De
acordo com o que Martins (2010) afirma na sua tese, a indústria do turismo tem
vindo a ganhar cada vez mais importância na economia portuguesa, uma vez que “o sector do turismo tem-se assumido como umas das
principais actividades económicas quer a nível mundial quer a nível nacional,
tornando-se um factor de alavanca e desenvolvimento socioeconómico e de
fortalecimento da base económica local, quer devido ao efeito multiplicador
económico quer ao efeito de gerar e motivar o desenvolvimento de outras
actividades económicas” (Martins, 2010, p.4).
Segundo o publicado pelo relatório da World Traval & Tourism Council, o
contributo total do sector do turismo em 2015 para o PIB português foi de 16,4%
do PIB, dos quais 6,4% são contributo direto. O estudo estima que o setor
represente cerca de 363 mil postos de trabalho diretos, o que equivale a 7,9%
do emprego total em Portugal. Os dados provisórios mais recentes, retirados do
PORDATA, mencionam que para o ano de 2016 continuámos a exportar mais turismo do
que o que importámos, conseguindo obter um acréscimo do saldo, que é positivo,
na ordem dos 9,1%.
Fonte: TravelBI
Através
do gráfico exposto é possível constatar que existe uma maior taxa de ocupação hoteleira
entre os meses de Junho e Setembro. Um outro aspeto a destacar são as curvas
quase parabólicas presentes no gráfico, pois indicam um fenómeno conhecido como
sazonalidade, que é transversal a vários sectores. No entanto, devido à
importância que o setor do turismo tem vindo a ganhar em Portugal devemos dar
um foco especial a esta temática.
O
atual primeiro-ministro António Costa, afirmou ser "importante que continuemos a valorizar a atividade para que o
valor investido possa ter cada vez maior rentabilidade. É essencial continuar a
criar e qualificar o emprego no setor e diminuir a sazonalidade da atividade e
aumentar diversidade da oferta turística". Com os dados
apresentados, à priori, é evidente que o setor do turismo é uma das indústrias-chave
da economia portuguesa, daí existir necessidade de investir no sector para que
este possa prosperar. É também notório que um dos grandes desafios do turismo
em Portugal é a sazonalidade.
Através
da leitura do plano estratégico nacional de turismo, verificamos que existem
diversas apostas nesta área, tais como, o turismo de golfe ou o turismo
cientifico. Estas, têm vindo a ganhar expressão, e prova disso é o acolhimento de
grandes eventos como a Web Summit,
que promove o destino Portugal pela sua divulgação nos media e redes sociais,
promovendo a captação de novos clientes.
Acredito
que Portugal é um destino de sol e mar, e como tal devemos apostar nestes dois
elementos. Contudo, creio existir mais que mar e sol em Portugal. Acredito que
se fizermos uma aposta nas pessoas, isto é, apostar na sua formação, cultura,
autenticidade e gastronomia, promovendo um ambiente familiar a quem nos visita,
será possível captar e fidelizar mais clientes, mas sobretudo fazer com que
estes clientes sintam desejo de voltar ao longo do ano, na chamada época baixa,
seja para saborear “aquela refeição” ou para participar “naquela celebração”.
Um
dos elementos que penso que pode ser mais trabalhado é a questão da mobilidade.
Acredito que ainda temos algumas lacunas nesse aspeto. Nem sempre é fácil/
barato alguém deslocar-se em Portugal, sobretudo ao fim de semana, se pretendermos
sair das grandes cidades (Porto e Lisboa). Sem esta mobilidade não fica tão
fácil fazer com que o turista nacional ou estrangeiro se desloque em períodos
de curta duração. Quero com isto dizer fins-de-semana ou algum feriado
estendido.
Assim,
o combate à sazonalidade é feito em várias frentes: é necessário que estado e
privados produzam um esforço conjunto para exaltar o destino. Claro está que as
pessoas não podem ser esquecidas, pois são um elemento fundamental no destino
Portugal.
Magno Camacho
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/17)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/17)
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