O Rally
de Portugal é uma história que já conta meio século. Uma competição
organizada pelo Autómovel Clube de Portugal que arrasta milhares de espetadores
atraídos pelo desporto motorizado e que gera um incomparável fluxo turístico.
Trata-se de uma tradição cultural concebida
em parceria com os municípios de Amarante, Braga, Cabeceiras de Basto, Caminha,
Fafe, Lousada, Guimarães, Matosinhos, Mondim de Basto, Paredes, Ponto de Lima,
Viana do Castelo e Vieira do Minho, e que passa de geração em geração e com um
sucesso estrondoso ao longo das décadas.
Segundo um estudo realizado
pelo Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo da
Universidade do Algarve, realizado em parceria com a Universidade do Minho, desde 2007, o Rally de Portugal demonstrou uma performance positiva no valor de 990
milhões de euros.
Em
2016, o retorno económico foi de 129,3 milhões de euros, o que se traduz numa
receita fiscal superior a 24 milhões de euros. No mesmo ano, os adeptos franceses do evento
automobilístico permaneceram, em média, 4,7 noites na região norte de Portugal.
Este é
um excelente exemplo da mais-valia proporcionada pelo apoio dos fundos europeus
do Programa Operacional Regional do Norte 2020.
É neste
âmbito que surge o título deste artigo. Mais do que um desporto ou uma paixão,
o Rally de Portugal, que outrora fora
conhecido pela paixão dos espetadores ou pela hospitalidade do povo,
apresenta-se agora como um produto turístico. É quase que como um “aproveitar
de tudo o que já havia”, a qualidade das pistas, a paixão pelo deporto, o clima,
e criar um “produto” final onde pudéssemos juntar o retorno financeiro.
Falar
neste desporto sem falar do Norte, seria como falar em Braga e não mencionar o
Bom Jesus, e tantas memórias tenho de, entre amigos, ir ver a Super-especial em
Lousada, ou a prova especial de Fafe, mais conhecida também pelo “salto”. Memórias
essas que vão muito além do Toyota do Sainz a varrer, dos gritos de emoção e do
convívio pois, para além da paixão, havia o produto turístico (e já na altura
muitos eram os espanhóis e franceses que visitavam a prova).
Este ano assinala-se a 50ª edição, do
dia 19 ao dia 22 de maio, que irá ter como novidades mais quilómetros e os
regressos dos troços de Luílhas e Montim, onde o centro de Braga será o palco
da Super-especial.
Christophe dos Santos
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/17)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/17)
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