O conceito é relativamente recente mas apresenta-se como um nicho de mercados com diversas potencialidades a explorar e com uma margem de progressão elevada – as city breaks, ou seja, as estadias de curta duração numa determinada cidade, são a nova forma de turismo da actualidade. Afinal, quem não se recorda da campanha publicitária que oferecia ao espectador a possibilidade de tomar um café em Paris ou noutra cidade europeia à sua escolha? Esta campanha marcou o início dos voos por parte de companhias aéreas de low-cost ou baixo custo, companhias estas que oferecem tarifas mais baixas do que as suas concorrentes e que revolucionaram o turismo a nível mundial.
Actualmente, o conceito de city breaks pode ser dividido em três categorias diferentes, sendo que estas são distinguidas pelas necessidades dos seus clientes: temos as city breaks standard, que englobam turistas que viajam para uma determinada cidade com o objectivo de conhecer as suas principais atracções, ficando alojados em hotéis de 2-3 estrelas e procurando produtos e serviços a preços mais acessíveis; as city breaks upscale, ou seja, as que englobam turistas que procuram serviços especializados de elevada qualidade, tais como hotéis de 4-5 estrelas, menus de degustação e provas de vinho, por exemplo; finalmente, temos as city breaks temáticas, que consistem em turistas que viajam para uma determinada cidade com o objectivo de assistir a um evento musical, teatral, desportivo ou de moda.
Estudos prevêem um crescimento anual entre 12% a 15%, por ano, relativamente às viagens de city breaks, sendo que o seu mercado principal reside nos jovens com idades compreendidas entre os 20 e 30 anos e com um bom nível de escolaridade e educação e, também, em indivíduos com idades superiores a 25 anos que apresentem um bom nível socioeconómico.
Existem vários factores a apontar como responsáveis pela evolução deste conceito e pela sua consolidação na sociedade actual. Entre eles podemos destacar, tal como já referi anteriormente, o aparecimento de linhas aéreas de baixo custo e a consequente descida dos preços associados aos voos, a abertura de novos destinos para city breaks, tais como cidades da Europa de Leste e, finalmente, a facilidade inerente ao processo de reserva e compra de voos que, através da internet, vê este ser acelerado e acessível a todos.
Relacionando agora o conceito de city breaks com o desenvolvimento regional, de forma a compreendermos como é que este novo conceito de turismo veio trazer novas possibilidades de desenvolvimento a algumas regiões, temos de mencionar mais uma vez o contributo das companhias aéreas de baixo custo. Estas companhias, normalmente, viajam para aeroportos com menos tráfego aéreo e para aeroportos cuja localização é mais afastada do centro turístico das cidades a visitar. Através da utilização destes aeroportos, as city breaks e as companhias low-cost apresentam uma nova oportunidade de turismo a estas regiões pouco visitadas, promovendo a criação de infra-estruturas para receber os turistas. Vejamos o caso do aeroporto Sá Carneiro, por exemplo: com o início dos voos das companhias Ryanair, EasyJet, entre outras, toda a região acabou por beneficiar. Não só a cidade do Porto propriamente dita que, por si só, é já um destino turístico por excelência; cidades como Guimarães e Braga viram o seu fluxo turístico ser substancialmente aumentado e facilitado, fruto dos preços baixos apresentados e do conceito de city breaks. Obviamente que temos de ter em conta o facto de Guimarães ser capital da cultura europeia em 2012, o que já é um factor que potencia a curiosidade dos turistas. Contudo, este turismo acaba por ser facilitado e mais democrático, chamemos-lhe assim, no sentido em que está agora aberto a diferentes classes sociais e não só aos mais privilegiados. As city breaks abriram também um novo nível de negócio aos proprietários de hotéis ou proprietários de negócios de restauração, na medida em que estes podem agora preparar pacotes turísticos directamente indicados para o tipo de cliente que estão a receber (standard, upscale ou temático).
De facto, o turismo está intimamente relacionado com o desenvolvimento das regiões. Quer a nível nacional, quer a nível internacional, as city breaks vieram alterar por completo os fluxos turísticos e a sua duração. Inseridas no contexto da sociedade actual, em que os indivíduos têm cada vez menos tempo a perder e em que a vertente profissional ocupa grande parte das suas vidas – deixando menos tempo livre para férias de longa duração – esta é a nova forma de turismo que se impõe. Permitindo a mesma experiência turística por uma fracção do preço que seria pago caso a viagem fosse planeada tendo em conta outros requisitos, as city breaks permitem conhecer diferentes cidades e as suas atracções turísticas, beneficiando o turista e as cidades visitadas. Este aumento do fluxo turístico potencia o desenvolvimento das regiões, através da criação de novas infra-estruturas para responder à procura dos turistas e através do desenvolvimento económico que este aumento do turismo acarreta.
Vera Lúcia Pereira de Castro
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Desenvolvimento e Competitividade do Território” do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas da EEG/UMinho]
Actualmente, o conceito de city breaks pode ser dividido em três categorias diferentes, sendo que estas são distinguidas pelas necessidades dos seus clientes: temos as city breaks standard, que englobam turistas que viajam para uma determinada cidade com o objectivo de conhecer as suas principais atracções, ficando alojados em hotéis de 2-3 estrelas e procurando produtos e serviços a preços mais acessíveis; as city breaks upscale, ou seja, as que englobam turistas que procuram serviços especializados de elevada qualidade, tais como hotéis de 4-5 estrelas, menus de degustação e provas de vinho, por exemplo; finalmente, temos as city breaks temáticas, que consistem em turistas que viajam para uma determinada cidade com o objectivo de assistir a um evento musical, teatral, desportivo ou de moda.
Estudos prevêem um crescimento anual entre 12% a 15%, por ano, relativamente às viagens de city breaks, sendo que o seu mercado principal reside nos jovens com idades compreendidas entre os 20 e 30 anos e com um bom nível de escolaridade e educação e, também, em indivíduos com idades superiores a 25 anos que apresentem um bom nível socioeconómico.
Existem vários factores a apontar como responsáveis pela evolução deste conceito e pela sua consolidação na sociedade actual. Entre eles podemos destacar, tal como já referi anteriormente, o aparecimento de linhas aéreas de baixo custo e a consequente descida dos preços associados aos voos, a abertura de novos destinos para city breaks, tais como cidades da Europa de Leste e, finalmente, a facilidade inerente ao processo de reserva e compra de voos que, através da internet, vê este ser acelerado e acessível a todos.
Relacionando agora o conceito de city breaks com o desenvolvimento regional, de forma a compreendermos como é que este novo conceito de turismo veio trazer novas possibilidades de desenvolvimento a algumas regiões, temos de mencionar mais uma vez o contributo das companhias aéreas de baixo custo. Estas companhias, normalmente, viajam para aeroportos com menos tráfego aéreo e para aeroportos cuja localização é mais afastada do centro turístico das cidades a visitar. Através da utilização destes aeroportos, as city breaks e as companhias low-cost apresentam uma nova oportunidade de turismo a estas regiões pouco visitadas, promovendo a criação de infra-estruturas para receber os turistas. Vejamos o caso do aeroporto Sá Carneiro, por exemplo: com o início dos voos das companhias Ryanair, EasyJet, entre outras, toda a região acabou por beneficiar. Não só a cidade do Porto propriamente dita que, por si só, é já um destino turístico por excelência; cidades como Guimarães e Braga viram o seu fluxo turístico ser substancialmente aumentado e facilitado, fruto dos preços baixos apresentados e do conceito de city breaks. Obviamente que temos de ter em conta o facto de Guimarães ser capital da cultura europeia em 2012, o que já é um factor que potencia a curiosidade dos turistas. Contudo, este turismo acaba por ser facilitado e mais democrático, chamemos-lhe assim, no sentido em que está agora aberto a diferentes classes sociais e não só aos mais privilegiados. As city breaks abriram também um novo nível de negócio aos proprietários de hotéis ou proprietários de negócios de restauração, na medida em que estes podem agora preparar pacotes turísticos directamente indicados para o tipo de cliente que estão a receber (standard, upscale ou temático).
De facto, o turismo está intimamente relacionado com o desenvolvimento das regiões. Quer a nível nacional, quer a nível internacional, as city breaks vieram alterar por completo os fluxos turísticos e a sua duração. Inseridas no contexto da sociedade actual, em que os indivíduos têm cada vez menos tempo a perder e em que a vertente profissional ocupa grande parte das suas vidas – deixando menos tempo livre para férias de longa duração – esta é a nova forma de turismo que se impõe. Permitindo a mesma experiência turística por uma fracção do preço que seria pago caso a viagem fosse planeada tendo em conta outros requisitos, as city breaks permitem conhecer diferentes cidades e as suas atracções turísticas, beneficiando o turista e as cidades visitadas. Este aumento do fluxo turístico potencia o desenvolvimento das regiões, através da criação de novas infra-estruturas para responder à procura dos turistas e através do desenvolvimento económico que este aumento do turismo acarreta.
Vera Lúcia Pereira de Castro
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Desenvolvimento e Competitividade do Território” do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas da EEG/UMinho]
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