O
golfe é um dos dez produtos estratégicos do PENT, que devem ser valorizados
para a melhoria da qualidade e do volume de negócios do setor turístico.
Jogar golfe em Portugal fica retido na
memória de muitos que experimentam, devido aos excelentes campos em cenários
deslumbrantes, clima ameno todo o ano e a simpatia com que os jogadores são
recebidos.
Portugal foi eleito por quatro anos
consecutivos, entre 2014 e 2017, como melhor destino de golfe do mundo, nos World Golf Awards. Portugal possui uma
grande diversidade de campos relativamente ao orçamento e ao nível de
dificuldade exigido pelo jogador. Em 2017, o campo de golfe West Cliffs, em Óbidos, foi distinguido
como “Melhor Novo Campo de Golfe do Mundo”. Existem 90 campos distribuídos por
todo o país, dos quais 57 apresentam 18 buracos e 9 27 buracos.
Os destinos mais conhecidos dos
jogadores mais experientes são o Algarve e a Costa de Lisboa. De igual modo,
são acolhidas grandes provas de circuitos profissionais nos arquipélagos da
Madeira e Açores, tendo o golfe começado na região Porto e Norte, uma vez que
em Espinho se situa o segundo campo mais antigo da Europa.
O grande polo de atração do turismo de
golfe a nível nacional situa-se no Algarve.
Esta região desperta grande curiosidade na prática do golfe pelo facto
de ter sido considerada diversas vezes o melhor destino de golfe do mundo pelas
revistas da modalidade e associações internacionais de operadores turísticos
especializados. O clima fantástico, que permite os intervenientes jogarem ao
longo do ano, a grande diversidade e qualidade dos campos, a acessibilidade e todas
as instalações que suporta, a rede de hotéis, os transfers e as próprias companhias aéreas, que facilitam o acesso e
tornam convidativa a estadia, acrescentam cada vez mais valor do Algarve como
destino de golfe.
Porquê
apostar no golfe? São cada vez mais turistas que chegam por causa desta modalidade,
o que tem resultados nas receitas turísticas, tendo o golfe criado em Portugal
um mercado que gera 1,8 mil milhões de euros de receitas e mobiliza cerca de
300 mil jogadores por ano e 1,1 milhões de dormidas.
Existe uma associação clara entre o golfe
e o mundo dos negócios. O universo do golfe reúne vários empresários e, deste
modo, cria redes de contacto e é o concretizar de novas oportunidades. Está
associado ao ecoturismo, sendo que um campo de golfe produz oxigénio e reduz o
ruído, contribuindo assim para uma melhoria ao nível do meio ambiente. O golfe
enquanto produto turístico consegue criar postos de trabalho e combater custos
de sazonalidade.
Quais
os desafios para a Indústria do Golfe em Portugal? O golfe paga IVA a 23%. A
grande parte que paga este imposto são os estrangeiros, tributando assim uma
indústria exportadora e, consequentemente, perdendo competitividade face aos
grandes mercados europeus, como a Turquia, Espanha, França e Itália. Os
portugueses são poucos afetados por esta medida porque praticam a modalidade
desportiva em clubes, que são entidades sem fins lucrativos e é vendido esses
serviços sem IVA. Uma medida com vista a atrair mais praticantes do exterior e,
assim, aumentar a competitividade face aos mercados concorrentes, seria uma
redução do imposto.
Para a promoção de grandes eventos,
Portugal não deve depender apenas do Estado, mas também do tecido empresarial
que beneficia com o golfe, e as empresas nacionais com dimensão internacional
devem investir na projeção da modalidade.
Em forma de conclusão, a indústria do
golfe em Portugal é cada vez mais crescente e prova disso são os prémios que
tem recebido pelas revistas e associações internacionais da modalidade e, além
disso, capta um elevado número de turistas provenientes dos principais mercados
emissores do turismo de golfe. Desta forma, a indústria do golfe atua como um
dos motores de crescimento e apresenta um papel cada vez mais dinamizador no
Turismo e, consequentemente, na economia Portuguesa.
Marcos Andrade
(Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, lecionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2017/2018)
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