segunda-feira, março 31, 2014

Porque não Turismo de Natureza em Portugal?

Nos dias de hoje viver em sociedade significa ter um estilo de vida agitado e stressante. Lidar constantemente com problemas, responsabilidades e obrigações é parte integrante do dia-a-dia de cada ser humano, o que, em parte, nos impede de aproveitar do que melhor e puro há na vida e de relaxar totalmente. A Natureza é um magnífico apoio para combatermos o stress do dia-a-dia e recuperar energias.
Desta forma, o Turismo de Natureza é uma excelente opção para quem procura tranquilidade, repouso, autenticidade e atividades no destino. Entre as atividades de que se pode desfrutar estão os passeios a pé, de bicicleta ou cavalo (turismo equestre), assim como a observação de aves. O nosso país dispõe de diversos fatores distintivos e qualificadores para este tipo de Turismo: variedade de fauna e flora, áreas protegidas, variedade de paisagens, formações vulcânicas e fósseis, entre outros.
A riqueza paisagística é um dos ativos mais importantes do turismo nacional. Cerca de 22% do território continental é formado por Áreas Protegidas e Rede Natura (fonte: Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade – ICNB), revelando fortes valores naturais e qualidade paisagística e ambiental, contendo diversidade de habitats de montanha e floresta, planícies cerealíferas, lagoas, rios, cascatas, ilhas, arribas costeiras, entre outros. Outros fatores de competitividade de Portugal no Turismo de Natureza são os elementos qualificadores do destino, como por exemplo observação de diversas espécies de aves e mamíferos marinhos, raça de cavalos lusitanos e de garranos no Gerês, e paisagens da Serra de Sintra e Douro.
Apostar no Turismo de Natureza implica um sentido de responsabilidade pois são desenvolvidas atividades turísticas em áreas protegidas e sensíveis. Por conseguinte, deverão seguir-se critérios e padrões de boas práticas ambientais e garantir a preservação dos valores naturais. 
Em 2006, o Turismo de Natureza representava apenas 6% das motivações primárias dos turistas que visitaram Portugal, sendo os Açores (36%) e a Madeira (20%) as regiões mais importantes deste produto (fonte: PENT 2007). São indicados como pontos fortes a simpatia e a animação que o nosso país apresentava e como pontos fracos a baixa qualidade das infraestruturas hoteleiras e a falta de atividades relacionadas com este tipo de Turismo. Observava-se a necessidade desenvolver infraestruturas e serviços especializados, e de criar diversidade de experiências de passeios a pé, de bicicleta ou a cavalo, e criar conteúdos e a sua disponibilização fácil em canais.
Em Dezembro de 2011, existiam 211 empreendimentos em áreas classificadas, representando 25.441 camas. O número de visitantes que contactaram as áreas protegidas cresceu para 210.261, dados que segundo o ICNB têm vindo a aumentar. Estes valores revelam a necessidade de providenciar as infraestruturas necessárias e adequadas ao nível de alojamento, sinalização e apoio a todas as atividades relacionadas com o Turismo de Natureza, mas também garantir a existência de referências de certificação e boas práticas dos agentes turísticos desta área.

Cátia Fernandes

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]

Vivendo o Sonho dos Outros: Indicadores Turísticos em Portugal

Diz a lenda que quando não conseguimos dormir à noite é porque estamos acordados no sonho de alguém. Esta é uma ideia que parece simpática à primeira vista e relaciona duas (ou mais) pessoas em um cenário de especial proximidade. Entretanto, não representa uma relação win-win. Ao fim das contas, quem é que vai levantar-se mais bem disposto?
Portugal tem sido aclamado como um dos destinos preferidos do turista europeu. Em 2014, a cidade do Porto foi escolhida como o "Melhor Destino Europeu de 2014", galardão atribuído pela "European Consumers Choice". Lisboa foi considerada em 2013 a segunda melhor cidade para visitar, de acordo com a mesma organização sem fins lucrativos localizada em Bruxelas, ficando à frente de maravilhas como Viena, Barcelona, Amsterdão, Madrid, Milão e Estocolmo, cidades cujos países saem-se bem melhor que Portugal em todos os indicadores turísticos. Ainda assim, em junho de 2013, a CNN colocou-nos no topo dos “Top Spots in Europe”.
Isso significa uma coisa: os turistas, em especial os europeus, estão a visitar-nos. E com relativa frequência. Aliás, o crescimento do turismo receptivo mantém-se estável. Em 2011, foram 7,2 milhões de chegadas (overnight tourists), um crescimento de quase 10% em relação a 2010, segundo o Banco Mundial. Porém, ainda bem abaixo dos 56,7 milhões dos nossos vizinhos espanhóis e 11,3 milhões dos Países Baixos ou 17,4 milhões da Grécia, este último um país de estatura econômica similar à nossa e que serve bem para termos comparativos.
Entretanto, no que se refere ao impacto econômico do turismo, ainda navegamos por águas pouco tranquilas. Segundo o WTTC, organismo internacional que catalisa as principais empresas do setor, o impacto do turismo no PIB de Portugal ainda não é tão significativo, apesar da vocação do país como destino turístico e de estarmos dentro da média mundial. Para se ter uma ideia, em 2013, a contribuição direta do turismo para o PIB (a contribuição das indústrias que lidam diretamente com os turistas) foi da ordem de 5,7%, um crescimento de 2.7 pontos percentuais em relação a 2012. Apesar de estarmos bem em termos proporcionais, a nossa receita direta de €9,5 mil milhões (mM) é bastante inferior quando comparada a países como França (€79,3 mM), Itália (€64,8 mM), Espanha (€58,6 mM), Alemanha (€46,2 mM), Áustria (15,3 mM), Holanda (€12,3 mM) e Grécia (€11,2 mM). Ficamos contudo no mesmo patamar da Bélgica (€8,7 mM).
Os turistas deixaram em Portugal €12 mM em 2013. Nossos vizinhos imediatos embolsaram de turistas estrangeiros €49 mM, os franceses €44,2 mM, e os holandeses €16,4 mM. E para complicar, em Portugal o crescimento dessas receitas tem estado menor que nos últimos 4 anos. Vamos esperar para ver os dados de 2014, diante do impulso dado pela mídia aos encantos do pastel de Belém.
Até mesmo o turismo doméstico tem encolhido: foram €5,6 mM que lançámos na nossa economia em 2013 contra €6,6 mM em 2008. E a redução tem-se mantido constante, infelizmente. Os italianos, por comparação, regaram €84,2 mM no seu país. Até os belgas saíram-se melhor do que nós, despejando €7,03 mM nas suas cervejarias (Vai aí uma Hoegaarden?).
Mas o pior mesmo é que em termos globais viajamos pouco. Ainda segundo o Banco Mundial, as companhias aéreas que saem do país registraram, em 2012, 154 mil embarques, contra 436 mil na Espanha; 174 mil na Áustria; 655 mil na França; e 1,03 milhões na Alemanha.
O ponto positivo é que nota-se em 2013 uma tendência geral de recuperação dos indicadores econômicos relacionados com o turismo. De novo, resta-nos esperar 2014 e ver se isso se mantém.
Há muito ainda a ser feito. Para começar, a economia em geral precisa de respirar melhor, e os portugueses ganharem novo fôlego e estímulo. É imperativo que Portugal esteja na mira das operadoras turísticas e marque maior presença nas feiras internacionais do setor. Há inúmeros países com poder econômico que ainda não nos descobriram como um espaço receptivo de qualidade, com imensa diversidade e interesses culturais.
Isso sem falar na profissionalização do setor. O que sabemos fazer, temos de fazer com excelência. Cuidar da nossa identidade. Projetar os nossos valores. Valorizar a nossa herança cultural. É isso que temos de melhor, e é isso que os turistas procuram.
Os nossos irmãos da UE andam certamente a dormir mais tranquilos; e nós às voltas com uma insónia dos diabos... Isso não tem lá muita piada! A não ser que, ao acordar, essa pessoa nos prepare um delicioso brunch com vistas para o Rio Sena ou numa deliciosa praia em alguma varanda idílica da Córsega, ou ainda no aconchego de uma ensolarada manhã de inverno no Tirol... Aí sim, mon ami, pode continuar, à vontade, nos braços de Morfeu.

Fábio Montez

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]

sábado, março 29, 2014

Evolução do termalismo em Portugal e a sua importância atualmente

Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade. (Organização Mundial da Saúde)

É sabido já desde a antiguidade que o Homem usa as águas termais para alcançar tanto o bem-estar físico como o psicológico, observando-se hoje a transformação das estâncias termais em locais de exceção, para a recuperação de energias face à desgastante rotina diária. 
O termalismo tem sofrido intensas transformações ao longo das últimas décadas. Passou de acessível a uma cultura mais popular, que misturava tanto elementos lúdicos como terapêuticos, a um produto procurado por um setor mais elitista da sociedade. Apesar destas transformações, o produto turístico veio a cair em esquecimento devido à diminuição da procura decorrente da crescente busca por férias na praia. Tudo isto levou a um acentuado empobrecimento das economias termais e, consequentemente, da sua capacidade de renovar e modernizar os seus equipamentos e, sobretudo, a sua oferta.
O termalismo clássico tem uma vertente curativa, no qual o aquista vai às termas com o intuito de tratar e/ou recuperar de uma doença respiratória, dermatológica ou reumática. Esta é a forma de termalismo que tem predominado na sociedade e persistido ao longo dos séculos. Está associado a um perfil de cliente mais idoso, com idade acima dos 45 anos, com rendimentos médios.
Como referi anteriormente, este serviço tem evidenciado um processo evolutivo marcante. Para fazer face às novas exigências do mercado, nomeadamente à crescente preocupação com o corpo e a estética, surgiu uma nova dinâmica termal com um produto mais ligado ao lazer e bem-estar. É mais procurado por jovens, normalmente residentes nos grandes centros urbanos, com maior poder económico, tendo uma estadia mais curta que o normal.
O termalismo de bem-estar compreende atividades como banho turco, sauna, solários, massagens, relaxamento e outros programas de curta duração. Tem, sem dúvida, uma vertente preventiva. Este tipo de termalismo mais recente é, sem dúvida, um mercado em crescimento e que tem permitido uma revitalização das termas portuguesas, porque, para além de permitir mudar uma imagem mais antiquada das termas, também permite um maior e melhor encaixe financeiro, permitindo a sua modernização em equipamentos e diversificação de programas de bem-estar.
Com isso as termas têm vindo a aproximar-se das necessidades do mercado e dos seus clientes, procurando oferecer atividades complementares aos convencionais tratamentos. Assim, procuram ter atividades lúdicas, de entretenimento para os aquistas mais idosos como também agradando aos mais jovens. Para além disto e como grande parte das termas estão localizadas em zonas interiores, no meio da Natureza, organizam atividades ao ar livre, sejam elas radicais, apenas percursos pedestres ou visitas às aldeias históricas da região.

Catarina Pereira Costa 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho] 

sexta-feira, março 28, 2014

A importância do transporte aéreo e ´low-cost` para o turismo Português

Viajar é cada vez mais um prazer para a maioria dos portugueses e de todos os habitantes mundiais, porém a crise económica que se instalou, principalmente na Europa, fez temer o pior para Portugal. Isto porque o turismo em Portugal é um dos pontos essenciais para o desenvolvimento do nosso país e do nosso PIB. 
Para o aumento da vinda de turistas para o nosso país é necessário que este tenha uma boa rede de transporte aéreo, tendo esta especial relevância para os países numa situação periférica em relação aos espaços económicos de que façam parte, como é o caso português. Nos países onde transporte aéreo é o mais importante são aquelas em que o setor do turismo tem um peso mais importante na sua economia. 
O sucesso do setor turístico está sujeito à obtenção, número, e aptidão das ligações aéreas que o país detém, definindo qual o alcance, qualidade e dimensão do seu mercado potencial de clientes. A sua importância e dimensão têm aumentado consideravelmente nas últimas décadas, ao mesmo tempo que o processo de globalização avança, tornando as economias nacionais crescentemente interligadas e dependentes umas das outras. O mundo atual exige uma rede global de transporte aéreo que reduza as distâncias entre os vários parceiros económicos e que consiga providenciar o aumento da procura em todo o mundo.
Low-cost é uma palavra cada vez mais constante entre quem viaja regularmente pelo Mundo ou por quem simplesmente se interessa pelos transportes ou pela indústria do turismo. As companhias aéreas low-cost não param de surpreender, tornando-se mesmo um fenómeno para os utilizadores. No ano passado, as companhias aéreas de baixo custo foram responsáveis por um quarto dos passageiros transportados em toda a Europa. O setor do transporte aéreo destaca-se como essencial para um país como Portugal. 
Para o sucesso da economia nacional, o setor do transporte aéreo tem de simultaneamente aumentar a procura das viagens e negócios, do transporte de mercadorias e, sobretudo, devido ao peso do turismo na economia nacional, ser capaz de assegurar a ligação eficaz aos principais mercados emissores de turistas. 
A RYANAIR e a EASYJET, são duas das principais companhias low-cost a operar em Portugal, ganhando espaço no nosso mercado, sendo que no aeroporto do porto a RYANAIR já efetua a maior percentagem de voos, sendo a companhia líder neste aeroporto. São também estas estas companhias que aumentaram significativamente a vinda de turistas, principalmente para o Porto, dinamizando a cidade. A sazonalidade foi também diminuída muito graças a esta entrada e cena das companhias low-cost.
Como é reconhecido pelo Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), Portugal sofre de limitações nas suas ligações aéreas a estes mercados emissores, sendo atribuído a este facto parte da responsabilidade da forte sazonalidade do setor, bem como alguma retração do mercado verificada em anos recentes. A indústria do turismo é um setor estratégico e com enorme peso na economia portuguesa. Este setor de atividade foi responsável, em 2004, por quase 11% do Produto Interno Bruto nacional (Turismo de Portugal 2007). O peso desta atividade decresceu para 9,7% do PIB em 2006 mantendo contudo a sua importância no mercado de trabalho, empregando 8% da população ativa nacional (Turismo de Portugal 2008). 
Este setor está fortemente dependente de um bom conjunto de ligações aéreas aos principais mercados emissores de turistas europeus: Reino Unido, Alemanha e França (a que acresce a Espanha, para o caso português). Dos 11,3 milhões de turistas estrangeiros que visitaram Portugal no ano de 2006, mais de metade (59,5%,) utilizaram o avião para chegarem a este país (Turismo de Portugal 2008), revelando a enorme importância e peso do transporte aéreo no turismo nacional.

Pedro Napoleão Moura Oliveira 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho] 

ENTÃO, E AS “VIÚVAS DO GOLFE”?!..


Não existe consenso quanto às origens do golfe. Uns apontam a Idade da Pedra; outros referem-se a um jogo romano, muito semelhante - a “paganica” -, onde se usava uma vara dobrada e uma bola de penas; outros ainda, referem um jogo parecido, denominado “chuíw an”, praticado na China, entre finais do séc. VIII e finais do séc. XIII.
Mais aceite é a versão de que este jogo, com as características que tem hoje, nasceu na Escócia, no Séc. XV, resultando de um processo evolutivo de um outro chamado “Kolven”, praticado no gelo pelos holandeses.
Em Portugal, bem como no resto do mundo, foi um desporto difundido pelos emigrantes escoceses e ingleses, que criavam clubes e campos de golfe nos locais onde se instalavam.
O vinho do Porto teve no nosso país um papel preponderante nesta matéria, pois foi por intermédio de uma colónia de ingleses residente no Porto e produtora do nosso vinho, que nasceu o primeiro clube de golfe, em 1890, em Espinho - o Oporto Niblicks Club.
Hoje em dia, o golfe é praticado em todo o mundo, assumindo importância estratégica em várias áreas, nomeadamente no turismo. É um segmento associado a fluxos de turistas de valor acrescentado, em função do rendimento, alcançando taxas de receita per capita superiores à média, representando o maior mercado de viagens relacionado com o desporto.
Em Portugal, embora com reduzida dimensão, é um mercado importante pelo seu gasto médio, por contrariar a sazonalidade dominante e por conferir prestígio ao destino.
Dado o peso estrutural do produto “Sol e Mar”, especialmente nos meses de Verão, entre Junho a Setembro, o golfe assume especial importância na sazonalidade. A época alta no turismo internacional são os meses de Março, Abril e Maio e a seguir Setembro, Outubro e Novembro, quando os campos de golfe do Norte da Europa (Reino Unido e Escandinávia) estão fechados. É este também o mercado emissor com maior peso na Europa.
É um dos 10 produtos estratégicos para Portugal, que constam no Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), aprovado em 2007, para o horizonte temporal 2007-2015 e validado na sua revisão, para 2013-2015.
A estratégia de desenvolvimento do produto tem por objectivo os mercados externos, através da concentração de esforços, evitando a dispersão em acções de reduzido impacto, importando referir ainda que esta estratégia beneficia igualmente o mercado interno.
Classificado como produto consolidado para a região do Algarve, onde a oferta é organizada, a procura é primária (motivo principal da viagem é o golfe) e objecto de promoção externa. O Algarve representa 50% do total da oferta nacional, sendo também a região de maior procura, principalmente do mercado externo. Tendo já ganho vários prémios internacionais, a região foi recentemente considerada "Destino de Golfe Europeu do Ano 2014" por mais de 500 operadores membros da Associação Internacional dos Operadores Turísticos de Golfe.
A região de Lisboa é a segunda com maior peso no país, onde o golfe é classificado como produto em desenvolvimento, com a oferta em estruturação, procura primária, sendo também objecto de promoção externa.
Na região Norte, a classificação é de produto complementar, querendo isto dizer que o golfe valoriza e enriquece a oferta e corresponde à satisfação de uma motivação secundária de viagem. Aqui, será importante notar que cinco dos maiores campos, dos nove existentes na região, juntamente com vários hotéis e resorts de topo, criaram, em 2013, o primeiro cluster de golfe no Norte de Portugal, apoiados pela Associação de Turismo do Porto (ATP), entidade oficial responsável pela promoção externa da região, apesar do produto não ser considerado objecto de promoção externa por parte do PENT.
Portugal é reconhecido internacionalmente como um destino de excelência de golfe, mas precisa de crescer. A sustentabilidade do negócio passa pelo seu desenvolvimento, dirigido a um cliente internacional de elevado poder de compra e pela dinamização do mercado interno.
É na Europa do Norte e na Europa Central que a dinâmica do golfe no mercado interno é maior, pois há um grande número de jogadores federados. Apesar de maioritariamente ser praticado por homens, é nestes países que a diferença entre jogadores e jogadoras é menor, reflexo de um superior nível de desenvolvimento.
Para que esta indústria cresça, os mercados interno e externo devem crescer em paralelo.
Há muitos anos que está identificado um segmento, neste meio, que merece especial atenção - as “viúvas do golfe”.
As “viúvas do golfe” são as mulheres dos jogadores que, por ficarem sem marido durante largas horas do jogo ou mesmo fins-de-semana ou semanas inteiras, ganharam direito a esta particular expressão.
Especial atenção será, então, seduzi-las para esta modalidade e atrair aquelas que não têm qualquer interesse no desporto em causa, com oferta específica e adequada aos diferentes destinos de golfe, favorecendo assim o seu desenvolvimento.

Mariana Sá
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho] 

quinta-feira, março 27, 2014

Sol e Mar

O produto turístico «Sol e Mar» é um produto competitivo para Portugal, exibindo o nosso país fatores favoráveis para o desenvolvimento deste produto. O clima ameno, as horas de sol durante todo o ano, a beleza natural de toda a costa portuguesa, a qualidade das praias, a hospitalidade do povo e a segurança, fazem de Portugal um país competitivo quando comparado com outros destinos que oferecem o mesmo tipo de produto.
Apresentando uma extensão de 850kms de costa, é de frisar a qualidade das águas das praias, a existência de instalações sanitárias, estacionamentos e vigilância. Ainda existem praias ao longo da costa que não são conhecidas e que representam um verdadeiro potencial, como é o exemplo da costa alentejana ainda pouco explorada e possuindo praias selvagens. Outro exemplo é o de Porto Santo, na Ilha da Madeira, caracterizado pelo clima estável durante todo o ano, o que torna possível fazer praia devido à agradável temperatura da água do mar. As potencialidades deste destino poderão estar também na saúde, uma vez que poderá ser associado à cura de doenças ortopédicas e reumáticas, através das propriedades terapêuticas das suas praias.
Apesar de todas estas características únicas, Portugal apresenta algumas limitações que fazem com que o produto «Sol e Mar» perca “alguns pontos” quando comparado com outros destinos turísticos, principalmente Espanha (principal concorrente).
Em primeiro lugar, salienta-se a degradação ambiental e paisagística da maioria das áreas costeiras, em resultado da exagerada edificação. Para resolver esta questão, seria fundamental definir uma nova política de ordenamento do território e evitar a construção desenfreada em locais muito próximos das praias, arribas e falésias. Será também imprescindível definir projetos de reparação e requalificação das zonas costeiras mais afetadas pelas intempéries ocorridas este ano. 
Deve apostar-se no melhoramento das infraestruturas de transporte, principalmente no verão, bem como no aumento da oferta de serviços de qualidade em algumas zonas costeiras, uma vez que a falta de serviços complementares acaba por afastar os turistas. Sendo também necessário o aumento da sinalização nas praias e nos acessos balneares.
A falta de mão-de-obra qualificada e grande rotação da mesma implica que o serviço oferecido aos turistas não seja o melhor. A falta de financiamento dos municípios litorais constitui também um problema, na medida em que muitas obras de requalificação dos espaços ficam por terminar, assim como os estacionamentos pagos que levam ao afastamento de turistas em determinadas zonas. 
O produto turístico «Sol e Mar» está associado a uma grande sazonalidade, sendo atualmente os meses de verão os mais favoráveis. Para diminuir o efeito negativo da sazonalidade na procura turística desse produto é importante a oferta de outros produtos complementares, como por exemplo atividades desportivas ligadas ao mar, aposta na qualidade dos serviços hoteleiros através da oferta de “pacotes” de saúde e bem-estar, relaxamento, entre outros (a título de exemplo, considere-se a programação de excursões pela costa e nas imediações, de passeios a cavalo, etc.). 
Apostar mais na promoção é uma solução e deverá continuar a ser uma prioridade para dar a conhecer o que o país tem de melhor, nomeadamente através da publicação em revistas de qualidade. Na minha opinião, seria interessante elaborar um plano de marketing específico de turismo «Sol e Mar» para servir como marco de referência para a promoção e comercialização da oferta portuguesa, coordenando os recursos e esforços do sector público e do sector privado. A realização de um inventário das praias que reúnam as características necessárias para integrar a oferta «Sol e Mar» também deverá ser uma ideia a ter em consideração.
Para tal é necessário agir, criando as condições para que o sector do turismo e todas as entidades (empresas, entre outros) possam tirar o melhor partido deste produto estratégico, que possui todas as condições para ser um sucesso.

Ana Isabel Ferreira Fernandes

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]  

terça-feira, março 25, 2014

Região Demarcada dos Vinhos Verdes – o caso de Guimarães

A região demarcada dos vinhos verdes foi criada em 1908. A região é delimitada tendo por base a carta-de-lei de 18 de Setembro, onde constam também as formas de culturas e as castas características ao vinho verde (Marques, H.).
Esta região, que se localiza a noroeste de Portugal, situa-se numa altitude inferior a 700m, onde podemos encontrar vastos recursos naturais, nomeadamente a água. Protegida a Este pela serrania, esta região é recortada pelos vales dos rios que correm de Este para Oeste. Os rios de que falo são o rio Minho, Lima, Ave, Sousa, Tâmega e Douro. “Citando uma frase conhecida de Amorim Girão, lembra «um vasto anfiteatro que, da orla marítima, se eleva gradualmente para o interior», expondo-o à influência do oceano Atlântico, fenómeno reforçado pela orientação dos vales dos rios, perpendiculares à costa, o que facilita a penetração da influência marítima. Estende-se por todo o NW. Tem como limites: a Norte, o rio Minho, a nascente e a Sul, as zonas montanhosas, que constituem uma separação natural das zonas do interior, de características mais mediterrâneas, e por último o Oceano Atlântico, que constitui o seu limite a poente (http://www.cvrvv.pt, acedido em Março de 2014). 
Ao nível geológico, os solos são predominantemente de origem granítica, nomeadamente granitos porfiróides, que se caracterizam por uma boa permeabilidade, contudo com uma baixa retenção de água. Assim sendo, estes solos são pobres e ácidos, onde dominam os franco-arenosos. No entanto, esta região é rica em matéria orgânica, devido às quantidades de estrume que foram depositadas nos solos ao longo dos tempos, tornando-os de pobres graníticos a terras férteis, daí a tendência para o elevado vigor das vinhas (Castro, R.).
A vinicultura é um dos sectores mais dinâmicos da agricultura portuguesa, sendo também dos sectores que melhor se adaptou à concorrência comunitária. No contexto da União Europeia, Portugal é o quinto maior produtor de vinho, com valores médios próximos dos da Alemanha, mas com uma distância considerável dos primeiros produtores e exportadores, como é o caso da Itália, França e Espanha. Ao nível internacional, os vinhos portugueses ocupam um lugar de destaque, situando-se num grupo de países com quotas de mercado que variam entre 3% e 5%. No que respeita ao mercado interno, é clara a preferência dos consumidores portugueses pelos vinhos nacionais. Este facto tem contribuído para uma série de alterações estruturais que se têm verificado ao nível da produção, bem como o aparecimento de actividades complementares, nomeadamente o enoturismo (Simões, O., 2008).
O enoturismo surge através de um conjunto de actividades associadas à visita a empresas vitivinícolas, visita a museus e outros estabelecimentos ligados ao sector. Também se incluem aqui a participação em eventos de interesse vitivinícola com o objectivo principal de conhecimento e provas dos vinhos das regiões visitadas. Portanto, trata-se do contacto de turistas com a actividade vitivinícola (Simões, O., 2008).
Guimarães pertence à sub-região do Ave da região demarcada dos vinhos verdes. Este município, apesar de ter tido um aumento na produção dos vinhos verdes, não tem a mesma expressão quando comparada com os municípios das sub-regiões do Lima, Cávado e Monção.
No entanto, existe um caso de sucesso na produção dos vinhos verdes. Refiro-me à adega cooperativa de Guimarães. Esta adega surgiu em 1963, com o objectivo de receber, vinificar, e comercializar as uvas dos seus cooperadores. Com investimentos realizados para modernizar as instalações e tirar máximo rendimento dos vinhedos e a produção de vinhos com elevada qualidade, a partir de 1999, em consequência dessas acções, foram lançadas várias qualidades de vinho com bastante sucesso.
Apesar de esta cooperativa ser o maximizador dos vinhos verdes em Guimarães, tendo um elevado número de cooperadores vinícolas, e ter até sucesso na marca de vinhos comercializada, traz também as suas consequências. Isto é, o facto de ser uma cooperativa com elevada expressão no município leva a que não apareçam outras marcas de vinho produzidas em território vimaranense e, consequentemente, a tradição dos vinhos verdes não se multiplique e apareçam outras actividades ligadas ao sector, como é o caso enoturismo ou o turismo rural.
Assim, o contributo da vitivinicultura para o processo de desenvolvimento local e regional depende muito da sua vitalidade como actividade económica e também da sua capacidade de impulsionar o desenvolvimento de actividades complementares (Simões, O. 2008, p. 278). É neste contexto que o enoturismo tem um papel importante, pelo facto de se apresentar como o elo de ligação entre a vinicultura como actividade económica e o aproveitamento de elementos culturais, patrimoniais e paisagísticos. Acrescenta também, directamente, uma mais valia às empresas visitadas, sobretudo, pelos produtos e serviços vendidos. Neste seguimento de beneficio, importa salientar a importância que o consumo e a valorização do vinho têm por via desse elemento designado “ideologia do vinho” . Sendo que o consumo e a valorização do vinho aparecem como objetivos e o vinho como alimento é um momento subjectivo.
As regiões agrícolas fazem apelos no sentido da produção de uma ideologia específica ligada às respetivas regiões, criando assim fatores de competitividade muito importantes, sobretudo para ligar a indústria do vinho a outros setores de atividade económica, nomeadamente, ao turismo. As rotas do vinho, em particular, e o enoturismo, em geral, são extremamente importantes, pois podem contribuir decisivamente para a produção "ideológica" referida anteriormente.
Para aumentar a competitividade de uma determinada região, não basta produzir. Tem também de haver a sua divulgação, de forma a que os seus produtos sejam conhecidos e aproveitados pelos agentes económicos. Neste contexto, é também fundamental produzir conhecimento sobre a história da região, a sua cultura e as suas especialidades (Simões, O., 2008).

Márcio Pires

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

A aposta das empresas na inovação: o caso recente da cidade de Guimarães

Para além do seu valioso património arquitectónico ou da sua distinção como o“ Berço da Nação”, a cidade de Guimarães também é reconhecida pela forte representação do sector têxtil, que aliás se concentra em toda a NUT III Ave, e que se vai desmantelando há mais de vinte anos.
O sector têxtil e de vestuário foi crucial para a estruturação de um modelo territorial disperso da população e das actividades no município, cujas raízes históricas remontam ao século XIX, onde o seu desenvolvimento foi o mais intenso (muito pelo impulso do antigo caminho-de-ferro). No entanto, o percurso desta indústria nem sempre foi linear, passando por momentos de pressão. O primeiro terá sido nos finais do século XIX, com a concorrência de grandes centros de produção da Europa e América, cuja resposta passou por aumentar as horas de trabalho e reduzir os salários, para assim diminuir os custos de uma produção que ainda era manual. Entre outras situações da história da indústria têxtil no município, avançamos dois séculos, entre os anos de 1980 e 1990, quando o sector não resistiu à forte concorrência do mercado chinês. Hoje, as fábricas que foram outrora abandonadas têm dado lugar a centros de exposições e investigação ou de acolhimento de eventos, quando foram reabilitadas, sobretudo no ano do mega-evento Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012.
As empresas têxteis que perduraram têm agora uma grande responsabilidade: a de apostar numa nova estratégia face aos novos desafios do emprego, o que implica a criação de novos produtos ou serviços prestados ou de melhoria considerável em relação ao passado, pois só assim o município poderá ter sucesso no mercado. Isto vem a propósito do novo conceito de competitividade, onde a capacidade de inovação, o desenvolvimento dos serviços e a qualificação dos recursos humanos passam a adquirir importância.
Resultados de um inquérito do Eurostat dirigido às empresas no ano de 2010 mostraram que as empresas portuguesas, mesmo tendo como pano de fundo uma crise económica, têm conseguido apostar na sua inovação, ocupando o país a quarta posição no ranking dos países mais inovadores. Recentemente, também Guimarães tem conseguido dar resposta à concorrência chinesa, apostando no design, na inovação tecnológica, na diminuição de resíduos poluentes e de produtos nocivos à saúde do consumidor final.
A título de exemplo, podemos mencionar a empresa vimaranense Pizarro, que apostou no design e em técnicas inovadoras que respeitam o ambiente e a saúde do consumidor, na cooperação com uma empresa externa e na parceria com marcas mundiais. Ou a marca “Skin to Skin”, da empresa New Textiles, unida à Universidade do Minho e em cooperação com hospitais, centros de investigação e associações de médicos e doentes, investindo em vestuário com controlo térmico para dermo-protecção, controlo térmico, repelente de insectos, entre outros.
Em forma de evento, o “Contextil – Arte Têxtil Contemporânea” adicionou um novo contexto à indústria têxtil – o da arte contemporânea – e conta com a sua 2ª edição este ano, entre os meses de Julho e Outubro.
Por outro lado, todo o conjunto de seminários realizados tem sido relevante para a apresentação de ideias e projectos inovadores, nas discussões para a manutenção do emprego, a produtividade, competitividade e crescimento das empresas ou a importância da inovação tecnológica na diferenciação e afirmação do sector têxtil nos mercados internacionais. Por último, cabe-me ressaltar o programa da AvePark, que pretende acolher, até 2017, 200 empresas tecnológicas simplificando a fixação de cientistas e investigadores na região norte do país.
Neste seguimento, as empresas vimaranenses têm conseguido responder à concorrência do mercado, assegurar uma durabilidade ambiental, económica, social e cultural, manter fluxos de conhecimento entre a Universidade do Minho, instituições de investigações e empresas, aumentando assim a possibilidade de obter um sistema de inovação eficiente.
Exaltando a sua singularidade e a sua especificidade histórica, Guimarães tem conseguido encontrar um rumo neste espaço concorrencial da “aldeia global”, onde as empresas e as instituições têm tido um papel fundamental nas novas iniciativas, impulsionando o crescimento económico e a competitividade territorial. A cidade berço poderá assim continuar a colher os frutos do mega-evento CEC 2012, que com certeza a posicionou enquanto território.

Valérie Rodrigues
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

domingo, março 23, 2014

A ação do empreendedorismo como força impulsionadora na economia

O tema empreendedorismo tem sido constantemente considerado como objeto nas mais diversas áreas das ciências humanas, na economia, administração, psicologia, sociologia, entre outras. 
O empreendedorismo é abordado de diversas formas ao longo destes últimos anos e por diversos autores. Pensa-se ter sido o economista Richard Cantillon a abordar este conceito pela primeira vez. 
No início do século XX, muitos economistas definiam o empreendedorismo de forma mais restrita, associando-o à inovação e ao desenvolvimento económico.   
Pode-se dizer que o empreendedorismo é uma das mais importantes dinâmicas e forças, capaz de alterar o contexto económico atual. Contudo, esta componente de pesquisa – empreendedorismo – é muito recente, tendo as suas bases teóricas e empíricas ainda em fase de construção, uma vez que surgem novos parâmetros e estudos todos os dias. 
Para Freire, 2001, a larga abrangência de interesse sobre o empreendedorismo indica um vasto campo de conhecimento ainda sem contornos nítidos, o que dificulta uma definição precisa do termo.
Ainda, segundo Freire, 2007, a cada dia que passa mais e mais pessoas se convencem de que o capital humano é um dos principais fatores do desenvolvimento, e que um dos principais elementos do capital humano é a capacidade das pessoas fazerem coisas novas, exercitando a sua imaginação criadora – o seu desejo, sonho e visão – e se mobilizando para adquirir os conhecimentos necessários, capazes de permitir a materialização do desejo, a realização do sonho e a viabilização da visão. Isto tem um nome: chama-se “empreendedorismo”.
Para GEM (Global Entrepreneurship Monitor), o empreendedorismo é “qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou nova iniciativa, tal como emprego próprio, uma nova organização empresarial ou a expansão de um  negócio já existente, por um individuo, equipa de indivíduos, ou negócios estabelecidos” (GEM, 2010, p.4). 
O empreendedorismo está sempre ligado à inovação e depende da liberdade das pessoas para criar e da sua ousadia de inventar algo.
Quando falamos em empreendedorismo, significa que estamos a comprometermo-nos ou a iniciarmos algo e a energia e o vigor que despendemos para realizar o que desejamos. Ser empreendedor seria, nessa conceção, uma pessoa com capacidades de produzir resultados desejados e efetivos, numa determinada área ou em várias áreas da atividade humana. Contudo, no mundo dos negócios o empreendedorismo torna-se mais abrangente e está relacionado com diversas temáticas, não só da capacidade de criar e gerir empresas. 
Efetivamente o empreendedor é uma pessoa com elevada criatividade, sem deixar de lado a capacidade de estabelecer e atingir objetivos e metas bem delineadas, para atingir o sucesso, vendo a mudança como um princípio salubre, sendo essa mudança procurada incessantemente, visto como uma oportunidade a não perder.
O empreendedor não é só aquele que tem capacidade para criar e gerir uma empresa com sucesso, mas também pode ser um empregado que propõe e pratica inovações numa determinada empresa, que pode ocasionar o surgimento de valores positivos adicionais. 
O espírito empreendedor surge ligado à prática e à disciplina, tomando decisões sobre obter e usar recursos, mas sempre consciente dos riscos e recompensas que pode ter. O empreendedor desenvolve grande atividade, ocupa a maioria do seu tempo a resolver problemas, sendo que a confiança, auto-estima e segurança são fatores que contribuem para o êxito dos resultados pretendidos e devem ser uma caraterística marcante na personalidade do empreendedor.
De um modo geral, o empreendedorismo por necessidade tende a ser mais elevado entre os países em desenvolvimento, visto que, nesses países, as dificuldades de inserção no mercado de trabalho são maiores, levando, consequentemente, as pessoas a buscar e/ou criar alternativas de ocupação (KARAM, 2002). 
O fenómeno do empreendedorismo surge como uma epidemia benigna, reduzindo o impacto do desemprego. No entanto, muitas das empresas criadas em condições desfavoráveis mostram-se frágeis e não conseguem sobreviver, [...] aproximadamente metade dessas empresas morre ou desaparece antes de completar o segundo ano de vida (VANIN, 2005).
É de salientar que a escolaridade do empreendedor é considerado um fator com influencia no sucesso ou fracasso nos seus negócios, assim como a sua experiência prévia, ou seja, quando o empresário teve a oportunidade de trabalhar, sobretudo, como empregado, noutra empresa semelhante, antes de abrir o seu próprio negócio, as oportunidades de obter o sucesso são maiores.
Logo, “Empreendedorismo” é um fator chave da economia de qualquer país. A iniciativa de indivíduos que desenvolvem e empreendem ideias contribui para que a economia se estruture, cresça e consolide, criando riqueza e gerando empregos. O empreendedor deveria ser por todos os aspectos o centro de atenção das instituições de uma sociedade. Apesar de haver uma suspeita por muito tempo de que isso é verdadeiro, pouco se fez de concreto para realmente compreender esse fenómeno, e avaliar a extensão de sua contribuição para o desenvolvimento económico, tecnológico e social de um país.
 – acedido em 20 de março de 2014.
No seguimento daquilo que foi referido anteriormente e a obedecer a um contexto económico atual, o município da Póvoa de Lanhoso promove várias iniciativas e projetos que se prendem, sobretudo, com o empreendedorismo. Neste sentido e porque os dias em que se vive hoje são de extrema exigência e luta por uma melhor qualidade de vida, já se percebeu que uma boa formação académica não é suficiente para garantir à partida um posto de trabalho, hoje em dia, cada vez mais tem de haver  um esforço enorme para encontrar a solução mais adequada para nos garantir qualidade de vida. [...] “Ao longo dos últimos anos, a autarquia tem direcionado parte do seu trabalho para estimular a criação de emprego e tem efetuado um investimento fortíssimo na educação dos nossos jovens”. Para além de vários projetos, como é exemplo o Territórios_In, a autarquia tem valorizado o papel da sua escola profissional bem como tem investido fortemente no primeiro ciclo do ensino básico” (Batista, 2013). 
Afirmou ainda Manuel Baptista (2013), presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso que, contudo, “a formação apenas não chega. É por ter esta certeza que temos feito um enorme esforço para captar investimento para o nosso concelho. É por ter essa certeza que criámos o fundo Mais Póvoa, que ajuda e apoia pequenos projetos de investimento. É nessa convicção que hoje, quase diariamente, apoiamos jovens agricultores na organização dos seus projetos e candidaturas. Nós temos de acreditar que o futuro será melhor que o presente. Eu não tenho dúvidas de que se se empenharem terão sucesso nas vossas carreiras profissionais”.
Neste sentido, os jovens devem ser chamados à participação numa empresa – no sentido de empresa-empreendimento – para que possamos sair da crise o mais rapidamente possível, não só nós mas a toda a Europa e até quase todo o mundo.

Elisabete Araújo 

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

A Gastronomia como produto turístico em Portugal

Como parte integrante da Cultura nacional, a gastronomia implica a verdadeira apreciação da boa comida e do bom vinho, que, se acompanhados por um bom serviço, e uma melhor companhia, podem proporcionar verdadeiros momentos de prazer, que serão sempre recordados, e é nesta experiência intercultural que o novo turista do século XXI tem vindo a apostar cada vez mais.
O turismo Cultural tem tido uma maior procura nos últimos anos, mas não basta demonstrar as riquezas tangíveis da região, a beleza natural ou os locais históricos. O turista também visita com o estomago.
Já se costuma dizer que há mulheres que conquistam os homens pelo estomago. Pois bem, há certas regiões que fazem o mesmo com os visitantes.
A busca da cozinha popular ou étnica, a cozinha familiar, caseira ou tradicional, sem deixar de lado a cozinha de autor, têm levado a que os turistas estejam dispostos a percorrer mais de 100 km para apreciar estas iguarias, demonstrando que o turista está disposto a despender uma quantidade razoável de dinheiro para viver novas experiências culinárias.
Tendo em consideração esta realidade, as regiões do país têm apostado cada vez mais na sua gastronomia, no produto que as distingue das demais. Tem sido cada vez mais recorrente a divulgação de Feiras Gastronómicas como um apelo à visita da região.
O facto é que estas Feiras Gastronómicas têm tido cada vez mais procura, atraíndo turistas de todo o pais, e fora deste, sendo que estes eventos não necessitam de estar ligados a outros para se tornarem no motivo principal para uma deslocação turística. De facto, agora são muitos os eventos paralelos que se ligam a Programas Gastronómicos com o objetivo de absorver alguns dos turistas que vão visitar as Feiras Gastronómicas.
Um bom exemplo disso são as Feiras do Artesanato que se realizam no mesmo local, na mesma data, das Feiras Gastronómicas de Vila Nova de Famalicão, uma vez que assim absorvem os mesmos visitantes, aumentando as possibilidades de divulgação e venda dos seus produtos.
O atual turista é curioso, exigente, sabe o que quer, sabe o que procurar e, com as novas tecnologias e publicidade (GPS, internet, redes sociais, …), sabe onde procurar, não tendo problemas, como acima mencionado, em se deslocar pelo país para as apreciar.
Com a abertura da mentalidade dos novos turistas, dispostos a experimentar desde sushi, comida mexicana ou indiana, abre-se também o leque de ofertas gastronómicas, havendo à volta de 300 Festas gastronómicas no Norte do Pais. Muitas delas estão relacionadas com a cozinha étnica. Estes eventos são atualmente fatores de atratividade e autênticos produtos turísticos que, em muitos casos, conseguem colocar a sua região no mapa turístico através dos seus eventos.
Estas situações são possíveis atualmente porque o consumidor está disposto a se deslocar para poder beneficiar de novas experiências, interligar-se com a cultura e com a identidade do povo que está a visitar, e, se houver um bom aproveitamento destes eventos por parte da comunidade residente, o turista irá acabar por usufruir do que a terra tem para oferecer, através do património histórico e natural da região, voltando todos os anos, se não mais, na altura do próximo evento gastronómico.

Vitor Alexandre de Abreu Pacheco 

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho] 

quarta-feira, março 19, 2014

XIV Colóquio Ibérico de Geografia

«

Caros Colegas
O Departamento de Geografia da Universidade do Minho vai organizar nos próximos dias 11 a 14 de novembro de 2014, no Campus de Azurém, em Guimarães, o XIV Colóquio Ibérico de Geografia, subordinado ao tema "'A jangada de pedra'. Geografias Ibero-Afro-Americanas". Por decisão das associações de Geógrafos dos países ibéricos, foi escolhido como local de realização do evento a Universidade do Minho, ficando a organização sob a responsabilidade do respetivo Departamento de Geografia.
 As temáticas propostas para este XIV Colóquio Ibérico de Geografia refletem a abrangência necessária para a discussão ampla e aberta dos diversos problemas que afetam a sociedade no espaço ibérico e mundial.
 Convidamos todos os interessados na temática que vai ser abordada, geógrafos ou não, a participarem nesta iniciativa.
Toda a informação referente ao evento se encontra disponível no seguinte endereço web: 
Anexamos o cartaz deste Colóquio e a circular com informação relevante sobre o evento.
Antecipadamente gratos, apresentamos a V. Exª os cumprimentos mais cordiais.
Guimarães, 18 de março de 2014 
A Comissão Organizadora do XIV Colóquio Ibérico de Geografia 
António Vieira»

(reprodução do corpo principal de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

terça-feira, março 18, 2014

"XL Reunión de Estudios Regionales - 20 y 21 de noviembre de 2014 - Zaragoza"

«
Apreciado colega, querido amigo,

Quería escribirte personalmente unos días antes de poner en marcha el call for papers oficial de la XL Reunión de Estudios Regionales que celebraremos en Zaragoza los días 20 y 21 de noviembre del presente año bajo el lema: “LOS SISTEMAS DE FINANCIACIÓN Y EL PAPEL DE LAS REGIONES Y LOS MUNICIPIOS EN LA RECUPERACIÓN ECONÓMICA”. Somos conscientes de que son tiempos complicados de fuertes limitaciones y que en muchos casos los participantes tendrán que hacer un esfuerzo personal y económico importante. No obstante, te pido tu asistencia y participación para que, entre todos y a pesar del contexto, logremos que Zaragoza sea durante los días del congreso la capital de la ciencia regional.
El comité organizador local, los grupos de investigación consolidados de Análisis Económico Cuantitativo (GAEC) y de Economía Pública de la Universidad de Zaragoza, estamos haciendo un importante esfuerzo para ofreceros un buen congreso. En el plano académico, estamos preparando un programa muy atractivo en el que contaremos con ponentes de reconocido prestigio internacional para las conferencias plenarias. Además, nuestro congreso se desarrollará de forma paralela con el 7th Seminar Jean Paelinck, cuyas sesiones estarán abiertas a todos los participantes.
Para el desarrollo de la Reunión contamos con la Facultad de Economía y Empresa y el Paraninfo de la Universidad de Zaragoza, ambos ubicados en pleno centro de Zaragoza, a unos de 10 minutos paseando del centro histórico de la ciudad. Además, en esta zona de la ciudad existe una amplia oferta hotelera. Dentro de las limitaciones presupuestarias a las que nos enfrentamos, tratamos de no descuidar un programa lúdico que complemente adecuadamente al académico para que puedas disfrutar de los sabores y calidez de nuestra región. En la web del encuentro encontrarás más indicaciones sobre alojamiento, traslados y oportunidades de ocio en Zaragoza y Aragón.
Esperamos verte en Zaragoza. Un afectuoso saludo,
El Comité de organización»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

domingo, março 16, 2014

"IX Jornadas Internacionais sobre ´Grandes Problemáticas do Espaço Europeu`"

«Segue informação do site das Jornadas que estou a organizar com professores de Geografia da Universidade do Porto para final de Maio.

Podem participar com comunicação ou poster.
Um abraço.
Paula Remoaldo»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

Boticas, Trás-os-Montes, Portugal

Imagem do centro da Vila


[Foto da autoria de C.P.]

sexta-feira, março 14, 2014

Call for Papers to Special Session at 20th APDR Congress 2014

«Dear Colleagues and Friends:

We're pleased to announce the launch of the Call for Papers for the Special Session entitled "National public policies for regional development in the European Union. North-South differences and similarities between Member States" to be held at 20th APDR (Portuguese Association for Regional Development) Congress 2014, University of Évora, Portugal, July 10-11 

The purpose of this Special Session is the following:

Twenty-five years after the creation of the European Union cohesion policy, it is important to analyze to what extent this policy contributed to the refinement of the definition and implementation process of national public policies for spatial planning and regional development in Member States.

In this sense, this Special Session aims to contribute to this discussion, and to evaluate the extent to which EU Cohesion Policy standardized or not, the national specificities regarding the design, implementation and monitoring processes of this national public policies, and analyze differences and similarities between Member States. Is there a “South Way” to do it?

We are pleased to invite you to submit an abstract to this Special Session (deadline March 30, 2014).

Please see 
http://www.apdr.pt/congresso/2014/special-session-submission.html for a complete information about Call for Papers for Special Sessions.

Kind regards,

Paulo Neto  &  Maria Manuel Serrano
Special Session Organizers»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

terça-feira, março 11, 2014

"VI Congresso Iberoamericano de Estudos Territoriais e Ambientais"

«Prezados colegas,

Enviamos, em anexo, a Primeira Circular do VI Congresso Iberoamericano de Estudos Territoriais e Ambientais (VI CIETA), que será realizado entre 8 e 12 de setembro de 2014 no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo.

Para mais informações, acesse o nosso sitewww.6cieta.org

Atenciosamente,

Comissão Organizadora VI CIETA»

(reprodução do corpo principal de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, reencaminhada por Paula Cristina Remoaldo)

sábado, março 08, 2014

Vejo as serras ardidas

"Vejo as serras ardidas e arrepio-me todo"

Alfredo Couto 
(pastor de ovelhas)

[Boticas, 2014/03/07: excerto de declarações constantes de video exibido no contexto de ação pública de divulgação do projeto "Parque Arqueológico do Vale do Terva"]