As políticas públicas sempre podem contribuir para que os territórios potenciem os seus recursos. Podem mesmo ajudá-los a partilhar respostas para os desafios comuns, a obter novas visões, obter valores acrescentados, com actividades conjuntas a explorar, complementaridades e sinergias novas a serem canalizadas e ao mesmo tempo, ser capazes de ultrapassar as divisões administrativas das linhas fronteiriças.
Muitos dos problemas enfrentados pelos territórios são transversais, quer dizer que as soluções efectivas requerem uma abordagem bem delineada, uma cooperação integrada com todos os actores envolvidos e uma definição bem clara de todos os níveis de autoridade envolvidos no processo.
Nessa ordem de ideias, o conceito de coesão territorial torna-se de tal forma abrangente que a eficácia económica, a coesão social e o equilíbrio ecológico adquirem o mesmo grau de importância fazendo do binómio, desenvolvimento sustentável, a palavra-chave na elaboração de políticas comuns.
É óbvio que hoje em dia interligar territórios revela-se tarefa mais complicada do que fazer uma mera ligação de transportes intermodal. A criação de mecanismos adequados para revelar os recursos e competência de cada região irá proporcionar instrumentos bem necessários, para reforçar o empenho dos diferentes intervenientes em torno do objectivo final, que é a melhoria colectiva do bem-estar económico, social e ecológico.
Parte-se da ideia-base que hoje em dia, um território mais que simples base física para as relações entre indivíduos e empresas, possui também um tecido social, uma organização complexa, feita por laços, que vão muito além de seus atributos naturais, dos custos de transportes e comunicações. Assim, um território mais parece uma teia-de-aranha de relações, com raízes históricas, configurações políticas e identidades, que desempenham um papel ainda pouco conhecido no próprio desenvolvimento económico.
Dos estudos feitos no passado, um dos programas mais influentes em relação à dimensão territorial do desenvolvimento, teve o seu berço em Itália. No final dos anos setenta, economistas italianos discutiam já a noção de distritos industriais, noção essa elaborada pelo economista britânico, Alfred Marshal, aplicada à competitividade das empresas e os seus processos de inovação, à luz de conceitos como redes, meios inovadores e efeitos de proximidade.
Nos últimos anos a ciência económica tem prestado bastante atenção aos aspectos temporais e sectoriais de desenvolvimento, mas é ainda recente o interesse pela sua dimensão espacial. Paul Krugman, numa série de artigos publicados em 1995 concluiu que a análise espacial está quase ausente no mainstream do pensamento económico.
Alcinda Ribeiro Silva
Muitos dos problemas enfrentados pelos territórios são transversais, quer dizer que as soluções efectivas requerem uma abordagem bem delineada, uma cooperação integrada com todos os actores envolvidos e uma definição bem clara de todos os níveis de autoridade envolvidos no processo.
Nessa ordem de ideias, o conceito de coesão territorial torna-se de tal forma abrangente que a eficácia económica, a coesão social e o equilíbrio ecológico adquirem o mesmo grau de importância fazendo do binómio, desenvolvimento sustentável, a palavra-chave na elaboração de políticas comuns.
É óbvio que hoje em dia interligar territórios revela-se tarefa mais complicada do que fazer uma mera ligação de transportes intermodal. A criação de mecanismos adequados para revelar os recursos e competência de cada região irá proporcionar instrumentos bem necessários, para reforçar o empenho dos diferentes intervenientes em torno do objectivo final, que é a melhoria colectiva do bem-estar económico, social e ecológico.
Parte-se da ideia-base que hoje em dia, um território mais que simples base física para as relações entre indivíduos e empresas, possui também um tecido social, uma organização complexa, feita por laços, que vão muito além de seus atributos naturais, dos custos de transportes e comunicações. Assim, um território mais parece uma teia-de-aranha de relações, com raízes históricas, configurações políticas e identidades, que desempenham um papel ainda pouco conhecido no próprio desenvolvimento económico.
Dos estudos feitos no passado, um dos programas mais influentes em relação à dimensão territorial do desenvolvimento, teve o seu berço em Itália. No final dos anos setenta, economistas italianos discutiam já a noção de distritos industriais, noção essa elaborada pelo economista britânico, Alfred Marshal, aplicada à competitividade das empresas e os seus processos de inovação, à luz de conceitos como redes, meios inovadores e efeitos de proximidade.
Nos últimos anos a ciência económica tem prestado bastante atenção aos aspectos temporais e sectoriais de desenvolvimento, mas é ainda recente o interesse pela sua dimensão espacial. Paul Krugman, numa série de artigos publicados em 1995 concluiu que a análise espacial está quase ausente no mainstream do pensamento económico.
Alcinda Ribeiro Silva
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)
Sem comentários:
Enviar um comentário