O envelhecimento populacional é encarado como uma das transformações sociais mais consideráveis do século XXI, com consequências transversais em todos os setores da sociedade, tais como no mercado laboral e financeiro, a procura de bens e serviços - habitação, transportes, proteção social, estruturas familiares e laços internacionais. Assim, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), estima-se que o número de idosos, de idade igual ou superior a 60 anos, duplique até 2050 e, ainda, que triplique até 2100, isto é, passe de 962 milhões, em 2017, para 2,1 mil milhões, em 2050, e, posteriormente, para 3,1 mil milhões, em 2100.
Infelizmente, nas próximas décadas, muitos países irão defrontar pressões fiscais e políticas referentes aos sistemas públicos de saúde, providência e proteção social para a população na faixa etária mais avançada. Desta forma, é fundamental que a indústria do turismo se prepare para acomodar o público mais sénior e perspetive o surgimento da tendência de destinos e programas de bem-estar voltados para os "baby boomers" mais jovens e uma fração mais velha.
O
turismo da terceira idade tem a seu favor a possibilidade de viajar para
qualquer lugar a qualquer momento, já que é caraterizado por reunir uma faixa
etária com tempo livre para aproveitar a hospitalidade. Todavia, quando refletimos
no conceito de turistas séniores, é com satisfação que recorro aos estudos de segmentação
de mercado existentes, que sugerem que o gênero, a cultura e o status de emprego podem ser fatores
fundamentais que influenciam e relacionam a idade para determinar os diferentes
padrões de viagens para idosos. Assim, a Sociedade de Avaliação Estratégica e
Risco, Lda. (SAER), diferencia-os em duas tipologias: os YAS (Young Active Seniors)
e os Seniors com 65 e + anos. Sendo que o segmento YAS abrange
indivíduos com idades entre os 55 e os 64 anos, conhecidos por um estilo de
vida saudável e ativo, com grande experiência no consumo e na exigência de
qualidade de produtos e serviços turísticos. Por sua vez, o segmento Seniors
com 65 e + anos, contempla pessoas maioritariamente reformadas, com enorme
disponibilidade de tempo livre, “com idade psicológica inferior à idade
biológica” e cuja inclinação recai sobre férias sedentárias.
De acrescentar, ainda, que é primordial ter em consideração, ao analisar a relação entre idade e comportamento turístico na terceira idade, que estes fazem viagens mais longas, de preferência no país de residência e alojam-se em alojamentos não alugados. (figura 1).
Figura 1: Relação entre preferências de viagem e os diferentes grupos de idade, UE-27, em 2018
Ref: https://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/Tourism_trends_and_ageingContudo,
desafortunadamente, existem fatores que limitam a regularidade e o volume das
deslocações para turistas séniores, tais como:
■
questões de segurança / proteção;
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problemas de saúde;
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tempo disponível;
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custo;
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responsabilidades familiares;
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informações insuficientes sobre as opções adequadas.
Por fim, estas estimativas poderão,
por infelicidade, ser alteradas como consequência da situação mundial atual da
COVID-19.
Carolina Maia
Bibliografia:
https://www.consumidormoderno.com.br/2020/01/13/5-tendencias-industria-turismo-2020/;
https://unric.org/pt/envelhecimento/;
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