sábado, janeiro 08, 2011

Desenvolver o Turismo Rural

Neste Natal, vi-me confrontado em oferecer presentes com significado, optando pelos “kit´s de experiências”. Com poucos euros, ajudo a conhecer o território nacional e a potenciar o desenvolvimento económico regional. Por todo o território abundam aldeias pitorescas, uma mais bela do que outra, que remontam às nossas origens, com as suas paisagens, casas rurais, diversidade cultural, gastronomia e enologia únicas.
O facto de uma pessoa receber o pack, está a ser convidada a escolher um dos destinos para passar um ou mais dias, envolvendo-se em experiências que irão resultar na divulgação da região e de todos os produtos tradicionais. Vejamos então exemplos de algumas das regiões:
• Entre Douro e Minho - como por exemplo o Concelho de Terras do Bouro, um destino turístico por excelência, quer pelas marcas de ruralidade, quer pelo património cultural, paisagístico, termal e religioso. Podendo aproveitar para fazer passeios pedestres no parque nacional da Peneda-Gerês, canoagem na Caniçada, passeio a cavalo por Vilarinho das Furnas, e experimentar o “Cozido de Feijão com Couves” e os “Pastéis de Santa Eufémia”.
• Trás-os-Montes e Alto Douro - como por exemplo, a Vila de Boticas, no distrito de Vila Real, com a tão característica Festa Gastronómica do Porco, com o tradicional presunto, o fumeiro e a vitela barrosã. Passando pelas ofertas de experiências de aventura, termais, nas Termas de Carvalhelhos e pelos alojamentos turísticos de montanha.
• Beira - como por exemplo a zona de Seia, onde o clima é mediterrânico continental, os verões são muito quentes e secos, com interesse em conhecer outras características que não são tão passíveis de conhecer na altura do Inverno, como o Museu do Pão, o Museu do Brinquedo, o fabrico do Queijo da Serra e a observação de aves.
• Estremadura - com muita possibilidade de escolha, mas tomando como exemplo a Vila de Óbidos, candidata como uma das sete maravilhas de Portugal, com uma envolvente característica, o tradicional “Licor de Ginja”, a realização do Mercado Medieval e a possibilidade de experimentar pescar na Lagoa de Óbidos.
• Alentejo - é praia, é serra e são planícies sem fim. Com imenso para visitar, experimentar e conhecer o que lá se produz. Podendo iniciar com passeios a cavalo, conhecer as ganadarias e coudelarias, ver a produção de cortiça e obter artesanato feito à base de cortiça, assistir à apanha da azeitona, conhecer a nova Barragem do Alqueva e até o seu museu com as diversas pinturas rupestres. No final do dia, degustar-se com uma “Açorda à Alentejana” e alojar-se nas Casas Brancas.
• Algarve - já tão conhecida pelas praias e o seu enorme potencial turismo no Verão. Pode conhecer sítios que nunca pensou existirem, como por exemplo Estói, uma aldeia de Faro que tem como tradição a Festa dos Maios e a Festa da Pinha, com a sua Pousada construída no Palácio de Estói, onde pode experimentar as “Lulas à Algarvia” sobre guisado de legumes e batata ponte nova.
Não podíamos deixar de falar das ilhas Autónomas e o deslumbre das ilhas dos Açores. Local de lagoas cristalinas, onde flores silvestres desabrocham por todo o lado, ensinando a arte de viver em Abegoaria, São Roque do Pico.
A Ilha da Madeira e a sua floresta húmida subtropical Laurissilva, um dos raros parques naturais a envergar o título de Património Mundial, tendo a Pousada Pico da Urze um local único, onde desfrutará das maravilhas naturais.
Conclui-se que a comercialização deste produto está a desenvolver a actividade económica das diversas regiões e a gerar o empreendedorismo por parte dos agentes, com os quais efectua acordos. São aproveitados os recursos naturais de cada região para actividades culturais e lazer, o que anteriormente não ocorria e que poderá vir a ser o desencadear de uma nova organização territorial.
Terá de partir cada vez mais, da presente e futura geração portuguesa, continuar a apostar neste tipo de ofertas para potenciar e dinamizar a economia de muitas aldeias portuguesas.

Hélder Miguel Pinhal Oliveira

[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Desenvolvimento e Competitividade do Território” do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas da EEG/UMinho]

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