terça-feira, outubro 19, 2010

Urbanização em Portugal

A urbanização das sociedades foi um dos fenómenos mais marcantes do século XX e está intimamente relacionado com o processo de industrialização pós 2ª guerra mundial.
O processo de industrialização baseou-se numa grande mobilidade geográfica, nomeadamente, no êxodo rural para as grandes áreas industriais, e no alargamento das bacias de emprego, com a expansão da urbanização in situ (mudança de actividades económicas e modo de vida), permitindo a satisfação das crescentes necessidades de mão – de - obra, nas zonas de maior acessibilidade onde se encontram as indústrias.
Esta relação do processo de urbanização com a industrialização, e a concentração de mão – de – obra nos locais de maior acessibilidade, tem provocado no nosso país um agravamento da bipolarização e da litoralização, conduzindo a alguns problemas tais como a poluição e degradação ambiental, congestionamento de infra-estruturas.
Algumas cidades no nosso país, principalmente no Interior, em busca do desenvolvimento, procuram atrair a indústria através da criação de parques industriais, mas por outro lado, as zonas já urbanizadas tentam afastar a indústria da sua proximidade, de forma a minimizar os impactos negativos por ela causados.
Apesar desta relação entre a urbanização e a industrialização, torna-se cada vez mais evidente a concentração do sector terciário nas cidades. Esta progressiva terciarização do espaço urbano pode ser justificada por vários factores, entre eles, o aumento dos tempos livres e do lazer, maior mobilidade populacional com os progressos nas comunicações e transportes. Estes factores são potenciadores de certos problemas, como o congestionamento, mas também são uma via para a sua diminuição.
Desta forma o crescimento das cidades está ligado tanto ao processo de industrialização como ao de terciarização. Desde sempre que as cidades estiveram relacionadas com a aglomeração de actividades e funções terciárias potenciadas pela intensidade de relações com a sua área de influência. Isto explica a importância de numerosas cidades do Interior, que apesar de serem pólos de relativa atracção face a região envolvente, vão mantendo ao longo do tempo funções de centralidade em relação ao espaço envolvente.
A relação de cada cidade com o espaço envolvente, começando pelo fornecimento de determinados bens, serviços ou por funções a área envolvente, vai-se alterando ao longo do tempo, evoluindo progressivamente, devido à industrialização e/ou a terciarização, para formas diferenciadas.
Quanto maior a importância da cidade, mais esta vai possuindo funções mais especializadas, que outros centros de ordem inferior não exerce, sendo assim mais importante a sua área de influência. A ocorrência destas funções centrais, sobrepõe-se no espaço, segundo a lógica da rede, potenciando-se o desenvolvimento de alguns dos centros, favorecidos por determinadas condições económicas, físicas. Vários modelos quer de base económica quer de base geográfica têm sido desenvolvidos, de forma a tentar explicar cientificamente a constatação empírica desta lógica de organização espacial, sendo o mais conhecido o da hierarquização de lugares centrais.
Portugal é um país onde é visível a falta de centros urbanos de nível intermédio, existindo um grande número de pequenas cidades, que desempenham funções de ordem inferior e duas cidades (Porto e Lisboa bastante diferenciadas entre si), associadas a funções de alto nível.
O processo de urbanização provoca uma inevitável alteração dos padrões de consumo pessoas, não só por causa da assimilação dos espaços rurais de algumas características do modo de vida urbano, como por todas as influências que as populações rurais transportam consigo para as cidades.
Associado ao processo de industrialização no nosso país, temos problemas (alguns mencionados anteriormente) que afectam as cidades portuguesas e criam deseconomias de externas. Desta forma é imprescindível uma intervenção dos poderes públicos de modo a corrigir estes problemas.
Em Portugal a perspectiva de planeamento de forma a reduzir os desequilíbrios inter - regionais tem sido relativamente alcançada, sobretudo nos últimos anos, à excepção do agravamento da bipolarização (referido anteriormente). No entanto, problemas como os desequilíbrios inter – regionais, nomeadamente no espaço mais rural, têm vindo a agravarem-se. Estes desequilíbrios surgem entre as populações que já têm acesso a infra-estruturas e serviços de que anteriormente não beneficiavam e as outras, onde não é compensador investir.
O fenómeno de urbanização encontra-se em acentuada expansão, provocando mudanças estruturais nas relações económicas, sociais, na organização espacial, causando novas formas intermediárias entre o rural e o urbano e diluindo as diferenças entre as duas formas. Perante isto fará sentido falar de espaço urbano e rural ou é necessário analisar apenas as diferentes formas de organização das relações económicas, sócias e culturais?

Diana Sofia Oliveira da Silva
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia Regional” do 3º ano do Curso de Economia (1º ciclo) da EEG/UMinho)

2 comentários:

Oswaldo disse...

A elaboração de projetos relativos ao parcelamento urbano / loteamentos deve proporcionar o equilíbrio entre a aplicação de técnicas próprias, precisas, legais, racionais e o mínimo de intervenções ou agressões desnecessárias ao meio ambiente.

Sem copiar sistemas existentes, nos propomos a criar um local próprio e único, com as características pertinentes e necessárias para um público específico que irá usufruir os espaços resultantes do respectivo parcelamento, visando idealizar um lugar ideal para se morar, trabalhar e se divertir.

Ao visitar nossa página é possível conhecer um trabalho real de execução de um projeto de loteamento e suas etapas.
http://www.engoswaldocosta.com/

CardosoMT2 disse...

O blog está muito rico em informação, gostei muito de visitá-lo serviu e ajudou-me para realizar um trabalho de Geografia, em que tive Muito Bom como resultado, agradeço por ter feito um blog tão rico em conhecimento!

Obrigado!

ASS: Miguel Santos