As áreas de montanha apresentam uma extensão considerável no território europeu e nacional. Estas, incluem um conjunto de recursos económicos e de património ambiental, associados a valores culturais, usos e costumes que resultam e se traduzem na adaptação das actividades humanas às condições naturais adversas destes territórios.
O estudo das dinâmicas associadas à ocupação do solo constitui uma importante fonte de informação no planeamento e ordenamento do território. A análise de séries temporais contribui para a clarificação das mudanças, assim como tendências de evolução, podendo desta forma orientar actuações sobre o território. Este conhecimento permite-nos elaborar planos de intervenção orientando fundos/ajudas às necessidades desses territórios.
A erosão dos solos, processos de urbanização desordenados, associados às pressões imobiliárias nos núcleos urbanos, uma gestão deficiente do património florestal, conjuntamente com a crescente acção destruidora dos fogos, constituem os principais riscos ambientais, que só são possíveis prevenir através de uma boa gestão do território.
O êxodo rural e a contracção das actividades agrárias estão a modificar radicalmente os tipos e padrões de uso da montanha e a sua paisagem, a uma velocidade nunca antes igualada. As ausências de actividades pastoris que desempenhavam um papel de conservação e gestão da paisagem, acompanhada de uma florestação natural desordenada, contribuem para caracterizar o estado de abandono a que têm sido destinados estes espaços.
Neste sentido, o conceito de gestão dos recursos naturais deve ser entendido como um processo dinâmico, no qual se desenvolve e implementa uma estratégia coordenada para gerir recursos económicos, ambientais, sociais e culturais, com a finalidade de alcançar a conservação e o uso múltiplo sustentável destas áreas.
Sendo que de uma forma geral, pode-se assumir que o uso do solo é determinado pelo ambiente físico e pelas forças socioeconómicas que actuam num determinado espaço. Assim, é extremamente relevante entender a importância da acção humana sobre a ocupação do solo através do seu processo de decisão.
Pode dizer-se que a diversidade de elementos, naturais e sociais, que compõem a paisagem actual, é produto das relações em sociedade que prevaleceram ao longo da sua história. Desta forma, qualquer caracterização da estrutura da paisagem, deve ser vista apenas como uma situação representativa de um certo período de tempo. No entanto, a investigação dos processos torna-se fundamental na criação de uma base de informações que permita um diagnóstico do estado actual do meio, orientando assim os processos de tomada de decisão no que concerne à ocupação e ao uso do solo.
De uma forma geral, o êxodo rural constitui a chave para a compreensão da grande maioria das alterações ocorridas na ocupação do solo das áreas de montanha. Este contribui para o abandono progressivo das superfícies agrícolas, das pastagens de montanha e de estrutura dos matos, sendo que, indirectamente, esta evolução contribuirá para o aumento da acção dos agentes erosivos dos solos.
A monitorização dos sistemas ambientais, permite-nos efectuar um diagnóstico rigoroso a curto prazo sobre um dado território, bem como, a longo prazo, planear adequadamente o território, podendo prever situações de risco.
Os sistemas de informação geográfico têm vindo a desenvolver um papel fundamental no apoio à decisão, permitindo o estudo da ocupação e uso do solo constituindo uma importante ferramenta de base para qualquer processo de planeamento e ordenamento do território, potenciando tomadas de decisão mais adequadas, compatibilizando a conservação dos valores naturais com as actividades humanas. Uma adequada caracterização dos sistemas ambientais permite canalizar adequadamente incentivos de maneira a potenciar ou colmatar o território.
Sylvia Ferreira dos Santos
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Desenvolvimento e Competitividade do Território” do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas da EEG/UMinho]
O estudo das dinâmicas associadas à ocupação do solo constitui uma importante fonte de informação no planeamento e ordenamento do território. A análise de séries temporais contribui para a clarificação das mudanças, assim como tendências de evolução, podendo desta forma orientar actuações sobre o território. Este conhecimento permite-nos elaborar planos de intervenção orientando fundos/ajudas às necessidades desses territórios.
A erosão dos solos, processos de urbanização desordenados, associados às pressões imobiliárias nos núcleos urbanos, uma gestão deficiente do património florestal, conjuntamente com a crescente acção destruidora dos fogos, constituem os principais riscos ambientais, que só são possíveis prevenir através de uma boa gestão do território.
O êxodo rural e a contracção das actividades agrárias estão a modificar radicalmente os tipos e padrões de uso da montanha e a sua paisagem, a uma velocidade nunca antes igualada. As ausências de actividades pastoris que desempenhavam um papel de conservação e gestão da paisagem, acompanhada de uma florestação natural desordenada, contribuem para caracterizar o estado de abandono a que têm sido destinados estes espaços.
Neste sentido, o conceito de gestão dos recursos naturais deve ser entendido como um processo dinâmico, no qual se desenvolve e implementa uma estratégia coordenada para gerir recursos económicos, ambientais, sociais e culturais, com a finalidade de alcançar a conservação e o uso múltiplo sustentável destas áreas.
Sendo que de uma forma geral, pode-se assumir que o uso do solo é determinado pelo ambiente físico e pelas forças socioeconómicas que actuam num determinado espaço. Assim, é extremamente relevante entender a importância da acção humana sobre a ocupação do solo através do seu processo de decisão.
Pode dizer-se que a diversidade de elementos, naturais e sociais, que compõem a paisagem actual, é produto das relações em sociedade que prevaleceram ao longo da sua história. Desta forma, qualquer caracterização da estrutura da paisagem, deve ser vista apenas como uma situação representativa de um certo período de tempo. No entanto, a investigação dos processos torna-se fundamental na criação de uma base de informações que permita um diagnóstico do estado actual do meio, orientando assim os processos de tomada de decisão no que concerne à ocupação e ao uso do solo.
De uma forma geral, o êxodo rural constitui a chave para a compreensão da grande maioria das alterações ocorridas na ocupação do solo das áreas de montanha. Este contribui para o abandono progressivo das superfícies agrícolas, das pastagens de montanha e de estrutura dos matos, sendo que, indirectamente, esta evolução contribuirá para o aumento da acção dos agentes erosivos dos solos.
A monitorização dos sistemas ambientais, permite-nos efectuar um diagnóstico rigoroso a curto prazo sobre um dado território, bem como, a longo prazo, planear adequadamente o território, podendo prever situações de risco.
Os sistemas de informação geográfico têm vindo a desenvolver um papel fundamental no apoio à decisão, permitindo o estudo da ocupação e uso do solo constituindo uma importante ferramenta de base para qualquer processo de planeamento e ordenamento do território, potenciando tomadas de decisão mais adequadas, compatibilizando a conservação dos valores naturais com as actividades humanas. Uma adequada caracterização dos sistemas ambientais permite canalizar adequadamente incentivos de maneira a potenciar ou colmatar o território.
Sylvia Ferreira dos Santos
[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Desenvolvimento e Competitividade do Território” do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas da EEG/UMinho]
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