quinta-feira, março 02, 2017

Impacto das viagens e turismo a nível económico, do emprego e do investimento


              O turismo tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais importante no nosso país porque, quando comparamos a importância do mesmo entre Portugal e o resto da Europa, vemos que este desempenha um papel de maior relevância não só para a economia como para o emprego, exportações e investimento. Digo isto com base em dados de 2013 referentes a um estudo do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC - World Travel and Tourism Council), onde é medido o impacto económico deste setor em cerca de 184 países, e as conclusões do mesmo mostram que o contributo do setor no Produto Interno Bruto (PIB) é de 5,8% em Portugal, 3,1% na Europa e 2,9% no mundo.
           Segundo WTTC, o setor de Viagens e Turismo é pelo quinto ano consecutivo o que apresenta um crescimento superior ao da economia global, sendo que em 2015 o crescimento desse setor é de 2,8% e o da economia global é de 2,3%. As boas notícias não ficam só por aqui, dado que as perspetivas para o crescimento permanecem robustas, apesar das instabilidades e fontes de volatilidade no mercado mais amplo, no que se refere às preocupações quanto à segurança que têm vindo a assumir um papel de relevância e que causam dificuldade nos anos que aí vêm, mas felizmente o setor contínua resistente e os governos têm vindo a trabalhar para minimizar as possíveis ameaças quanto à segurança.
         O WTTC afirma que em 2015 as viagens e o turismo deve ter atraído cerca de 2,4 mil milhões de investimentos em capital e espera um aumento em 1,8% ao ano ao longo dos próximos dez anos, o que implica um investimento estimado de 3 mil milhões de euros em 2026. Com isto, a participação deste setor no investimento nacional total aumentará de 8,9% em 2016 para 10,4% em 2026. Já o dinheiro gasto por visitantes, conta-se cerca de 14,1 mil milhões de euros.
Desta forma direta, o turismo em Portugal representa 6,4% do PIB total, o que equivale a 11,3 mil milhões de euros em 2015. E a previsão é de um aumento de 2,2% ao ano, que em 2026 representaria 7,3% do PIB total, o que equivaleria a 14,6 mil milhões de euros. Isto reflete principalmente a atividade económica gerada pelas indústrias, tais como hotéis, agências de viagens, companhias aéreas e outros serviços de transporte de passageiros, incluindo também as atividades das indústrias de restauração e lazer por parte de residentes e não residentes para fins profissionais, bem como gastos individuais do governo.
           Relativamente a postos de Trabalho, este setor também desempenhou um papel importante na medida em que, no ano de 2015, gerou 363 000 postos de trabalho diretos, o que equivale a 7,9% do emprego total, um valor bastante significativo e que tem também previsões de aumento. Esse aumento de emprego exigirá aos destinos turísticos a promoção para o desenvolvimento de negócios, sendo necessária a coordenação de várias instituições públicas e do setor privado em todo o mundo.
Em conclusão, o turismo é a “key-force” para o crescimento Português dado que este tem mostrado ser um forte setor e adaptável o suficiente para enfrentar quaisquer desafios. E claro que com todos os valores que foram apresentados fica provado que o turismo português está a crescer de dia para dia, sendo certo que não nos podemos esquecer da qualidade e inovação dos serviços que prestamos, pois estes são fundamentais para atrair turistas e, portanto, esses são sem dúvida fatores em que nos devemos empenhar para surpreender quem nos visita e só assim poderemos continuar a crescer e dessa forma gerar empregos e trazer benefícios económicos e sociais para o país.

Cátia Lopes 

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/17)

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