A Semana Santa bracarense é a mais
bela e imponente de todas as celebrações quaresmais em Portugal. Apesar de ser
internacionalmente conhecida como “Semana Santa”, as suas celebrações não se
restringem apenas a esta semana litúrgica mas aos 40 dias da Quaresma, que
antecedem a Páscoa. Ainda que de origem religiosa, o seu impacto e importância atuais
vão além do campo sagrado, tendo um papel indissociável no que respeita à
economia e turismo da cidade. Em torno destas celebrações giram milhares de
pessoas que, ao longo dos 40 dias, a Braga se deslocam e por lá dão o seu
contributo para o desenvolvimento e sustento da economia local.
Dada a importância e visibilidade
destas solenidades da cidade dos Arcebispos, todos os anos a comissão por elas
responsável e todas as outras que lhe estão ligadas se preocupam em melhorar e
levar mais longe o programa cultural deste tempo. Exemplo disso foi o novo
andor da Cruz despida, mandado construir no passado ano de 2017, que, com o
peso de uma tonelada e alguns milhares de euros, veio dar uma lufada de ar
fresco no património religioso das procissões e cativar a atenção do público,
pois não é todos os dias nem em qualquer lugar que se vê desfilar 1 tonelada
pelas ruas, suportada apenas por 12 homens. Esta nova peça, além da sua
necessidade para complementar a procissão do Enterro do Senhor (realizada na
noite de Sexta-feira Santa), é um exemplo de arquitetura religiosa moderna,
carregada de simbolismo e história, que se destacou nestes dois anos.
Também a vasta lista de concertos com
coros, orquestras e solistas que tem lugar nos sítios mais emblemáticos da
cidade são importante atração turística, já que se trazem obras das mais belas
a nível sacro, assim como algumas não tão conhecidas dos espetadores,
aumentando assim a adesão nestes concertos, pois muitos são os residentes e
forasteiros que têm interesse e curiosidade em conhecer repertório menos comum.
Todos estes e outros eventos chamam à
cidade milhares de turistas, que vêm enriquecer e desenvolver toda a economia
local, e contribuir para um maior desenvolvimento do programa cultural, do turismo
e das infraestruturas que lhe são necessárias, pois com a afluência de turistas
a aumentar são necessários mais hotéis, unidades de restauração, postos
informativos, lojas de artesanato e produtos regionais, de modo a satisfazer a
crescente procura destes serviços. Braga continua e continuará cada vez mais a
crescer turisticamente no que à Semana Santa diz respeito, e tanto os órgãos
religiosos como autárquicos se empenham nestas celebrações, pois elas
representam uma mais-valia para a cidade.
Artur Fernandes
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional”, do curso de Mestrado em Património Cultural do ICS, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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