O vinho verde é um vinho leve e fresco produzido
no noroeste de Portugal, uma região costeira. Das características do solo,
clima e factores soció-económicos à peculiaridade das castas autóctones da
região e das formas de cultivo da vinha resulta um vinho típico e original desta
região.
Desde o século XII que existem referências
da produção de vinho nestas zonas e no final deste século início do século XII
o vinho verde já fazia parte dos hábitos desta região e a expansão demográfica
e económica fizeram do vinho a sua principal fonte de rendimento. Estes foram
os primeiros vinhos portugueses a serem comercializados em outros países
europeus, principalmente os da região de Monção e Ribeira do Lima. No século
XIX, uma maior liberdade comercial e o desenvolvimento dos transportes e comunicações
mudou o quadro de viticultura regional e proporcionou a que no século XX
surgisse a orientação para a qualidade e regulamentação da produção e comércio
do vinho verde e o reconhecimento da Denominação de Origem que conferiu à
escala mundial a exclusividade da designação “Vinho Verde”. Mais tarde,
criou-se o selo de garantia como medida de salvaguarda de origem e qualidade e,
como consequência da entrada de Portugal na CEE, é promulgada, em 1985, a Lei-Quadro das
Regiões Demarcadas, que determinaria a reformulação da estrutura orgânica da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.
O clima desta região é marcado pelo regime
anual de chuvas, Invernos frios e chuvosos e fim da Primavera início do Verão
temperaturas mais elevadas e precipitação mais baixa. Apresenta um regime de
clima ameno relativamente às temperaturas médias anuais. É uma região com uma
topografia irregular devido a uma densa rede de vales recortada pela rede
fluvial.
Questões de ordem cultural, microclimas,
tipos de vinho e modos de condução das vinhas levaram à divisão da Região
Demarcada dos Vinhos Verdes em nove sub-regiões: Amarante, Ave, Baião, Basto,
Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa.
Em Ponte da Barca, vila que pertence à
sub-região de Lima, podemos destacar a animação, artesanato, folclore e
gastronomia de requinte como uns dos principais pontos atractivos da vila. A
praia fluvial é um ponto de atracção para vários turistas que podem desfrutar
de um espaço verde agradável para realizar piqueniques e conviver, uma vez que
tem uma zona preparada com mesas em pedra numa zona com árvores e, se a
temperatura convidar, realizar desportos náuticos e banharem-se nas águas do
Rio Lima.
Na gastronomia de Ponte da Barca
encontra-se o mais tradicional sabor, fruto da utilização dos mais variados e
ricos produtos da região para a confecção de diversas especialidades.
Destacam-se o Cozido à Portuguesa, o Sarrabulho, as Papas de Sarrabulho, o
Cabrito da Serra Amarela e a Posta Barrosã, nas carnes; a Lampreia, o Sável e a
Truta, nos peixes. Ao longo do ano realizam-se fins-de-semana gastronómicos nos
restaurantes típicos da região onde as pessoas podem desfrutar de um sabor
único e característico da gastronomia barquense e experimentar o vinho verde
branco de colheita seleccionada, ou os famosos vinhos verdes branco ou tinto
Terras da Nóbrega, da Adega Cooperativa de Ponte da Barca.
Habitualmente, no mês de Maio,
realiza-se a Festa das Tradições que reúne as Associações do Concelho num
fim-de-semana de recriação e revalorização das tradições de Ponte da Barca.
Podemos esperar muita alegria e danças tradicionais, folclore, e apresentação
de uma gastronomia tradicional acompanhada do vinho verde da Adega Cooperativa
ou o denominado “caseiro”.
Em Agosto, na Romaria de São Bartolomeu
de 19 a
24 de Agosto, a feira de artesanato e as denominadas “tasquinhas” de produtos
regionais voltam a ser um centro de atracção para quem procura experimentar e
desfrutar dos produtos tradicionais que a vila tem para oferecer.
No mês de Outubro, para celebrar um
dos momentos maiores da vida rural, As Vindimas, temos a Festa das Vindimas.
Em Ponte da Barca pode encontrar espaços culturais, História
e Património, Natureza e lazer (Parque Nacional da Peneda-Gerês) e animação.
Uma vila calma, com paisagens indescritíveis e com inúmeras tradições que vale
experimentar ou viver.
Ana
Margarida Pereira
[artigo de opinião produzido no âmbito
da unidade curricular Economia Regional do 3º ano da Licenciatura em Economia
da EEG/UMinho]
Sem comentários:
Enviar um comentário