Numa atualidade
em que é inegável a crescente necessidade dos territórios de implementarem
medidas que contribuam para o seu desenvolvimento, as grandes rotas podem ser
um importante intermediário desse mesmo desenvolvimento. A Rota Vicentina é disso
exemplo. Localizada no sudoeste de Portugal, nasceu do projeto de empresas
locais que acreditavam na sustentabilidade que o mesmo traria para a região, na
forte contribuição para o aumento da sua notoriedade enquanto turismo nacional
e internacional de natureza e na redução da sazonalidade turística, atraindo
caminhantes durante todo o ano.
Inaugurada
em 2012, a Rota Vicentina conta com uma rede de percursos pedestres, totalizando
450 km, formado pelo Trilho dos Pescadores, percorrido pela costa, segue os
caminhos utilizados pelos locais no acesso
às praias e pesqueiros, e pelo Caminho Histórico, que percorre as principais
vilas e aldeias num itinerário rural, permitindo levar mais caminhantes ao
interior, ajudando a combater o isolamento e promover zonas menos procuradas.
Em 2018, foi
concluído um relatório referente ao ano anterior (2017), tendo como foco de estudo
o impacte socioeconómico da rota no território, que permitiu aferir qual o
número de caminhantes que chegaram à região e a forma como estes influenciaram
a economia local. Um dos elementos centrais do impacte da Rota Vicentina na
economia local e regional são os efeitos que tem nas empresas que operam no
terreno, e que apostam numa lógica de parcerias e iniciativas que fomentam a
utilização de produtos locais e de serviços ou atividades geridas pelas
próprias comunidades, como o alojamento e a restauração.
O estudo
desenvolvido concluiu que os caminhantes, na sua maioria, optam pelo alojamento
local, hostels e hotéis, estando os
dois primeiros associados a custos por noite mais reduzidos. O consumo do
comércio local dentro da rede de parceiros da Rota Vicentina, como o
artesanato, produtos locais, como o mel de medronheiro, a aguardante de
medronho das Serras de Monchique, as broas de batata doce, e a manteiga de
alcagoites são também eles importantes difusores da região. Estas entidades que
trabalham no território através de um conjunto diversificado de atividades
económicas são essenciais para a construção do futuro da região.
Palmira Mota
Bibliografia
https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/rota-vicentina
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, lecionada ao Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho)
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