A
economia portuguesa é caraterizada pela predominância do setor terciário (dos Serviços), que representa o 75,8 % do PIB, seguidamente encontra-se o setor
secundário (Indústria), com 21,8% do PIB. Finalmente, o setor que menos representa
para a economia portuguesa é o setor primário (Agricultura), com 2,4 % do PIB.
Perante uma estrutura económica como a que carateriza a portuguesa, com uma
forte presença do setor terciário, os serviços e o turismo têm vindo cada vez
mais a ganhar importância na economia. Este fenómeno não é exclusivo do caso
português, uma vez que tal se tem verificado a nível global. Há um grande
crescimento deste setor nas suas economias, o que tem por consequência uma
significativa representação a nível dos postos de trabalho.
Progressivamente, no caso português, verifica-se um processo
ou tendência em que a estrutura da economia está cada vez mais dependente dos
serviços, isto é, em que a sua dimensão é cada vez maior, perante os setores
secundário e primário. Um dos fatores que tem vindo a provocar este estímulo é
o turismo, que nos últimos anos tem vindo a ter uma tendência significativa de
ofertas, com expressão na grande diversidade de tipologias turísticas e das
estruturas turísticas, que são necessárias para obter o aproveitamento
económico. O setor tem crescido a nível nacional, e tem conseguido atrair um
crescente número de turistas estrangeiros.
Durante o ano de 2016, verificou-se que o turismo esteve a
atravessar um período de crescimento e de expansão, sendo que se verificou um
crescimento de 11,6% em relação com o ano anterior. Este crescimento foi devido
à promoção de estratégias de fomento regional turístico, aumento das rotas/ofertas
das companhias aéreas, o que tem favorecido este crescimento. No obstante, é necessário
deter suficientes e habilitadas infraestruturas necessárias para acolher os
turistas e para que as suas expetativas sejam satisfeitas, o que viabiliza a atração
de mais turistas.
Nos primeiros meses de 2017 as tendências de crescimento
mantêm-se, sendo que nos primeiros meses do ano ocorreu um crescimento de
15,2%, se comparado com o período homólogo do ano de 2016. Perante estes
indicadores positivos, o governo apresentou o Programa “Estratégia Turismo 2027”, que pretende promover diversas medidas
que permitam manter e aproveitar este momento favorável, a nível turístico,
através de medidas como a simplificação burocrática da atribuição do licenciamento,
criação de organismos que promovam o dinamismo regional com vista ao
aproveitamento dos seus recursos naturais.
O
programa “Estratégia Turismo 2027” estabeleceu como objetivo: conseguir que o
nº de dormidas passe de 49 milhões para 80 milhões; reduzir a forte
sazonalidade; passar de 12.700 milhões para 26.000 milhões; conseguir uma
melhoria da qualificação académica de quem exerce atividades turísticas;
implementar nas empresas turísticas o uso de medidas de eficiência energética e
de água.
Em abril de 2017, foi divulgado um estudo que fez uma
análise e classificação do índice de competitividade turística a nível mundial,
sendo analisados 136 países, tendo como critérios os seguintes: os recursos
naturais/culturais, as políticas turísticas e as suas infraestruturas. O país
com melhor classificação foi a Espanha, sendo um país de referência á nível
turístico. Em relação a Portugal, conseguiu obter um 14º lugar, tendo como
aspetos positivos: a sua segurança, higiene e as suas infraestruturas e
serviços a turistas. Já o aspeto negativo é a competitividade de preços.
As
apresentações destas avaliações são essenciais para focalizar nos aspetos menos
conseguidos, aplicar as medidas que promovam o melhoramento destes indicadores
para apresentar melhores índices turísticos, e por consequência melhorar a sua
imagem turística e assim atrair mais turistas para o país.
Na
minha opinião, alguns dos objetivos estabelecidos podem ser concretizáveis,
dependendo muitos da eficácia da sua estratégia e da implementação das suas
medidas. Mas analisando a expansão que nos últimos anos se tem vivido a nível
nacional, é de crer que progressivamente as metas anteriormente conseguidas vão
ser ajustadas para cima. Mas acho essencial conseguir identificar em cada
região os seus recursos, com vista a potenciá-los e a sua transformação em
produtos turísticos, de modo a que consigam desencadear crescimento e
desenvolvimento nessa região, a nível económico e social. Acho necessário
aproveitar estes momentos económicos favoráveis para fomentar uma maior
diversidade de ofertas turísticas e aproveitar os recursos disponíveis para o
desenvolvimento regional e do país.
Cristian Felipe Ferreira Rodrigues
Referências:
http://observador.pt/2017/04/20/receitas-do-turismo-sobem-13-em-fevereiro/
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional” do curso de Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho]
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional” do curso de Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho]
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