Nos dias de hoje viver em sociedade significa ter um estilo de vida agitado e stressante. Lidar constantemente com problemas, responsabilidades e obrigações é parte integrante do dia-a-dia de cada ser humano, o que, em parte, nos impede de aproveitar do que melhor e puro há na vida e de relaxar totalmente. A Natureza é um magnífico apoio para combatermos o stress do dia-a-dia e recuperar energias.
Desta forma, o Turismo de Natureza é uma excelente opção para quem procura tranquilidade, repouso, autenticidade e atividades no destino. Entre as atividades de que se pode desfrutar estão os passeios a pé, de bicicleta ou cavalo (turismo equestre), assim como a observação de aves. O nosso país dispõe de diversos fatores distintivos e qualificadores para este tipo de Turismo: variedade de fauna e flora, áreas protegidas, variedade de paisagens, formações vulcânicas e fósseis, entre outros.
A riqueza paisagística é um dos ativos mais importantes do turismo nacional. Cerca de 22% do território continental é formado por Áreas Protegidas e Rede Natura (fonte: Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade – ICNB), revelando fortes valores naturais e qualidade paisagística e ambiental, contendo diversidade de habitats de montanha e floresta, planícies cerealíferas, lagoas, rios, cascatas, ilhas, arribas costeiras, entre outros. Outros fatores de competitividade de Portugal no Turismo de Natureza são os elementos qualificadores do destino, como por exemplo observação de diversas espécies de aves e mamíferos marinhos, raça de cavalos lusitanos e de garranos no Gerês, e paisagens da Serra de Sintra e Douro.
Apostar no Turismo de Natureza implica um sentido de responsabilidade pois são desenvolvidas atividades turísticas em áreas protegidas e sensíveis. Por conseguinte, deverão seguir-se critérios e padrões de boas práticas ambientais e garantir a preservação dos valores naturais.
Em 2006, o Turismo de Natureza representava apenas 6% das motivações primárias dos turistas que visitaram Portugal, sendo os Açores (36%) e a Madeira (20%) as regiões mais importantes deste produto (fonte: PENT 2007). São indicados como pontos fortes a simpatia e a animação que o nosso país apresentava e como pontos fracos a baixa qualidade das infraestruturas hoteleiras e a falta de atividades relacionadas com este tipo de Turismo. Observava-se a necessidade desenvolver infraestruturas e serviços especializados, e de criar diversidade de experiências de passeios a pé, de bicicleta ou a cavalo, e criar conteúdos e a sua disponibilização fácil em canais.
Em Dezembro de 2011, existiam 211 empreendimentos em áreas classificadas, representando 25.441 camas. O número de visitantes que contactaram as áreas protegidas cresceu para 210.261, dados que segundo o ICNB têm vindo a aumentar. Estes valores revelam a necessidade de providenciar as infraestruturas necessárias e adequadas ao nível de alojamento, sinalização e apoio a todas as atividades relacionadas com o Turismo de Natureza, mas também garantir a existência de referências de certificação e boas práticas dos agentes turísticos desta área.
Cátia Fernandes
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]
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