As preferências pelo
alojamento têm vindo a sofrer mudanças. Se, há algum tempo, o alojamento era um
dos entraves em termos de custos para os viajantes mais jovens, tal não se
verifica na atualidade com o aparecimento dos hostels. Estes representam
um segmento de indústria low cost,
que está associado ao crescimento do turismo jovem a nível mundial. Estas
faixas etárias da população procuram viajar a preços baixos e ter contacto com
os viajantes das diferentes culturas das suas idades.
O alojamento low-cost foi impulsionado pelas
companhias aéreas de baixo custo. Estas estão sempre a lançar novas rotas a
preços muito apetecíveis, o que significa que o setor hoteleiro tem de se reajustar
a esta nova realidade, para impulsionar o seu crescimento e agarrar este novo
mercado.
Segundo Dubin (2003) e
Rashid-Radha (2015), o termo hostel descreve um tipo de alojamento
barato para aqueles que não procuram o luxo nem a privacidade a que estão
habituados num hotel comum. Este tipo de alojamento fornece preços convidativos,
e socialização. Podemos dizer que os hostels são semelhantes às pousadas
da juventude portuguesas, mas com um público-alvo mais abrangente.
Normalmente, em Portugal,
os hostels situam-se nos grandes centros urbanos próximos das zonas mais
requisitadas por turistas. Muitas vezes, são edifícios no centro histórico,
centenários e com algumas caraterísticas do património da cidade, que são
requalificados e modificados para dar início a novos projetos modernistas.
Volante (2011) constatou que os proprietários dos hostels em Portugal
são jovens empreendedores das mais diversas áreas que transpõem as suas
experiências das viagens neste ramo turístico.
A preferência dos
clientes por este tipo de alojamento está nas vantagens que apresenta, o preço
chamativo que oferece, a localização do alojamento face aos transportes
públicos, bem como a facilidade de reserva. O tipo de cliente mais habitual
neste tipo de alojamento é o Backpacker. Esta é a denominação utilizada
a nível internacional para os turistas que viajam de forma independente,
flexível e económica. Estes hóspedes apresentam um perfil informal e
privilegiam o enriquecimento pessoal e cultural. Quem os recebe tem um papel
fundamental na medida em que tem de os fazerem “sentir-se em casa”, visto que
quase todos os espaços são partilhados, sendo muito importante que estes se
sintam bem.
Estando este segmento de
indústria em expansão, os investimentos neste ramo, em Portugal, têm vindo a
dar frutos. Segundo avança uma notícia do jornal público, em 2019, Portugal
tinha 9 dos melhores hostels do mundo. Desde logo, o hostel “The
House Sandeman”, nas caves, em Gaia, arrecadou o prémio do “melhor novo pequeno
hostel do mundo”. E para os viajantes solitários também parece não haver
melhor do que Portugal, que põe os hostels portugueses no top 10.
Até hoje, no site hostelworld.com, existem 389 hostels
em 87 cidades de Portugal. Isto revela a crescente tendência deste tipo de
alojamento, que já não deve estar só nos principais centros urbanos de Portugal,
mas também noutras cidades. Os hostels são um aliado do turismo low cost uma vez que o setor hoteleiro
teve de se adaptar aos baixos preços praticados pelas companhias aéreas, e teve,
também, de se ajustar a esta realidade de forma a atrair turistas.
Cada vez mais, este
segmento da indústria está a ter sucesso, porque os hostels já não são
procurados só por uma questão de preço, mas também pelas questões de cultura e
trocas de experiência que proporcionam. Os bons resultados dos hostels
portugueses nos “hoscars” revelam que os jovens empreendedores devem
continuar a potenciar estes espaços e, desta forma, dar novas vertentes e
experiências às cidades portuguesas.
Mariana
Fernandes Soares
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2019/2020)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2019/2020)
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