O Turismo tem vindo a ganhar espaço
crescente nas propostas de desenvolvimento desenhadas e postas em prática com o
objetivo de ajudar a diminuir a crise que se vive um pouco por todo o mundo.
Para este fim, dizem os especialistas na área que existe a necessidade de
alargar o modo como se emprega o termo ‘turismo’, isto é, diversificá-lo e
aproveitar ao máximo todos os produtos que as regiões oferecem. Uma das formas
de pôr isso em prática corresponde à celebração de eventos culturais e
criativos que aumentem a atratividade de um determinado lugar. Estes eventos
estão, na maioria das vezes, ligados a motivações culturais, artísticas ou
educativas.
A criatividade e a influência da
cultura estão cada vez mais presentes como fatores ativos e como poderosos
condicionantes do turismo, sendo que eventos culturais e criativos são, a olhos
visto, os maiores impulsionadores da procura turística.
Assim sendo o meu objetivo ao longo
da pesquisa empírica no contexto da elaboração deste artigo de opinião foi caracterizar
os contributos criativos que os eventos incorporam em termos de reabilitação
urbana, diferenciação da oferta turística, o uso de recursos na preservação da
cultura local e o seu contributo para a formação de uma imagem mais dinâmica do
destino turístico. Com este fim foi
analisado um estudo de caso considerado importante para a pesquisa em questão,
o projeto cultural Guimarães Noc Noc, que, como o próprio nome indica,
realiza-se na cidade de Guimarães. Verifiquei que o evento corresponde a
estratégias de desenvolvimento cultural, social e económico do destino que têm
como fim melhorar de forma progressiva a imagem turística do território em
causa.
O evento cultural e criativo “Guimarães noc noc” surge no contexto da Associação cultural ‘Ó da casa’. Esta é, por sua vez, uma cooperativa coletiva cujo fim principal é a promoção das artes e dos artistas. O Guimarães noc noc é referido como sendo uma amostra artística informal de grande valor cultural que a cidade de Guimarães acolhe já desde 2011, e cuja prática do mesmo é repetida todos os anos no mês de Outubro, nos dias 1 e 2.
O evento cultural e criativo “Guimarães noc noc” surge no contexto da Associação cultural ‘Ó da casa’. Esta é, por sua vez, uma cooperativa coletiva cujo fim principal é a promoção das artes e dos artistas. O Guimarães noc noc é referido como sendo uma amostra artística informal de grande valor cultural que a cidade de Guimarães acolhe já desde 2011, e cuja prática do mesmo é repetida todos os anos no mês de Outubro, nos dias 1 e 2.
O Guimarães noc
noc não é um concurso de arte, mas sim a simples exposição da mesma como forma
de valorização desse fator (arte) que está em declínio, assim como aumentar o
valor criativo da cidade em causa, o que consequentemente levará a uma
valorização da cultura local.
Sendo que a
participação é gratuita e aberta a artistas nacionais e estrangeiros, o Guimarães
noc noc reúne todos os artistas/projetos/espaços inscritos num roteiro
artístico que se circunscreve ao centro da cidade de Guimarães. Nesse percurso,
passamos e entramos em casas e recantos, edifícios e quintais. Isso é feito através
de um mapa e de uma sinalética própria que o evento dispõe.
Podemos assim
perceber que a cidade de Guimarães afirma-se progressivamente como uma cidade
emergente no domínio do turismo cultural urbano na Europa, e fá-lo corajosamente
através de iniciativas simples e humildes como esta. É de notar também que este revela ser um importante evento
cultural de dimensão internacional, pois vai ao ponto de estabelecer contactos
com variados artistas de todas as partes do mundo. Isto é muito importante na área do turismo cultural urbano e, em
particular, no que se refere à imagem do destino, uma vez que a valoriza muitíssimo,
ao passo que vai de encontro das motivações atuais dos turistas. É igualmente
notável que a cidade de Guimarães seja, simultaneamente, um destino turístico
autónomo e um destino complementar, pois em eventos como este apresenta um
leque de variadas culturas que representam muitas partes do mundo.
Algo também
muito interessante é que, apesar desta iniciativa, assim como muitas outras,
ter surgido no âmbito da nomeação de Guimarães - Capital Europeia da Cultural
(2012), ela ainda perdura até hoje, o que denota que o fervor cultural não
esmoreceu, mas sim que a criação artística está em alta em Guimarães e,
consequentemente, o número de visitantes está a aumentar.
Em última
instância, destaco o associativismo que está fortemente ligado e que age como
forte impulsionador desta iniciativa. É assim de notar um movimento associativo
muito mais forte e relacional com a comunidade em Guimarães.
Toda esta
dinâmica permite-me concluir que a atividade cultural e criativa tem vindo a aumentar
até aos nossos dias, mantendo uma programação com uma qualidade e regularidade
notáveis.
Ao longo de toda
a explanação, teórica e empírica, do tema, consegui verificar e concluir que o
incremento criativo e cultural que os eventos originam, proporciona o
desenvolvimento e crescimento de fluxos turísticos, contribuindo assim e
consequentemente para o sucesso das economias locais e regionais.
Marta
Marques
Bibliografia/Webgrafia:
Estudos regionais: revista portuguesa
de estudos regionais. ISSN 0257-8972. 11 (2006) 61-76;
Marques, Vítor Carvalho (2011). Turismo cultural em Guimarães: o perfil e as motivações do visitante;
Marques, Vítor Carvalho (2011). Turismo cultural em Guimarães: o perfil e as motivações do visitante;
Fernandes, Isabel Correia,
Jorge (2012). Guimarães moderna: Guimarães noc noc. Disponível em: <http://www.guimaraesnocnoc.com/>.
Acesso em: 6 de Março de 2017
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/2017)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/2017)
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