Actualmente, para estudar uma região, um dos problemas fundamentais é entender as suas relações com o restante território nacional e com o exterior. Sabemos que cada vez mais, os ganhos com exportações são fundamentais para satisfazer as necessidades da população, permitindo, com esses ganhos, cobrir os custos das importações necessárias.
Desta forma, a teoria da base económica pretende estudar e avaliar os fluxos de trocas de bens e serviços entre a região e o resto do mundo. Segundo esta teoria, a actividade total de uma região apresenta uma grande dicotomia entre as actividades básicas (de exportação) e as actividades locais (de mercado local).
As actividades básicas constituem o motor do crescimento regional. Os bens e serviços produzidos no sector básico são consumidos no exterior, dependendo do nível de rendimento do resto do mundo. Ou seja, a região pode crescer mesmo que uma grande percentagem da população não tenha poder de compra em expansão. Isto apenas è possível se a estrutura da produção se for adaptando ao crescimento do rendimento per capita do resto do mundo e não à procura interna. Assim, a população deverá importar cada vez mais variedade de bens e serviços (principalmente tecnologia), para fazer face às necessidades da procura interna. O sector básico apresentará maior dinamismo de crescimento e o sector de mercado local terá o seu crescimento limitado pela distribuição do rendimento e pelas interdependências que poderão aparecer com as exportações e as actividades de mercado interno.
Ao importar cada vez mais tecnologia, a região passa a ter uma rede industrial relativamente avançada. À medida que o processo de industrialização acelera, as exportações deixam de ser a maior explicação da formação do rendimento interno. Surgem novas variáveis como o investimento nas actividades locais e construções residenciais.
Assim, deve-se fazer a distinção entre base económica e base exportação. Enquanto o segundo termo só se refere às exportações, o primeiro engloba não só as exportações mas também as restantes variáveis que explicam o nível do produto local.
As actividades locais, que correspondem ao produto regional consumido pela população da região, identificam-se com a indústria tradicional, o comércio e os serviços urbanos. São actividades necessárias tanto à população como às actividades exportadoras.
A teoria da base económica tem limitações. Uma economia baseada nas exportações será vulnerável às oscilações conjunturais da economia nacional e internacional. Quanto mais a estrutura do sector exportador for especializada, mais a região será vulnerável às flutuações da economia nacional e internacional.
Hoje em dia, com a recente crise económica global, tem-se assistido à queda da economia em regiões em tempos bastante exportadoras e com grande dinamismo comercial. Não tendo tanta procura dos seus produtos por parte dos restantes países, também estes afectados pela crise, tornaram-se muito vulneráveis.
Poderá questionar-se se as actividades de mercado interno não levariam ao crescimento das actividades exportadoras. As indústrias exportadoras não poderão ser independentes das infra-estruturas económicas e sociais criadas pelo Estado; nenhuma delas poderá crescer sem os serviços oferecidos pelas cidades (energia, água, bancos, etc). Assim, as actividades locais de serviço são factores essenciais para atrair empresas a localizarem-se na região que se quer dinamizar.
Em Portugal, um tema bastante discutido é precisamente o do abandono das regiões rural/interiores a favor das zonas do litoral/urbanas. E para combater este mesmo abandono defende-se o melhoramento das infra-estruturas económicas e sociais das zonas rurais.
Conclui-se que a teoria da base economia é mais adequada para analisar uma pequena região agrícola, em que a presença industrial não é muito significativa, com poucos produtos tendo forte presença no sector exportador. À medida que a região se torna mais industrializada, mais auto-suficiente, as relações interindustriais locais tornam-se o motor do crescimento industrial e o principal facto explicativo da localização industrial.
Mariana Cristina de Sousa Pereira
Desta forma, a teoria da base económica pretende estudar e avaliar os fluxos de trocas de bens e serviços entre a região e o resto do mundo. Segundo esta teoria, a actividade total de uma região apresenta uma grande dicotomia entre as actividades básicas (de exportação) e as actividades locais (de mercado local).
As actividades básicas constituem o motor do crescimento regional. Os bens e serviços produzidos no sector básico são consumidos no exterior, dependendo do nível de rendimento do resto do mundo. Ou seja, a região pode crescer mesmo que uma grande percentagem da população não tenha poder de compra em expansão. Isto apenas è possível se a estrutura da produção se for adaptando ao crescimento do rendimento per capita do resto do mundo e não à procura interna. Assim, a população deverá importar cada vez mais variedade de bens e serviços (principalmente tecnologia), para fazer face às necessidades da procura interna. O sector básico apresentará maior dinamismo de crescimento e o sector de mercado local terá o seu crescimento limitado pela distribuição do rendimento e pelas interdependências que poderão aparecer com as exportações e as actividades de mercado interno.
Ao importar cada vez mais tecnologia, a região passa a ter uma rede industrial relativamente avançada. À medida que o processo de industrialização acelera, as exportações deixam de ser a maior explicação da formação do rendimento interno. Surgem novas variáveis como o investimento nas actividades locais e construções residenciais.
Assim, deve-se fazer a distinção entre base económica e base exportação. Enquanto o segundo termo só se refere às exportações, o primeiro engloba não só as exportações mas também as restantes variáveis que explicam o nível do produto local.
As actividades locais, que correspondem ao produto regional consumido pela população da região, identificam-se com a indústria tradicional, o comércio e os serviços urbanos. São actividades necessárias tanto à população como às actividades exportadoras.
A teoria da base económica tem limitações. Uma economia baseada nas exportações será vulnerável às oscilações conjunturais da economia nacional e internacional. Quanto mais a estrutura do sector exportador for especializada, mais a região será vulnerável às flutuações da economia nacional e internacional.
Hoje em dia, com a recente crise económica global, tem-se assistido à queda da economia em regiões em tempos bastante exportadoras e com grande dinamismo comercial. Não tendo tanta procura dos seus produtos por parte dos restantes países, também estes afectados pela crise, tornaram-se muito vulneráveis.
Poderá questionar-se se as actividades de mercado interno não levariam ao crescimento das actividades exportadoras. As indústrias exportadoras não poderão ser independentes das infra-estruturas económicas e sociais criadas pelo Estado; nenhuma delas poderá crescer sem os serviços oferecidos pelas cidades (energia, água, bancos, etc). Assim, as actividades locais de serviço são factores essenciais para atrair empresas a localizarem-se na região que se quer dinamizar.
Em Portugal, um tema bastante discutido é precisamente o do abandono das regiões rural/interiores a favor das zonas do litoral/urbanas. E para combater este mesmo abandono defende-se o melhoramento das infra-estruturas económicas e sociais das zonas rurais.
Conclui-se que a teoria da base economia é mais adequada para analisar uma pequena região agrícola, em que a presença industrial não é muito significativa, com poucos produtos tendo forte presença no sector exportador. À medida que a região se torna mais industrializada, mais auto-suficiente, as relações interindustriais locais tornam-se o motor do crescimento industrial e o principal facto explicativo da localização industrial.
Mariana Cristina de Sousa Pereira
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho]
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