, os problemas sociais que essa concentração gera e a necessidade de investimentos públicos cada vez mais volumosos para resolver os problemas de congestionamento dessas zonas?


Ana Correia


(doc. da série artigos de análise/opinião)

sexta-feira, dezembro 15, 2006

O que é um SIG?

Existe uma infinidade de definições onde é colocado ênfase vários aspectos dos SIG. Algumas perdem na definição o verdadeiro poder do SIG, a sua capacidade para integrar informação e ajudar à tomada de decisões, mas todas incluem as características essenciais de referência espacial e a análise de dados.
Define-se um SIG como um conjunto organizado de hardware, software, dados geográficos e pessoal, destinados a eficientemente obter, armazenar, actualizar, manipular, analisar e exibir todas as formas de informação geograficamente referenciadas.

O conceito de SIG tem-se alterado radicalmente desde a sua origem, devido à evolução tecnológica, quer de hardware, quer de software. Os limites do conceito de SIG parecem ser os da imaginação e arte dos programadores e dos utilizadores. Podem-se identificar quatro fases no desenvolvimento do conceito de SIG:

1- Um sistema que permite a visualização e manipulação de dados geográficos.

2- Uma base de dados geográfica.

3- Um sistema que permite a análise espacial com vista à tomada de decisão.

4- Um sistema que promove a literacia geográfica dos cidadãos, utilizando a Internet.


Capacidades dos SIG:

- SIG integra dados espaciais e outros tipos de informação num único sistema – oferece uma base consistente e única para analisar dados geográficos em formato digital;

- Permite manipular e fornecer conhecimento geográfico em novas formas e abordagens;

- Identifica a associação entre actividades baseadas na proximidade geográfica. A exploração e visualização de dados no espaço sugere muitas vezes, novas explicações para conexões irreconhecíveis sem o recurso ao SIG;

- Permite o acesso rápido a registos administrativos, como a propriedade, informação fiscal, cabos de infraestruturas, através das suas posições geográficas.


Os SIG são de enorme utilidade no domínio do desenvolvimento regional, eis algumas aplicabilidades:

- Inventariação e análise de factos e fenómenos localizados: populações, actividades, usos do solo, recursos, potencialidades, problemas, etc.;

- Elaboração e gestão de planos e programas de ordenamento e de desenvolvimento regional;

- Construção e simulação de cenários de desenvolvimento espacial;

- Investigação temática com dimensão espacial;

- Outros.


Marina Oliveira

(extracto de texto sobre o mesmo tema remetido em 06/12/10)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Os Sistema de Informação Geográfica (SIG)

O uso do Sistema de Informação Geográfica, é cada vez mais necessário na análise do espaço geográfico, principalmente nas áreas urbanas onde o volume de dados manipulados é muito grande. A capacidade que os SIG têm de capturar, armazenar, recuperar, transformar e representar espacialmente os dados do mundo real, tem feito desta ferramenta, um instrumento versátil para auxiliar a solução de problemas de análise em planeamento urbano.
Assiste-se a um forte posicionamento das empresas na exploração dos seus sistemas de informação com recurso à informação geográfica e de localização. As empresas utilizam os conceitos espaciais, como endereços, áreas de venda, códigos postais, tempo de deslocação de X para Y, distância e variáveis demográficas para análises internas que lhes permitam vantagens competitivas.
Os Sistemas de Informação Geográfica apoiam as empresas no sentido de melhorar a tomada de decisões, criar novos serviços, optimizar a localização dos pontos de venda e até incrementar os níveis de satisfação e fidelização dos seus clientes.
A evolução tecnológica registada nas últimas décadas tem vindo a provocar impactos profundos nos campos de aquisição, processamento, representação, análise, gestão e disseminação da informação geográfica.
A sociedade da informação global dos nossos dias carece, por outro lado, de crescentes volumes de informação georreferênciada que engloba um elevado número de temas, desde os níveis de síntese aos de pormenor, para alicerçar os modernos sistemas de planeamento e desenvolvimento integrados, orientados para a monitorização e preservação do meio ambiente e ordenamento territorial.
Necessariamente manipulados em suportes digitais, por forma a poderem ser geridos informaticamente em função de aplicações especificas, tais dados são frequentemente estruturados em Sistemas de Informação Geográfica (SIG), instrumento reconhecidamente indispensável para a correlação dos temas simultaneamente envolvidos no planeamento e gestão de múltiplas actividades com ênfase para as infra-estruturas de serviço e uso nacional dos recursos naturais renováveis e não renováveis.

Marina Oliveira

(extracto de texto sobre o mesmo tema remetido em 06/12/10; referência: Compêndio de Economia Regional, José da Silva Costa [Org.], APDR, Coimbra, 2ª Edição, 2005)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

As assimetrias regionais

Portugal continua a ser um país com inúmeras assimetrias de desenvolvimento regional, apesar do nível de desenvolvimento e do melhoramento das vias de comunicação entre regiões.
Curioso é perceber que são assimetrias já conhecidas e que permanecem há décadas, apesar da redistribuição que é feita das regiões mais ricas para as mais pobres. Apenas uma região, a Madeira, foi capaz de sair dos últimos lugares de desenvolvimento em que se encontrava em termos regionais, para se colocar entre as regiões mais desenvolvidas.
Durante décadas as assimetrias entre regiões poder-se-iam explicar pela sua localização geográfica: as regiões junto à costa beneficiavam de toda uma envolvente criada em torno daquela que durante séculos foi a saída de Portugal para o mundo, a nossa costa marítima, onde a existência de mais e melhores vias de comunicação permitiam uma maior circulação de pessoas e bens, o que gerava investimento e o seu continuado desenvolvimento; enquanto que as regiões do interior, desprovidas de vias de comunicação e sem industrias de grande dimensão, viviam sobretudo de um comércio local.
Com a entrada de Portugal para a CEE, Portugal recebeu inúmeros fundos comunitários para tentar diminuir essas assimetrias, mas digamos que, por vezes, foram empregues de maneira desorganizada e sem uma orientação específica. Com esses apoios foram criadas novas e melhoradas vias de comunicação por todo o país, encurtaram-se ainda mais as distâncias e abriu-se as portas ao investimento a todas as regiões. Mas ao fim destes anos todos continuamos com as mesmas assimetrias, colocando-se assim questões sem uma resposta unânime e consensual; que medidas tomar para atenuar este “gap” de desenvolvimento? Porquê será? Qual o caminho a seguir?
Passará a solução por um maior controlo e uma mais justa redistribuição? Ou passará pela auto-iniciativa e empreendedorismo de cada cidadão?
Um caminho a seguir, a meu ver, seria o aproveitamento por parte de cada uma das regiões das suas vantagens comparativas e induzir a população a aderir a esse projecto, tal como o fizeram a Madeira e o Algarve, que apostaram naquilo que têm de melhor, o Turismo! Também a excessiva centralização da decisão em Portugal pode ser justificação para o travar do desenvolvimento em algumas regiões; outro factor a meu ver critico nas regiões menos desenvolvidas tem sido a falta de mão-de-obra qualificada que, geralmente, é absorvida e também seduzida pelas zonas mais “ricas”.
Hoje em dia, com todas as capitais de distrito ligadas entre si por excelentes vias de comunicação, urge a necessidade de cada uma das regiões tentar atrair investimento e, como referi acima, aproveitar as suas vantagens comparativas. É essencial ainda apelar ao empreendedorismo das populações e tentar criar condições para que se possa levar avante esse empreendedorismo. Os Autarcas terão também eles um papel importante nesta batalha, pois terão que conseguir aproveitar com a máxima eficiência cada recurso disponível.

Marco Vaz

(doc. da série artigos de análise/opinião; originalmente disponível na plataforma electrónica de apoio à UC Economia Portuguesa e Europeia)

domingo, dezembro 03, 2006

O turismo em Portugal, sector emergente

No caso Português, se calhar estamos a aproveitar pouco as capacidades de que dispomos nesta área, mas sempre se nota um aumento do usufruto das suas potencialidades. Prevê-se que as receitas do turismo deverão crescer entre cinco e oito por cento em 2007, face a 2006, com base nos destinos já consolidados e em áreas emergentes como o Porto e região Norte, segundo o Instituto de Turismo de Portugal (ITP), sendo de realçar que este ano as receitas turísticas deverão ultrapassar sete mil milhões de euros, mais 8,2 por cento do que em 2005, enquanto as despesas rondarão os 3 mil milhões, saldo bastante positivo.
Segundo o especialista belga Norbert Vanhove, o Algarve não é suficientemente diferenciado, embora o possa vir a ser; acrescenta que esta região não pode ser uma cópia do Sul de Espanha. Uma das grandes lacunas que este especialista belga enuncia, no caso Português, para poder haver competitividade é a carência no domínio de outras línguas.
Norbert Vanhove enuncia dez factores de competitividade (Jornal de Negócios – 22/11/2006), dos quais apenas concordo com quatro, são eles: a inovação, o planeamento estratégico, qualidade e acessibilidades e atracções, aos quais acrescentava a diferenciação.
Qualquer que seja a área geográfica envolvida (local, regional ou nacional), os destinos turísticos devem desempenhar um papel activo na melhoria da sua posição de mercado e aumentar os retornos directos como a criação de emprego e indirectos, melhorar a imagem ou qualidade de vida do turismo.
Quase dez anos após a inauguração das primeiras rotas, as companhias aéreas de baixo custo estão a ter um grande impacto no sector do turismo. Em particular, complementam a oferta de transporte das companhias aéreas tradicionais em aeroportos regionais e secundários. Permitem muitas vezes uma extensão da época turística (viagens fora de época), criando novos mercados, em especial a meio da semana.
Segundo Luís Patrão, muito importante "para melhorar as condições de competitividade dos destinos turísticos", o negócio destas companhias aéreas tem sido, na sua opinião, "muito bem desenvolvido". "No Algarve, mais de 50 por cento dos passageiros já chegam em companhias 'low cost', enquanto no Porto e em Lisboa este número mais do que está a duplicar anualmente", salientou.~
No conjunto, o turismo e a cultura podem funcionar como catalizadores de desenvolvimento económico, melhorar a atractividade de uma região e a sua competitividade. A cultura, e mais genericamente a economia da criatividade, festivais, eventos, entre outros, imprimem autenticidade e dinamismo a uma região. O turismo, se bem gerido, proporciona efeitos inevitáveis positivos no desenvolvimento cultural. Daí que aumentar a competitividade dos destinos turísticos é um desafio permanente que envolve todos os agentes públicos e privados do sector do turismo.
Os serviços turísticos são, em grande medida, dominados por pequenas e médias empresas (aquelas que organizam o transporte, a estadia, o alojamento) que desempenham um papel crucial no desenvolvimento e competitividade dos destinos turísticos. Desenvolver estratégias que fomentem o potencial de crescimento e a qualidade do destino turístico e melhorem a sua competitividade a nível internacional é um desafio real, embora seja incerto o retorno dos investimentos.
O reposicionamento do destino turístico a nível internacional depende de uma alquimia complexa que envolve, o desenvolvimento de marcas comerciais a nível internacional, uma maior concentração nas actividades de base e segmentos mais rentáveis, diferenciando o destino turístico dos seus concorrentes em termos de clientes ou produtos e procurando maior flexibilidade.
Para ser competitivo, o turismo requer uma mistura complexa de factores; requer um sector empresarial dinâmico e moderno, em conjunto com o envolvimento efectivo do sector público. Este, tem como principal área de intervenção no turismo proporcionar uma concorrência justa e transmitir transparência máxima a operadores e consumidores, bem como ajudar os destinos a avaliar os seus desempenhos com vista a uma gestão eficaz.
É desejável reforçar a coesão e as ligações entre todas as políticas que influenciem o desenvolvimento do turismo. Do mesmo modo, uma cooperação estreita entre o sector público e privado, talvez, através de parcerias público/privado dinâmicas é a base da adopção de boas estratégias para melhorar a atractividade e a competitividade dos destinos turísticos, pois desempenham um papel fundamental.

Clara Rosa

(doc. da série artigos de análise/opinião; originalmente disponível em http://economiaportuguesa.blogspot.com)

quinta-feira, novembro 30, 2006

IDE em Portugal

Portugal está mais atractivo ao investimento directo estrangeiro (IDE) segundo o relatório da Ernst & Young, intitulado “Portugal: Cause for optimism”.
Apesar de no período de 2004 e 2005 ter-se registado uma significativa queda de 22% no número de projectos de investimentos estrangeiros, ainda existem motivos para nos mantermos optimistas.
A economia portuguesa tornou-se mais atractiva para investimentos de capital internacional, em 2005, comparativamente ao período homólogo.
Esta melhoria de percepção dos investidores internacionais reflecte a evolução positiva de todos os critérios considerados pontos fortes da economia, de onde se incluem o facto de Portugal ser um país da zona euro, o ambiente social ser estável, existir uma boa qualidade de vida e fortes capacidades linguísticas da força laboral portuguesa, o custo de mão-de-obra ser acessível e haver um o potencial aumento de produtividade. Mas como nada é perfeito, existem também factores negativos que tendem a “afugentar” os investidores estrangeiros. O facto da nossa Administração Pública ainda continuar a ser ineficiente, o elevado nível de tributação sobre as empresas (IVA a 21%), a demasiada burocracia para abrir um negócio, a complexidade da legislação fiscal, são elementos que continuam a prejudicar a imagem de Portugal no estrangeiro e têm fortes impactos negativos no IDE deixando o nosso país muito aquém de outros países da união europeia como a Espanha, Alemanha, França. Outro factor que menos atrai os investimentos de empresários estrangeiros é a ausência de Investigação & Desenvolvimento, especialmente em relação a quadros com estas qualificações. A economia portuguesa poderia ser mais atractiva se o nosso governo remediasse estes pontos negativos e oferecesse mais incentivos económicos às empresas estrangeiras para que estas se localizassem no nosso território, criando assim mais postos de trabalho.
É sabido que é no sector automóvel que os investidores estrangeiros mais investem, mas este sector está com problemas graves, vejamos os casos da Opel da Azambuja e da Jonhson Controls, duas multinacionais que encerram as suas portas em Portugal entre este ano e o próximo, lançando milhares de pessoas para o desemprego, aumentando desta forma os índices de desemprego português e piorando ainda mais a frágil situação da segurança social. Por isso, seria talvez melhor virar-se para o sector dos serviços (sector terciário), sector esse que tem vindo a tornar-se cada vez mais relevante na economia europeia.
Aumentar o IDE é uma tarefa a ser executada a médio prazo, mas as medidas que o Governo tem tomado levam os investidores a concluir que Portugal está no bom caminho. Podendo já antever um sinal de retoma da economia portuguesa.

Patrícia Silva

(doc. da série artigos de análise/opinião; originalmente disponível em http://economiaportuguesa.blogspot.com)

quarta-feira, novembro 15, 2006

Desenvolvimento Endógeno e Política Regional

Em matéria de desenvolvimento regional, os anos oitenta do pretérito século ficam marcados pela emergência do paradigma do desenvolvimento endógeno, que se consolida nos anos noventa. Pese essa importante evolução teórica, as chamadas políticas regionais entretanto implementadas aparecem fortemente tributárias do paradigma funcionalista precedente.
È propósito desta comunicação situar a discussão sobre os termos da evolução necessária da política regional ou, melhor, das políticas de desenvolvimento regional, por forma a que passe(m) a tirar melhor partido do novo corpo teórico disponível. Para o efeito, recuperam-se aqui alguns estudos a que de algum forma estamos associados, para, a partir das ilações de política que daí se possam retirar, situar os termos do ajustamento a fazer em matéria de prática política e de protagonismo dos territórios concretos.
As aplicações empíricas invocadas reportam-se, deliberadamente, a problemáticas sectoriais diversas, pretendendo-se daí inferir a medida em que as acções de política se oferecem transversais aos sectores e respectivos agentes.

J. Cadima Ribeiro
J. Freitas Santos

(resumo de comunicação disponível na integra na entrada Publicações-Actas de Conferências-2005, do sítio electrónico do NIPE - http://www2.eeg.uminho.pt/economia/nipe/index_pt.htm

terça-feira, novembro 14, 2006

Aviso

Caras alunas,
Conforme vos transmiti pessoalmente, na próxima 6ª feira, 06/11/17, não haverá aula devido à minha participação numa conferência, fora do país.
Tal não deverá impedir que continuem a trabalhar nesta UC. Assim o desejo.
Ainda hoje ou amanhã, inserirei nesta plataforma electrónica um texto que gostaria que lessem.
Pocurarei manter-me em contacto.

J. Cadima Ribeiro

sexta-feira, novembro 10, 2006

A localização dos serviços

As empresas prestadoras de serviços mantêm as mesmas preocupações de localização que as outras unidades produtivas (agrícolas ou industriais). Porém, a natureza específica dos serviços sugere a sua localização em lugares centrais que garantam volumes mínimos de procura. Para além da implantação num lugar ou centro urbano colocado em posição geográfica mais ou menos adequada por referência ao mercado que pretende servir, é importante a sua acessibilidade, sem a qual o padrão de ocupação do espaço poderá sofrer distorções. Deste modo, um lugar só será apelativo para a empresa se estiver associado a um mínimo de mercado que viabilize os investimentos realizados e a uma população que a ele possa aceder.
A natureza diversa do serviço prestado determinará uma hierarquização, consoante as funções desempenhadas pelas empresas sejam de maior ou menor alcance das populações. No caso do comércio a retalho, consegue-se vislumbrar com alguma facilidade alcances diferentes para as mercearias, os supermercados e os hipermercados. Assim, enquanto as mercearias que oferecem níveis de sortido limitado não ultrapassam, em geral, as fronteiras do bairro onde se situam, os supermercados, com uma oferta comercial mais diversificada conseguem atrair consumidores de bairros urbanos próximos, e os hipermercados, com uma oferta comercial mais profunda e diversificada, atingem não só os residentes do centro urbano onde se implantam como as populações oriundas das áreas periféricas desses mesmos centros urbanos. A análise da realidade quotidiana mostra-nos que, em geral, os consumidores que se abastecem na mercearia de bairro também fazem as compras no supermercado e no hipermercado, o que significa que as áreas de influência de centros de ordem inferior (aldeia) ficarão provavelmente contidas nas de um centro de ordem superior (vila) e estas nas de centros de ordens seguintes (cidade).
Neste raciocínio estão implícitos alguns dos princípios da organização espacial que foram inicialmente propostos por Christäller para justificar a dimensão, a distribuição e o número de centros, que estão contidos na teoria dos lugares centrais.
José Cadima Ribeiro
José Freitas Santos

(extractos de texto de capítulo relativo a "A localização dos serviços", constante da obra colectiva Compêndio de Economia Regional, José da Silva Costa [Org.], APDR, Coimbra, 2ª Edição, 2005)

domingo, novembro 05, 2006

Atractividade de Portugal para o IDE

Atractividade de Portugal para o IDE - II
EPE -> Fóruns -> Boas Vindas! -> A atractividade de Portugal para o IDE Re: A atractividade de Portugal para o IDE por Carlos Barros - Friday, 27 October 2006, 00:22



"Penso que este link que nos é facultado é extremamente interessante, sobretudo analisando-o na parte em que observamos o que os outros pensam acerca de nós e, efectivamente, a ideia que eles têm de nós não é muito diferente do que realmente se passa em Portugal, se não vejamos:
1- No que se refere à opinião deles (e quando digo deles, refiro-me a todos os entrevistados, sendo que todos são estrangeiros) quanto aos nossos serviços prestados como membros da UE temos uma reputação muito boa, sendo que eles nos consideram como um forte membro da UE, e isso, na minha opinião, é verdade mas penso que Portugal deveria aproveitar essa visão que os outros têm de nós para se impulsionar e começar a mostrar mais provas de como pode ser uma "potência" de forma a não desiludir as elevadas expectativas que os outros têm de nós! Quanto ao ambiente, mais de 50% vêm o nosso país como um país que cuida do ambiente, que se preocupa com problemas como poluição, etc...
Um dos factores que eu considero muito importante, se não o mais importante do gráfico é o facto de mais de quase 50% acharem que Portugal tem uma qualidade de vida muito boa, e os restantes acharem que tem uma qualidade de vida excelente e quase 60% acham que Portugal possui umas infra-estruturas no que se refere a telecomunicações muito boas. Ora isto é um factor que atrai investidores pois na opinião deles temos bastantes qualidade de vida, e temos infra-estruturas muito boas para que eles possam desenvolver as suas actividades.
O reverso da medalha, e que também é verdade, é o facto de as opiniões negativas que eles têm do nosso país se referirem a sectores bastante importantes como a eficiência dos serviços da administração pública, a complexidade ao nível da legislação, o elevado nível de burocracia e a baixa taxa de flexibilidade no trabalho.
Pode parecer que me vou contradizer mas de facto, todos os factores que inicialmente eram apontados como atractivos para os investidores estrangeiros, deixam de o ser ao verificarem as péssimas condições (no ponto de vista deles, e no meu também, pois penso que eles estão correctos) no que se refere à administracção pública.
Especulando um pouco, muitos deles porventura já tentaram investir no nosso país mas não o fizeram devido à elevada quantidade de papeis (burocracia...) que são necessários. Só assim se compreende a ideia tão negativa que eles têm do nosso país, pois só quem já passou por essa experiência sabe que realmente isso é verdade."

Carlos Barros

(extracto do comentário publicado)

sexta-feira, novembro 03, 2006

Localização das actividades de serviços às empresas

"As actividades de serviços às empresas englobam os serviços avançados e os serviços banais. Os primeiros incluem actividades complexas e intensivas em conhecimento, de que são exemplo os serviços de engenharia relacionados com as novas tecnologias de informação, comunicação e automação, serviços de gestão de recursos humanos, consultoria estratégica e serviços jurídicos especializados. Os segundos integram o conjunto de actividades de serviços à produção que envolvem essencialmente uma prestação material: vigilância, limpeza, dactilografia, reprodução de documentos, restauração e transportes (DELGADO, 1998).
As decisões de localização das empresas que prestam serviços à produção tendem a privilegiar os centros do topo da hierarquia urbana. Este comportamento locacional radica em dois tipos de preocupações principais. A primeira está relacionada com a existência de um volume de procura mínimo que possa viabilizar a oferta de serviços especializados. Por isso, é de esperar que estas empresas mantenham uma ligação estreita aos seus clientes que, na maioria dos casos, são sedes sociais, divisões funcionais, regionais ou de produto de empresas de dimensão considerável. Os processos de “emagrecimento” provocaram uma racionalização dos custos, levando-as a optar pela externalização de alguns dos seus serviços.
A outra preocupação que se retém pretende aproximar a empresa da oferta de mão de obra qualificada, mais abundante e competitiva nos centros urbanos, e das infra-estruturas de transporte e de comunicação, que se tornam essenciais para a prestação de serviços especializados (FERRÃO, 1992).
A deslocalização destas actividades para centros urbanos de menor dimensão afigura-se possível mediante a conjugação de alguns factores (DELGADO, 1998):
- acompanhamento da procura, já que muitas das actividades industriais se têm vindo a deslocar para os subúrbios das grandes aglomerações urbanas ou para as regiões periféricas sem tradição industrial;
- crescimento das necessidades de serviços, mesmo nas pequenas e médias empresas, decorrentes da maior exigência pública na aplicação da legislação fiscal, laboral e ambiental;
- difusão do uso de determinados serviços em consequência da inovação registada no campo da informática e das tecnologias de comunicação e informação;
- deslocamento para as regiões periféricas por parte das grandes empresas de serviços de algumas das suas actividades não intensivas em contactos face a face e menos sensíveis às economias de aglomeração, como estratégia de redução dos custos;
- aumento da taxa de utilização de serviços por parte das empresas industriais e de serviços."
José Cadima Ribeiro
José Freitas Santos
(extractos de texto de capítulo relativo a "A localização dos serviços", constante da obra colectiva Compêndio de Economia Regional, José da Silva Costa [Org.], APDR, Coimbra, 2ª Edição, 2005)

sexta-feira, outubro 27, 2006

Novos problemas de localização

"Numa síntese da literatura acerca dos factores de localização das actividades high tech, DELAPLACE (1993) identifica um conjunto de 21 factores cuja presença (ou ausência) contribuiria para a formação de complexos tecnológicos.
De um modo geral, o impulso inicial à formação destes espaços é da responsabilidade de universidades, centros de investigação ou entidades públicas. Esta aposta viabiliza, mais tarde, a atracção e/ou manutenção de mão de obra qualificada, a criação de um clima empresarial profícuo, a concepção de redes de comunicação que facilitam a troca de informações e o desenvolvimento das sociedades de capital risco para apoio aos projectos empresariais inovadores."
J. Cadima Ribeiro; e
J. Freitas Santos
(extractos de texto de capítulo relativo a " A localização da indústria", constante da obra colectiva Compêndio de Economia Regional, José da Silva Costa [Org.], APDR, Coimbra, 2ª Edição, 2005

sábado, outubro 21, 2006

O modelo de equilíbrio espacial: Lösch

"A teoria de August Lösch distingue-se, de igual modo, radicalmente da abordagem de Weber, na medida em que presta especial atenção à definição das áreas de mercado e o móbil da escolha da localização é a maximização do lucro.
As hipóteses do seu modelo são as seguintes:
i) o mercado é um plano homogéneo ao longo do qual os consumidores se distribuem de forma equilibrada (a densidade populacional é uniforme);
ii) não são admitidas variações na distribuição espacial das matérias-primas, do trabalho e do capital;
iii) as preferências dos consumidores são consideradas constantes e os seus rendimentos idênticos;
iv) não é admitida a interdependência locativa entre as empresas;
v) os custos de transporte são proporcionais à distância a percorrer;
vi) os consumidores e produtores têm um conhecimento perfeito do mercado e maximizam, respectivamente, a utilidade e os lucros."

J. Cadima Ribeiro; e
J. Freitas Santos

(extractos de texto de capítulo relativo a " A localização da indústria", constante da obra colectiva Compêndio de Economia Regional, José da Silva Costa [Org.], APDR, Coimbra, 2ª Edição, 2005)

E nós a vê-los passar

«Porto-Vigo deverá passar por Braga em 2015A ligação ferroviária Porto-Vigo em alta velocidade vai ser feita em linhas com bitola ibérica e deverá passar por Braga em 2015, revelou ontem o ministro das Obras Públicas. Segundo Mário Linho, que falava em Lisboa num almoço da Câmara de Comércio Luso-Espanhola, a linha de Vigo até à fronteira, do lado espanhol, deverá estar concluída em 2011. O responsável - que não indicou datas para a ligação do Porto a Braga - sublinhou, contudo, que a calendarização e traçados definitivos estão em estudo. Por decidir está também se a linha será apenas de mercadorias, ou também de passageiros (mista).
Os estudos, disse, "parecem indicar" que a ligação do lado português será via Braga, estando a primeira fase concluída em 2015, devendo a calendarização e traçados definitivos ser fechados na Cimeira Ibérica, que decorre em Badajoz até ao fim do ano.
Em declarações aos jornalistas à margem do almoço, Lino explicou que a opção pela bitola ibérica se deve ao facto de Espanha ter decidido avançar nestes moldes, mas que está previsto fazer, depois, a migração de bitola. A ligação do Porto ao resto da Europa por esta linha não deverá acontecer antes de 2020, pois o plano ferroviário espanhol não prevê até lá qualquer linha entre a cidade galega e o resto da rede de alta velocidade para a Europa.
Braga e Barcelos "concorriam" na passagem desta linha. No passado dia 4, o "Diário do Minho", citando fonte não identificada da Rede de Alta Velocidade, revelava que a estação intermédia seria em Braga. A mesma fonte dizia que a localização da estação estava "em estudo", mas que deveria ficar o mais próximo possível da cidade, admitindo-se a hipótese de aproveitar a actual estação ferroviária, inaugurada em 2004 para o Campeonato Europeu de Futebol.»

Ricardo David Lopes

(notícia do Jornal de Notícias, de 2006-10-19)

Comentário: eis mais um exemplo de texto para ocupar espaço de jornal e, sobretudo, fazer de conta que se está a fazer alguma coisa (o governo, digo) neste dossiê. Serve também para contrariar a ideia instalada na mente de alguns que o Campeonato Europeu de Futebol não foi evento útil. No que se refere ao Minho, pelo menos, o evento ainda continua a render.

sexta-feira, outubro 13, 2006

A minimização dos custos de transporte: o modelo de Alfred Weber

A abordagem da localização sob o prisma da minimização dos custos remonta a Alfred Weber e ao início do século XX (1909).

Este autor sugeria então que haveria três factores que determinariam a localização da empresa industrial:
i) o custo de transporte;
ii) os custos do trabalho; e
iii) as vantagens associadas à aglomeração (economias de aglomeração).
José Cadima Ribeiro; e
José Freitas Santos
(extractos de texto de capítulo relativo a " A localização da indústria", constante da obra colectiva Compêndio de Economia Regional, José da Silva Costa [Org.], APDR, Coimbra, 2ª Edição, 2005)

domingo, outubro 08, 2006

A localização da indústria

"A teoria aproxima a localização da empresa industrial através de três abordagens distintas: duas mais centradas na oferta, onde sobrelevam a minimização dos custos e a maximização do lucro; a outra, orientada para a procura, analisa as áreas de mercado da empresa."
/.../
"Do que fica dito, pode-se depreender a forma como diferentes aproximações teóricas acomodam a problemática da localização da empresa. Contudo, ao nível internacional, é pertinente notar que a investigação foi sobretudo realizada nas áreas da economia industrial e da gestão internacional, enquanto que a investigação de base local e regional poucos esforços desenvolveu no sentido de enfatizar as diferenças de comportamento locacional entre a empresa doméstica e a estrangeira. "

José Cadima Ribeiro; e
José Freitas Santos

(extractos de texto de capítulo relativo a " A localização da indústria", constante da obra colectiva Compêndio de Economia Regional, José da Silva Costa [Org.], APDR, Coimbra, 2ª Edição, 2005)

quarta-feira, outubro 04, 2006

Braga é uma das cidades menos competitivas entre todas as capitais de distrito

«Braga é uma das cidades menos competitivas entre todas as capitais de distrito de Portugal continental, num “ranking” em que é acompanhada no fundo da tabela por cidades como Setúbal, Faro, Viana do Castelo e o Porto, considerada a menos competitiva, em contraponto com Évora, a mais competitiva, que é seguida por Lisboa, Coimbra, Beja e Leiria. No geral, Braga soma quatro pontos contra 7,29 de Évora, numa escala de 0 a 10.
O estudo foi elaborado em co-autoria por Paulo Mourão, professor do Departamento de Economia da Universidade do Minho, e pelo economista Júlio Miguel Barbosa, e aplicou às capitais de distrito portuguesas o mesmo método que o Fórum Económico Mundial utiliza para elaborar anualmente o ‘ranking’ da competitividade mundial.
Para compor o Índice de Competitividade das Cidades Capitais de Distrito (ICC), os autores utilizaram quatro sub-índices, que medem a competitividade laboral, empresarial, demográfica e de conforto e basearam os cálculos no Atlas das Cidades de Portugal, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística em 2002.
O trabalho permitiu concluir que o desenvolvimento económico destas cidades em termos de Produto Interno Bruto (PIB) "não é premissa" para um ICC elevado, pois "o que está aqui em análise não é o nível de riqueza, mas as oportunidades de crescimento e de expansão de recursos", explicou ao DM Paulo Mourão, considerando que a cidade de Braga evidencia "pontos de saturação de crescimento", face a outras que apresentam ainda muitos recursos inexplorados. Porto (18.º), Faro (16.º) e Braga (15.º) contrastam, assim, com Évora (1.º), Beja (4.º) e Castelo Branco (6.º), o que, segundo o estudo, permite provar que as disparidades tradicionais ao nível do desenvolvimento económico podem ser esbatidas por melhorias actuais do nível de competitividade dos espaços historicamente menos reconhecidos, como é o caso do “interior” português.
Os autores notam os valores «extremamente modestos de cidades historicamente relevantes», como o Porto, Braga e Faro e explicam-nos com "perdas sucessivas de competitividade devidas sobretudo às variantes taxa de mortalidade infantil, esperança média de vida e alojamentos familiares vagos".»


(extracto de notícia, intitulada “Estudo da Universidade do Minho aponta Évora como a mais competitiva", publicada no Diário do Minho, em 2006-10-01)

quarta-feira, setembro 27, 2006

“Produtos do território e desenvolvimento local”

«Os recursos (tangíveis e intangíveis) podem ser mobilizados para incrementar a reputação das regiões e conferir uma vantagem competitiva a certos produtos originários desses territórios. O retorno resultante do aproveitamento económico dos recursos da região depende da habilidade das empresas locais de se apropriarem das rendas geradas e da medida em que os consumidores valorizem as características da região que surgem associadas ao produto específico, estando dispostas a pagar um prémio por isso.
A estimação de uma função hedónica do preço, que relaciona o custo no consumidor dos queijos regionais portugueses com os seus variados atributos, forneceu-nos a evidência empírica para sustentar a hipótese de que a designação regional de origem importa para os consumidores deste produto. O estudo mostra, adicionalmente, que algumas designações de origem, características dos queijos (curado ou não curado) e os tipos de leite usado têm um significativo impacto no preço. Concretamente, enquanto se espera que os queijos do “Minho e Trás-os-Montes” e “Ribatejo e Estremadura” beneficiem de prémios nos preços, queijos originários do “Alentejo” e “Ilhas” sugerem-se confrontados com a expectativa de descontos, face às “Beiras” (categoria base). Também o queijo de ovelha e o queijo não curado têm um efeito positivo no preço final.»

J. Cadima Ribeiro (jcadima@eeg.uminho.pt)
J. Freitas Santos (jfsantos@iscap.ipp.pt)

http://www2.eeg.uminho.pt/economia/nipe/docs/Cadima-Simoes%20Lopes.pdf


(resumo de “capítulo de livro”, disponível no sítio referenciado)

sábado, setembro 09, 2006

Modelo de Avaliação da Disciplina

Versão 1
a) realização da recensão de um tema da disciplina, escolhido de entre os textos que integram os manuais de apoio, e respectiva apresentação na sala de aula (o relatório a produzir não poderá ultrapassar 5 págs. A4, a 2 espaços, letra 12, incluindo bibliografia e resumo, que será divulgado na plataforma electrónica de apoio à Unidade Curricular (UC); a apresentação na aula não deverá ultrapassar os 15 minutos) - 35% da classificação final;
b) artigo de análise/opinião sobre a realidade regional portuguesa e/ou europeia (com extensão máxima de 1 página. e meia), a divulgar na plataforma electrónica de apoio - 20% da nota final;
c) comentários aos documentos divulgados na plataforma electrónica de apoio à UC (avaliados em função da respectiva quantidade/qualidade) - 15% da nota final;
d) exame final (numa das épocas normais de exame, e com obrigação de obtenção de nota mínima de 8 valores) - 30% da nota final.

Versão 2
- ausência do elemento assinalado em a) na Versão 1, isto é, igual à Versão 1, excepto no que se refere aos elementos a) – não exigido - e d);
d) exame final - nos termos de d) da Versão 1 - 65% da classificação final.
Esclarecimentos complementares:
iii) o não preenchimento dos requisitos dados por Versão 1 ou Versão 2 implicam que o aluno fique restringido a fazer a avaliação apenas na época de recurso, por exame, que definirá a nota integral da disciplina;
iv) o modelo de avaliação aplicar-se-á a estudantes em regime normal e estudantes trabalhadores;
v) a nota mínima definida em d) não pressupõe arredondamentos;
vi) o relatório escrito deverá ser entregue aos docentes até 10 dias depois da respectiva apresentação na aula;
vii) os resumos serão divulgados na véspera das apresentações;
viii) haverá um planeamento das apresentações, a estabelecer por mútuo acordo.
J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, setembro 07, 2006

“Regional products, regions’ reputation and commercial strategies: a tale of two cheese suppliers”

“Clustered SMEs in well defined geographical areas are producing and selling regional products to domestic and foreign markets. Most of the local activities are embedded in historical tradition and geographic, cultural and social specificity.
To study the mechanisms and factors which favour spontaneous development in specific areas and make SMEs competitive, we used case study methodology. An evolutionary perspective of «Casa Matias» and «Casa dos Queijos», two Portuguese SMEs, is expected to illustrate which key factors triggered the firm’s cheese business and, simultaneously, examine organizational practices, with particular emphasis on cluster formation and internationalization process.
From this analysis we expect to conceptualize a policy scheme to help developing spontaneous entrepreneurship, cooperation between clustered SMEs and policy-makers to establish more efficient and sustained regional and rural development strategies.”
J. Cadima Ribeiro (jcadima@eeg.uminho.pt);
J. Freitas Santos (jfsantos@iscap.ipp.pt).

http://www2.eeg.uminho.pt/economia/nipe/docs/ERSA%202006%20Casa.Matias.doc

(resumo de comunicação disponível na integra no sítio referenciado)

Programa da disciplina

PROGRAMA DA DISCIPLINA

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Curso: Geologia
Disciplina: Métodos e Técnicas de Planeamento
Departamento: Economia
Ano: 2006/2007
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Docente: J. Cadima Ribeiro (jcadima@eeg.uminho.pt)

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Programa da disciplina:

1. Os conceitos de espaço e de território;
2. Os recursos dos territórios;
3. Técnicas de análise regional;
4. A localização das actividades económicas;
5. Disparidades e crescimento regional: modelos teóricos e questões actuais;
6. As políticas e o planeamento regional.

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Métodos de Avaliação:

Relatórios escritos com apresentação na aula e divulgação em plataforma electrónica de apoio à disciplina (http://planeamentoterritorial.blogspot.com), e exame final.

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Resultados de Aprendizagem:

a) Compreender as implicações do espaço na manifestação e desenvolvimento dos fenómenos económicos;
b) Distinguir as concepções de espaço, os modelos de organização das actividades económicas e as estratégias de intervenção territorial;
c) Identificar e explicar os métodos de diagnóstico territorial que sirvam de base para a implementação de políticas correctoras e para o desenvolvimento de processos de planeamento;
d) Estabelecer a relação entre as teorias de localização e os modelos de crescimento apresentados e as estratégias de política usualmente;
e) Estudar e simular políticas de planeamento e intervenção territorial.

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Bibliografia básica:

- Costa, José da Silva [Coord.] (2006), Compêndio de Economia Regional, Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional, Coimbra, 2ª edição;
- Armstrong, Harvey. e Taylor, Jim (2000), Regional Economics and Policy, Blackwell Publishers, Oxford;
- Polèse, Mario (1998), Economia Urbana e Regional, Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional, Coimbra.