Agosto. Praia Fluvial
do Tabuão. Música. Paredes de Coura. São estas palavras que dão o mote para a realização do melhor
festival de música que se realiza em Portugal. E já conta com 24 edições. Este
ano irá ser a 25ª edição.
Este festival atrai milhares de
festivaleiros à pacata vila de Paredes de Coura, situada no Norte do país.
Tal como todos os festivais de verão, existe sempre uma ligação entre o festival e a cidade/local que o acolhe, mas o que acontece em Coura é simplesmente inexplicável. Como festivaleiro, foi o festival em que senti uma maior ligação entre os residentes de Coura e os festivaleiros, devido à sua hospitalidade e à forma como vivem o festival, pois veem nele o evento mais importante e que “coloca a sua vila no mapa”, e usam-no (no bom sentido) para poder mostrar o que Paredes de Coura tem de melhor.
Para a realização do festival é necessário um investimento quer da parte do município quer da parte da marca que dá o nome ao evento (a Vodafone), mas o impacto financeiro que este tem no município de Coura resume-se ao " maior investimento privado em Coura". Isto porque "grande parte das despesas de produção estão associadas à região". Exemplo: "se for ver os hotéis a Ponte de Lima, Viana do Castelo ou Valença, está tudo cheio", afirma Vítor Paulo Pereira, presidente da Câmara de Paredes de Coura.
O festival "emprega" quase mil pessoas, "400 de forma direta, contratadas por nós, dos quais 80% são da zona". O orçamento do festival foi, este ano, de 3,5 milhões de euros, “afirma Filipe Lopes, responsável pela parte financeira do festival. Ou seja, o festival é um dos principais impulsionadores económicos da vila, e quem lá vai contribui fortemente para isso, seja a fazer compras nos supermercados ou nas ditas “vendas” ou a frequentar os cafés da vila durante a tarde, fazendo também com que os negócios locais possam lucrar 5 ou 6x mais no mês de agosto do que aquilo que faturam no resto do ano.
Mas para além deste aumento de vendas e para além do retorno financeiro que alguns negócios locais possam ter, não é mais importante o retorno turístico? Não é mais importante fazer com que os festivaleiros não se cansem da “pacata vila de Paredes de Coura”? É importante que estes festivaleiros voltem ano após ano para que a Vila continue a crescer e atraia cada vez mais turistas em outras alturas do ano.
Ao contrário de outras cidades, como Porto ou Lisboa, onde as oportunidades de negócio são maiores e não é difícil a atração de turistas, em Coura o festival é a melhor oportunidade de dar a conhecer (e atrair turistas estrangeiros para o festival) a todos que Paredes de Coura também tem do seu encanto, pois, quem lá vai uma vez, promete que irá uma segunda.
"Paredes de Coura sem o festival já nem sei o que parece" – declaração de residente de Paredes de Coura.
Bruno Gomes
Referências:
http://blitz.sapo.pt/principal/update/vodafone-paredes-de-coura-a-vila-sem-o-festival-ja-nao-sei-o-que-parece=f97515
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/autarquias/detalhe/e_um_festival_de_estrangeiros_e_de_dinheiro_que_invade_paredes_de_coura
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/autarquias/detalhe/e_um_festival_de_estrangeiros_e_de_dinheiro_que_invade_paredes_de_coura
Fontes das imagens:
http://www.movenoticias.com/wp-content/uploads/2016/08/vpc2015-copyright-hugo-lima-001.jpg
https://www.dinheirovivo.pt/wp-content/uploads/2015/10/ng4534016.jpg
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional” do curso de Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho]
http://www.movenoticias.com/wp-content/uploads/2016/08/vpc2015-copyright-hugo-lima-001.jpg
https://www.dinheirovivo.pt/wp-content/uploads/2015/10/ng4534016.jpg
[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional” do curso de Mestrado em Património Cultural, do ICS/UMinho]
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