terça-feira, abril 24, 2018

Semana Santa em Braga

A Semana Santa bracarense é a mais bela e imponente de todas as celebrações quaresmais em Portugal. Apesar de ser internacionalmente conhecida como “Semana Santa”, as suas celebrações não se restringem apenas a esta semana litúrgica mas aos 40 dias da Quaresma, que antecedem a Páscoa. Ainda que de origem religiosa, o seu impacto e importância atuais vão além do campo sagrado, tendo um papel indissociável no que respeita à economia e turismo da cidade. Em torno destas celebrações giram milhares de pessoas que, ao longo dos 40 dias, a Braga se deslocam e por lá dão o seu contributo para o desenvolvimento e sustento da economia local.
Dada a importância e visibilidade destas solenidades da cidade dos Arcebispos, todos os anos a comissão por elas responsável e todas as outras que lhe estão ligadas se preocupam em melhorar e levar mais longe o programa cultural deste tempo. Exemplo disso foi o novo andor da Cruz despida, mandado construir no passado ano de 2017, que, com o peso de uma tonelada e alguns milhares de euros, veio dar uma lufada de ar fresco no património religioso das procissões e cativar a atenção do público, pois não é todos os dias nem em qualquer lugar que se vê desfilar 1 tonelada pelas ruas, suportada apenas por 12 homens. Esta nova peça, além da sua necessidade para complementar a procissão do Enterro do Senhor (realizada na noite de Sexta-feira Santa), é um exemplo de arquitetura religiosa moderna, carregada de simbolismo e história, que se destacou nestes dois anos.
Também a vasta lista de concertos com coros, orquestras e solistas que tem lugar nos sítios mais emblemáticos da cidade são importante atração turística, já que se trazem obras das mais belas a nível sacro, assim como algumas não tão conhecidas dos espetadores, aumentando assim a adesão nestes concertos, pois muitos são os residentes e forasteiros que têm interesse e curiosidade em conhecer repertório menos comum.
Todos estes e outros eventos chamam à cidade milhares de turistas, que vêm enriquecer e desenvolver toda a economia local, e contribuir para um maior desenvolvimento do programa cultural, do turismo e das infraestruturas que lhe são necessárias, pois com a afluência de turistas a aumentar são necessários mais hotéis, unidades de restauração, postos informativos, lojas de artesanato e produtos regionais, de modo a satisfazer a crescente procura destes serviços. Braga continua e continuará cada vez mais a crescer turisticamente no que à Semana Santa diz respeito, e tanto os órgãos religiosos como autárquicos se empenham nestas celebrações, pois elas representam uma mais-valia para a cidade.

Artur Fernandes

(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)

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