Além de apreciar as lindas
paisagens e a beleza arquitetónica dos locais, há quem goste de escolher um
destino diferente, que junte a tudo isso a emoção da caça e da pesca.
Este
tipo de turismo, denominado de Turismo Cinegético, consiste no conjunto
de atividades e deslocações turísticas feitas por pescadores e/ou caçadores
nacionais ou estrangeiros, motivados pelo seu gosto na prática de atividades de
pesca e caça da fauna selvagem local. No entanto, está presente a consciencialização
dos próprios turistas e comunidades que os recebem, que devem usufruir destas
atividades de forma sustentável, permitindo assim um conjunto de produtos e
serviços turísticos que possibilitem o desenvolvimento destas atividades de
forma sustentável e orientada para a conservação da natureza e da sua fauna e flora.
No norte de Portugal, a região de Trás-os-Montes
presenteia qualquer um com a sua riqueza em património botânico e faunístico, onde
se podem observar espécies como a águia real, a cegonha preta, o grifo, o
corço, o veado, o javali, a raposa, o coelho, a lebre, a perdiz, o lobo, a
truta, o barbo, a carpa, o lúcio, o escalo, a boga e o achigã. Relacionada
com toda esta riqueza animal está a caça e a pesca, que têm um papel importante
no turismo e no desenvolvimento económico-social desta região.
Mais especificamente, na
zona de Bragança a época da caça é de outubro a dezembro, em que está presente
a caça à perdiz, à lebre e ao coelho. De dezembro até fevereiro existem as
montarias ao javali, em que o aglomerado de pessoas e turistas é maior. Este
evento é realizado por quase todas as freguesias do distrito, muitas delas
repetem-se duas ou mais vezes por ano, mas as maiores montarias são a nível de
concelhos.
As montarias ao javali
normalmente começam por volta das 9 horas, com um pequeno-almoço oferecido aos
caçadores, onde se organizam as matilhas de cães e as estratégias a adotar. Seguidamente,
os caçadores são transportados em veículos apropriados até à zona de caça. No
fim, é disponibilizado um almoço e é realizado um leilão dos javalis que
resultaram da caça. Estas montarias implicam o pagamento de um preço por
caçador, e chegam a ser constituídas por entre 100 ou 300 caçadores, incluindo
bastantes turistas de outras regiões de Portugal, principalmente do Minho, e
também turistas internacionais. Os praticantes e/ou turistas podem pernoitar e
disfrutar dos vários estabelecimentos de turismo da região transmontana.
O
setor da pesca em Trás-os-Montes tem cada vez mais importância para esta
região, não só pela elevada riqueza em recursos existentes e as suas
potencialidades, mas também pelo significado que a atividade piscatória
representa para os amantes e profissionais desta “arte”. É através do contacto
com a natureza em toda a sua plenitude que a pesca é considerada como uma das
atividades mais relaxantes. Nesta zona, existem inúmeros cursos de água que
ainda permanecem limpos e intactos, possibilitando desta forma a satisfação das
expectativas dos amantes deste desporto. Enumeram-se vários rios de água doce
em que a pesca é realizada e que satisfazem esta condição, constituindo um considerável
património desta região, como são exemplo as albufeiras das barragens de
Miranda do Douro, Picote, Bemposta, os rios Douro, Tua, Azibo, Sabor e Maçãs.
A época da pesca desportiva começa no início da
primavera, e os convívios de pesca em competição são normalmente de maio a
julho. Nestes concursos de competição são pescados os peixes de água doce
referidos anteriormente, dependendo dos rios. É disponibilizado um
pequeno-almoço no início da manhã, seguido pela distribuição dos lugares dos
pescadores ao longo do rio e, no fim da pesca, os peixes são contabilizados,
pesados e devolvidos ao rio. Por último, também é servido um almoço, que vem
incluído no preço de cada concurso, por cada pescador. Os convívios mais
pequenos são constituídos normalmente por 30 pescadores e os maiores variam
entre 50 a 70 pescadores, que muitos deles também são turistas estrangeiros,
principalmente de Espanha. Estes eventos oferecem prémios aos primeiros
lugares, conforme o número e o peso dos peixes de cada pescador.
Estes convívios de pesca
em competição e as montarias de caça são organizados por entidades concessionárias, como clubes ou associações de caça e pesca e Câmaras Municipais.
Através
da caça e da pesca é possível saborear da variedade da gastronomia das terras
transmontanas, como é o exemplo da perdiz com cogumelos, javali estufado e arroz
de lebre.
Vanessa
Filipa Costa Vaz
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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