Numa
geração tecnológica, onde saber trabalhar com computadores telemóveis e tablets se transformou numa habilidade
básica, a necessidade dos setores de atividade se incorporarem nas redes
sociais de forma a acompanhar a expansão do mercado, tornou-se vital para a sua
sobrevivência.
O setor
do turismo é um dos mais influenciáveis pelas informações que circulam online e pelas novas tecnologias. Estes
mecanismos de divulgação tornaram-se cruciais para os gestores de empresas/organizações
de forma a acederem mais facilmente ao mercado.
As
redes sociais de viagens mudaram a forma como os turistas planeiam os seus itinerários.
Estas redes permitem que os utilizadores avaliem os hotéis e os locais turísticos
e partilhem essas informações com toda a comunidade cibernauta.
O TripAdvisor
é atualmente o maior e mais influente site
de viajantes, abrangendo mais de 212.000 hotéis, 30.000 destinos, 74.000
atrações por todo o mundo e 5.000.000 membros registados. Mas o que é o
TripAdvisor? É um site que tem como
ideia base a confiança dos viajantes nas opiniões de outros viajantes,
planeando assim os seus próprios itinerários. Os utilizadores podem avaliar e
discutir sobre destinos, hotéis, restaurantes, pontos de atração e transportes,
partilhando componentes de multimédia (fotografias, vídeos) e mapas de viagem.
Neste
site (e aplicativo) o turista pode
criar uma rede de pessoas que estiveram no mesmo destino, conseguindo assim ter
um acesso mais rápido às sugestões, opiniões e conselhos.
Uma
pesquisa feita em 2007 pela Indústria Europeia de Hotéis e Restaurantes
concluiu que 80% dos consumidores do Reino Unido pesquisavam online o hotel onde pretendiam ficar antes
de o reservar, e cerca de metade desmarcava a sua reserva como consequência de
más avaliações no TripAdvisor.
Um
estudo de Miguéns, Baggio e Costa (2008) revelou que o desenvolvimento destas
plataformas online levou a que os
turistas reservassem, cada vez mais, os hotéis por esta via. Esta mudança
traçou uma nova concorrência e fomentou o desenvolvimento de novos modelos de
negócio para hotéis. Foi constatado também, que as escolhas dos turistas têm em
conta os rankings e as opiniões
difundidas nos fóruns (locais virtuais onde se encontram perguntas específicas
sobre o destino).
Ainda
neste estudo concluiu-se que Lisboa, a capital portuguesa, tem um número muito
baixo de hotéis em sites de viagens (apenas
191 no TripAdvisor), em contraste com outras capitais, como Paris, que
apresenta 4.249 hotéis online. Isto
pode representar uma fraqueza na estratégia de marketing online. Apesar disso, quando exploramos estes hotéis no site, é possível ler vários conselhos dos
residentes sobre os mesmos, bem como sugestões de visitas, demonstrando um
interesse por parte dos lisboetas na receção de turistas. Este fenómeno merecia
uma maior atenção e incentivo por parte da autoridade do turismo local.
Os
autores do estudo salientam ainda a importância dos proprietários e gestores dos
hotéis reconhecerem o papel deste tipo de redes sociais, com a necessidade de
desenvolverem esforços para expandir o uso das plataformas online a fim de melhorarem sua posição no mercado.
Num
século em que tudo está à distância de um clique, na minha opinião é fundamental
acompanhar o desenvolvimento destas tecnologias, utilizando-as como aliadas na divulgação
do nosso país. Para finalizar, considero que existem três fatores que concorrem
para o sucesso do desenvolvimento do turismo em Portugal: os incentivos provenientes
das autoridades responsáveis; um investimento da hotelaria nas plataformas
digitais; e um suporte e conhecimento técnico adequados para que esta
estratégia seja aplicada da forma mais eficiente.
Beatriz Fernandes
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, leccionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/2017)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, leccionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/2017)
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