Perante uma população cada vez mais
envelhecida, o turismo sénior tem ganho espaço no panorama turístico
internacional. Esta emergente forma de turismo é cada vez mais vista como uma
oportunidade para as regiões, quer pelo seu impacto económico quer pelo facto
de se realizar durante todo o ano e não apenas nas épocas altas.
A melhoria das condições de vida e o
acesso a cuidados de saúde nos países desenvolvidos fez com que a geração grey tivesse mais condições para
viajar.
Integrando o turismo sénior, constam a geração tradicionalista e a baby-boomer. Com contextos, necessidades
e exigências bem diferentes, o mercado terá um grande trabalho de adaptação. Os
primeiros têm, geralmente, grandes problemas de acesso a plataformas digitais. Os
segundos, por norma, já têm noções de utilização das plataformas. À partida,
percebemos que a forma como o marketing chega aos nossos turistas será
diferente. Além disso, o contexto económico-social onde se desenvolveram foi
acentuadamente diferente, o que poderá alterar o perfil do turista, assim como
o que procuram.
Torna-se interessante, assim, perceber
quais os motivos que influenciam a decisão de escolha do destino. Gnoth (1997),
descreve motivação turística como a resposta a um desejo enquanto sinal
emocional, tornando-se, depois, necessidade e facilitando o surgimento de
fatores específicos que motivam os comportamentos. Estes fatores são
incentivados pelas necessidades pessoais dos turistas assim como pelo seu
sistema de valores. Esta descrição abre caminho para análises de mercado,
segmentação e adaptação, numa sociedade que ainda não está consciencializada das
necessidades deste mundo em mudança. Através destes métodos, as cidades estarão
adaptadas para receber este público específico, cada vez maior e mais exigente.
A
Organização Mundial do Turismo (2013) afirmou que o turismo se tornou um
dos principais players no comércio
global, refletindo-se numa maior diversidade de ofertas e na competição entre
destinos. O mercado sénior, em constante crescimento, é um dos segmentos
turísticos mais atrativos. Apesar do seu crescimento, quer no número de
turistas quer no rendimento gerado, a atenção dedicada a este mercado é ainda
insuficiente numa Europa onde a população sénior é representativa. Impera a necessidade
de percebermos as motivações e comportamentos desta geração, contribuindo para
a definição de novas e adaptadas ofertas de turismo, garantindo que – mesmo
numa vertente de responsabilidade social – os decisores políticos estão
envolvidos e garantem a qualidade de vida dos nossos seniores.
Surgem os primeiros projetos piloto em
Portugal, como hotéis sénior – com a oferta de planos de turismo rural
completos -, planos atrativos no mercado da saúde e bem-estar ou até
alternativas no âmbito de sol e praia, e turismo rural e cultural. Carece uma
plataforma nacional com alternativas generalizadas, onde e através de um fácil
acesso – não esquecendo que o marketing está a mudar mas as plataformas
digitais não são acessíveis a todos os que querem viver aventuras turísticas –
se possam encontrar planos atrativos, acessíveis e adaptados.
Numa sociedade em constante mudança e
perante uma área com tanto impacto económico e social como o turismo, torna-se
imprescindível o foco nestas gerações e a evolução que tornará os vários locais
acessíveis a todos, quer dizer, Step by
step, acessíveis para todos.
Helena
Alves
(Artigo de opinião produzido no âmbito da
unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de
vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo
2016/2017)
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