quarta-feira, dezembro 21, 2011

Rota dos Vinhos Verdes


O vinho verde é um vinho leve e fresco produzido no noroeste de Portugal, uma região costeira. Das características do solo, clima e factores soció-económicos à peculiaridade das castas autóctones da região e das formas de cultivo da vinha resulta um vinho típico e original desta região.
Desde o século XII que existem referências da produção de vinho nestas zonas e no final deste século início do século XII o vinho verde já fazia parte dos hábitos desta região e a expansão demográfica e económica fizeram do vinho a sua principal fonte de rendimento. Estes foram os primeiros vinhos portugueses a serem comercializados em outros países europeus, principalmente os da região de Monção e Ribeira do Lima. No século XIX, uma maior liberdade comercial e o desenvolvimento dos transportes e comunicações mudou o quadro de viticultura regional e proporcionou a que no século XX surgisse a orientação para a qualidade e regulamentação da produção e comércio do vinho verde e o reconhecimento da Denominação de Origem que conferiu à escala mundial a exclusividade da designação “Vinho Verde”. Mais tarde, criou-se o selo de garantia como medida de salvaguarda de origem e qualidade e, como consequência da entrada de Portugal na CEE, é promulgada, em 1985, a Lei-Quadro das Regiões Demarcadas, que determinaria a reformulação da estrutura orgânica da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.
O clima desta região é marcado pelo regime anual de chuvas, Invernos frios e chuvosos e fim da Primavera início do Verão temperaturas mais elevadas e precipitação mais baixa. Apresenta um regime de clima ameno relativamente às temperaturas médias anuais. É uma região com uma topografia irregular devido a uma densa rede de vales recortada pela rede fluvial.
Questões de ordem cultural, microclimas, tipos de vinho e modos de condução das vinhas levaram à divisão da Região Demarcada dos Vinhos Verdes em nove sub-regiões: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa.

Em Ponte da Barca, vila que pertence à sub-região de Lima, podemos destacar a animação, artesanato, folclore e gastronomia de requinte como uns dos principais pontos atractivos da vila. A praia fluvial é um ponto de atracção para vários turistas que podem desfrutar de um espaço verde agradável para realizar piqueniques e conviver, uma vez que tem uma zona preparada com mesas em pedra numa zona com árvores e, se a temperatura convidar, realizar desportos náuticos e banharem-se nas águas do Rio Lima.
Na gastronomia de Ponte da Barca encontra-se o mais tradicional sabor, fruto da utilização dos mais variados e ricos produtos da região para a confecção de diversas especialidades. Destacam-se o Cozido à Portuguesa, o Sarrabulho, as Papas de Sarrabulho, o Cabrito da Serra Amarela e a Posta Barrosã, nas carnes; a Lampreia, o Sável e a Truta, nos peixes. Ao longo do ano realizam-se fins-de-semana gastronómicos nos restaurantes típicos da região onde as pessoas podem desfrutar de um sabor único e característico da gastronomia barquense e experimentar o vinho verde branco de colheita seleccionada, ou os famosos vinhos verdes branco ou tinto Terras da Nóbrega, da Adega Cooperativa de Ponte da Barca.
Habitualmente, no mês de Maio, realiza-se a Festa das Tradições que reúne as Associações do Concelho num fim-de-semana de recriação e revalorização das tradições de Ponte da Barca. Podemos esperar muita alegria e danças tradicionais, folclore, e apresentação de uma gastronomia tradicional acompanhada do vinho verde da Adega Cooperativa ou o denominado “caseiro”.
Em Agosto, na Romaria de São Bartolomeu de 19 a 24 de Agosto, a feira de artesanato e as denominadas “tasquinhas” de produtos regionais voltam a ser um centro de atracção para quem procura experimentar e desfrutar dos produtos tradicionais que a vila tem para oferecer.
No mês de Outubro, para celebrar um dos momentos maiores da vida rural, As Vindimas, temos a Festa das Vindimas.
Em Ponte da Barca pode encontrar espaços culturais, História e Património, Natureza e lazer (Parque Nacional da Peneda-Gerês) e animação. Uma vila calma, com paisagens indescritíveis e com inúmeras tradições que vale experimentar ou viver.

Ana Margarida Pereira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular Economia Regional do 3º ano da Licenciatura em Economia da EEG/UMinho]

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