sábado, abril 21, 2018

As Corridas de Vila Real

As chamadas "Corridas de Vila Real" compuseram durante muitos anos o mais importante cartaz turístico de Vila Real, sendo, sem dúvida, a marca distintiva desta cidade no panorama Nacional e Internacional.
Este circuito nasceu em 1931, usufruindo das caraterísticas de algumas estradas que ligavam o centro de Vila Real às imediações do Palácio de Mateus, fundando assim um primeiro circuito com 7.150 km, que com algumas alterações e algumas interrupções, nomeadamente durante a 2ª guerra mundial e com a crise petrolífera de meados dos anos 70, se manteve até 1991. Entre 2007 e 2010, o circuito foi retomado, com um novo traçado, mais curto e com melhorias ao nível da segurança. 
Destaca-se, desta “atividade”, o impacto direto das corridas na economia, ao nível da hotelaria, restauração e de todos os sectores de actividade locais.
O ano 2015 marca a re-internacionalização do Circuito de Vila Real, com a realização da prova do Campeonato Mundial de Carros de Turismo, mais conhecido pela sigla WTCC. O Município vê assim concretizado um importante passo para a afirmação do Circuito de Vila Real, promovendo o seu nome para a ribalta do desporto motorizado mundial, reconquistando a glória das décadas de 50, 60 e 70 do século XX.
De acordo com dados providos pela organização, a edição 2016 do circuito traduziu-se num impacto económico direto de cerca de 15 milhões de euros, com as principais despesas realizadas pelos visitantes a repartiram-se entre o alojamento, refeições, transporte e souvenirs.
O Circuito Internacional de Vila Real é visto como a "maior campanha de visibilidade da região", não só nos meios de comunicação social nacionais como internacionais. O impacto financeiro mediático (AVE) nacional foi de aproximadamente 12 milhões de euros. Por sua vez, o AVE internacional foi de 50 a 60 milhões de euros, com destaque para as 146 horas de transmissão televisiva, em 78 canais de televisão de todo o mundo.
As corridas automóveis de Vila Real são uma oportunidade de negócio para a hotelaria, restauração e empresas fornecedoras de serviços, mas há também quem tenha arrendado casas ou criado perfumes e chocolates alusivos ao circuito. As corridas também permitem aos moradores da cidade ou comerciantes que possuam uma atividade na cidade arrecadaram algum dinheiro, seja para festividades, como para as festas de Mateus, ou outras, através da criação de barracas onde se vendem aos espetadores bebidas e diversas comidas. Há quem faça negócio com as varandas com vista para a pista, e em jardins de algumas casas são montadas bancadas improvisadas para assistirem ao circuito, e postos de venda de bebidas.
A nível de alojamento, várias unidades hoteleiras esgotam meses antes do arranque das corridas, maioritariamente esgotadas pelas equipas participantes no circuito, como aconteceu no ano de 2015 com o WTTC.
No conjunto dos três dias de provas, cerca de 198 mil espectadores assistiram às corridas, o que representou um acréscimo de 10% relativamente a 2015.
Cerca de 60% dos espectadores deslocaram-se de fora de Vila Real, e para 26% foi a primeira vez que estiveram em Vila Real, sendo o WTCC o motivo da vinda de 31% dos visitantes.
Este evento é alvo de vários elogios, que se prendem com a limpeza que se realiza logo após o termino das corridas, mas também com a rapidez com que são reabertas as estradas para assim os espetadores poderem regressar às suas habitações e para se retomar o tráfico na zona circundante ao circuito.
A organização do circuito internacional envolve a autarquia local, o Clube Automóvel de Vila Real e a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real.

Daniela Alexandra Lopes Eira

Webgrafia
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Circuito_Internacional_de_Vila_Real          [consultado em 10/04/2018]
https://ionline.sapo.pt/401498 [consultado em 10/04/2018]
http://www.cm-vilareal.pt/index.php/conhecer/circuito-de-vila-real  [consultado em 10/04/2018]

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

Sem comentários: